• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Colunas Espanto

‘Um Lugar Silencioso’ se apropria de diversas estratégias consolidadas do horror

Maior sucesso do gênero em 2018, 'Um Lugar Silencioso', de John Krasinski, recorre a um catálogo de iconografias do horror para construir sua narrativa.

porRodolfo Stancki
9 de maio de 2018
em Espanto
A A
'Um Lugar Silencioso' se apropria de diversas estratégias consolidadas do horror

Imagem: Reprodução.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

Um Lugar Silencioso estreou há mais de um mês nos cinemas do mundo todo e se tornou um dos eventos mais importantes do ano para o gênero do horror. Comandada e estrelada pelo ator John Krasinski, a narrativa sobre uma família que vive em silêncio em uma fazenda para evitar virar comida de monstros foi aclamada pela direção inspirada e sua capacidade de construir tensão usando muito pouco. Virou um fenômeno de bilheteria.

Embora também tenha sido elogiado por uma suposta inventividade do argumento da trama pela crítica e pelo público, o filme recorre a estratégias e a imagens que são bastante consolidadas no cinema de horror. Um exemplo disso é a prática de esconder o monstro do público para estender a sensação de ameaça contínua na tela.

Krasinski mostra apenas o que precisa das criaturas. Na maior parte da obra, vemos relances de suas aparições, sempre rápidas e desfocadas. Esses momentos servem como indicações de que estão ali, mas sem revelar demais de sua aparência. A estratégia tem ecos fortes nas lições deixadas pelo Tubarão (1977), de Steven Spielberg, para o cinema de horror.

Na direção, Krasinski escapa de repetir tantos clichês quanto poderia com a trama. É como se tentasse criar algo novo, a partir de colagens competentes de outras obras.

Spielberg, é claro, emprestou muitos recursos do cinema de Alfred Hitchcock ao deixar evidente que seu tubarão estava por perto, sempre ameaçando os personagens que não sabiam de sua existência. Esse não é o único diálogo indireto com a herança hitchcockiana explorado em Um Lugar Silencioso.

O filme também apresenta seus personagens e as circunstâncias que o levaram até ali por indícios, como recortes de jornais e objetos deixados pelo cenário. Exatamente como faz o mestre do suspense em cenas como a abertura de Janela Indiscreta (1954), outro filme sobre observar e fazer silêncio.

O uso de um milharal como principal palco para os conflitos da trama é outra apropriação da iconografia de horror feita por Krasinski. Adotado em tantos títulos como um espaço de indefinição da presença de uma ameaça – Colheita Maldita (1984), A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça (1999) e Sinais (2002) são alguns deles -, a plantação de milho surge como um recurso pouco inspirado de direção de arte. É inegável, porém, que o ambiente funciona para a proposta da obra.

Na direção, Krasinski até escapa de repetir tantos clichês quanto poderia com a trama. Seu esforço em usar a câmera como principal condutor dos conflitos garante uma resposta de angústia do público. Por isso, as colagens de outras obras não parecem ser tão problemáticas, visto que o filme tem outras qualidades narrativas.

Em um momento em que o público dá atenção para obras como O Babadook (2014), Corrente do Mal (2015) e A Bruxa (2015), Um Lugar Silencioso soa conservador. Tais obras tensionam os limites do senso comum do gênero. O longa-metragem de Krasinski quer honrá-los e o faz com alguma competência.

***

Um crítico da revista norte-americana The New Yorker fez críticas mais severas ao aspecto político da obra. No texto, ele descreve o longa-metragem como um anti-Corra! (2017), por valorizar a família tradicional branca, paternalista e dependente da imagem de um pai que os protege com um rifle. Recomendo a leitura.

Tags: A quiet placeAlfred HitchcockCinema de HorrorCrítica de CinemaHorroriconografia de horrorjanela indiscretaJohn KrasinskiMovie ReviewSteven SpielbergTubarãoUm Lugar Silencioso

VEJA TAMBÉM

Cena do filme 'Godzilla Minus One'. Imagem: Divulgação.
Espanto

‘Godzilla Minus One’ emociona com a vida e não com a destruição

3 de abril de 2024
Cena do filme 'Somente Deus por Testemunha'. Imagem: Reprodução.
Espanto

‘Somente Deus por Testemunha’ horrorizou sobreviventes do Titanic

16 de fevereiro de 2024
Please login to join discussion

FIQUE POR DENTRO

Jovem atriz paraense foi descoberta na periferia de Belém. Imagem: Globo Filmes / Divulgação.

A violência que não se vê em ‘Manas’

19 de maio de 2025
A artista visual Mariana Valente. Imagem: Reprodução.

Mariana Valente: “Clarice Lispector escrevia como quem cria um rasgo na linguagem”

16 de maio de 2025
Stephen Sanchez traz seu som nostálgico ao C6 Fest. Imagem: Divulgação.

C6 Fest – Desvendando o lineup: Stephen Sanchez

15 de maio de 2025
Claudio Cataño dá vida ao Coronel Aureliano Buendía na adaptação de 'Cem Anos de Solidão'. Imagem: Netflix / Divulgação.

‘Cem Anos de Solidão’ transforma o tempo em linguagem

15 de maio de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.