Filmes baseados em jogos de videogame nem sempre são unanimidade. Resident Evil é um bom exemplo de filme/jogo que levou os fãs à loucura, para o bem e para o mal. Hitman: Assassino 47, inspirado no game Hitman: Codename 47, passou levemente despercebido do grande público. Mas apostando no potencial do jogo (e consequentemente, do filme) o 47 ganhou um reboot.
Estamos falando Hitman: Agente 47, filme que estreia nesta quinta-feira em cinemas de todo o Brasil. A aposta no longa era tamanha. O ator originalmente escalado para interpretar o 47 era o falecido Paul Walker (da franquia Velozes & Furiosos). Com sua morte, coube a Rupert Friend o papel do Agente.
O Agente 47 é um assassino de elite que foi modificado geneticamente com intuito de ser uma máquina de matar. Uma organização chamada Sindicato tenta descobrir qual o seu segredo de “fabricação” para que possa criar assassinos em uma “linha de produção”. Para impedir que tenham acesso ao seu criador, ele junta forças com uma jovem misteriosa que, assim como ele, também possui certos dotes que a tornam especial.
O filme é a estreia de Aleksander Bach na direção. Em seu debut, o diretor não compromete, conseguindo entregar um filme repleto de ação no qual sua maior força é justamente não se levar a sério, compreender que suas origens vêm dos games e oferecer o que se espera de um filme assim: explosões, corridas em carros velozes, socos, fugas aparentemente impossíveis e mortes, muitas mortes.
Sua maior força é justamente não se levar a sério, compreender que suas origens vêm dos games e oferecer o que se espera de um filme assim.
Digo que Hitman: Agente 47 não se leva a sério como um elogio. Depois de vários capítulos da franquia 007, da trilogia Bourne e tantos outros, o gênero de ação parece ter fica saturado quanto aos seus enredos, chegando ao ponto que suas sátiras, por vezes, são um entretenimento muito melhor.
Hitman: Agente 47 não representa frescor ao gênero, pelo contrário. Repleto de pequenos clichês típicos dos filmes de ação, o filme apresenta inúmeros plot twists que prejudicam a narrativa. Entretanto, o descompromisso total com a realidade – algo comum aos filmes de ação, ou alguém crê serem possíveis todas as cenas de Tom Cruise em Missão: Impossível? – prende nossos olhos frente à tela.
Zachary Quinto (Star Trek) demonstra versatilidade em seu papel, mas não há como negar que o ator que chamou a atenção do público e crítica tem deixado a desejar nas escolhas de seus papéis. É um ator com talento (e, como dito acima, versátil), porém seus filmes fora da franquia Star Trek não têm servido para elevar o patamar de sua carreira.
Hitman: Agente 47 entretém, oferece doses de ação que divertem, prendem os olhos do espectador à tela. Por mais surreal que possa parecer, não creio que alguém vá assistir a um filme o gênero esperando ver coisas reais. Para isso temos a vida.
Deve virar, num futuro próximo, figurinha carimbada na TV aberta brasileira.
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