Lançado em 2018, Um Lugar Silencioso é um filme notável. A estreia de John Krasinski como diretor se destaca como uma da experiência intensa, inquietante e bastante original. O conceito central do longa-metragem, no qual qualquer ruído, ou som, pode atrair monstros extraterrestres letais, cria uma tensão constante que permeia cada cena. Além disso, a dinâmica familiar adiciona uma camada emocional profunda, tornando a produção não apenas assustadora, mas também comovente. Com uma duração de apenas 90 minutos, a narrativa mantém o espectador profundamente engajado, sem qualquer momento de tédio.
A questão que surge é como seguir isso com uma sequência, ou mesmo um prelúdio? Em um nível, é uma tarefa quase impossível superar o impacto do primeiro filme. A novidade do conceito tem seus limites, mas o primeiro filme acerta em muitos aspectos. Explora temas como perda, luto e a angústia da paternidade em um mundo devastado. A chegada iminente de um bebê, incapaz de controlar seus próprios choros, adiciona uma tensão extra, transformando um símbolo de esperança em uma ameaça potencial.
A sequência, Um Lugar Silencioso II, conseguiu surpreender, apesar de não alcançar o nível do primeiro filme. Ainda assim, continuou a história da família Abbott com qualidade, expandindo o universo pós-apocalíptico da franquia. Introduziu novas comunidades, personagens e revelou mais informações sobre os monstros. Se no primeiro filme descobrimos a vulnerabilidade dos monstros a certas frequências sonoras, na sequência, a água se revela outra fraqueza crucial, evocando memórias do filme Sinais, de M. Night Shyamalan.
O longa se concentra em uma narrativa mais íntima e menos expansiva, seguindo a tradição dos filmes anteriores ao apresentar personagens que rapidamente conquistam nossa empatia.
Quanto à prequel, Um Lugar Silencioso: Dia Um, o filme nos leva diretamente aos ninhos das criaturas, revelando um vislumbre do passado antes da catástrofe. O longa se concentra em uma narrativa mais íntima e menos expansiva, seguindo a tradição dos filmes anteriores ao apresentar personagens que rapidamente conquistam nossa empatia.
Em Dia Um, conhecemos Sammy (interpretada por Lupita Nyong’o, vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante por 12 Anos de Escravidão), uma mulher lutando contra o câncer em um mundo já à beira do colapso. Sua jornada pessoal, ao lado de Eric (Joseph Quinn, da série Stranger Things), revela camadas emocionais profundas e traz à tona suas motivações e desejos, como a busca por uma fatia de pizza em Nova York, seu último desejo não realizado. Lupita Nyong’o não poderia estar melhor, trazendo a sua personagem toda a complexidade que sua protagonista exige. Ela é o centro emocional do filme.
Dirigido por Michael Sarnoski, que trouxe sua sensibilidade artística de filmes como Pig, estrelado por Nicolas Cage, Dia Um é visualmente impressionante, capturando a beleza e a desolação de uma cidade devastada. Apesar de não atingir o mesmo nível de tensão dos filmes anteriores, o filme mantém sua própria aura de terror e suspense, especialmente quando Sammy e Eric enfrentam os perigos da metrópole em ruínas.
Assim como seus predecessores, Um Lugar Silencioso: Dia Um é um filme que merece ser visto no cinema, onde os visuais, sons e momentos de susto são intensificados ao máximo.
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