No início dos anos 80, Dan Aykroyd vinha de uma meteórica carreira de sucesso quando teve uma ideia para uma comédia de aventura sobre caçadores de fantasmas. O longa-metragem brincaria com diferentes gêneros cinematográficos, como o horror, a ficção científica e as fitas japonesas de kaiju.
Caça-Fantasmas (1984) estreou nos cinemas com direção de Ivan Reitman e roteiro de Aykroyd e Harold Ramis. O comediante Bill Murray ficou com o papel de ridicularizar os elementos da narrativa que referenciavam maldições e assombrações vindas do além.
Do humor veio a ideia de que a maior ameaça da trama fosse um monstro feito de marshmallow, aos moldes do mascote da marca Michelin. A criatura foi criada pela equipe de Pete Travers, especialista em efeitos visuais, mesclando miniaturas, contraposição de imagens e suitmation.
Dentro da franquia Caça-Fantasmas, a animação produzida entre 1986 e 1991 talvez tenha sido a que mais explorou o imaginário do público com enormes monstros.
Com apenas alguns minutos na tela, o homem de marshmallow se tornou o segundo monstro gigante mais famoso do cinema americano – atrás apenas de King Kong. É referenciado até hoje como uma amostra das cenas mais famosas já criadas por Hollywood. Exemplo da capacidade do cinema em criar cenas impossíveis e ridículas, o que os comentários de Murray deixam muito claro ao espectador.
Para a sequência, de 1989, a mesma equipe por trás do primeiro filme tentou recriar a referência kaiju dando vida à Estátua da Liberdade, que desfila por Manhattan ao som de “Higher and Higher”, clássica canção de Jackie Wilson, aqui interpretada por Howard Huntsberry. Embora a cena seja bem legal, Caça-Fantasmas 2 (1989) teve uma recepção morna da crítica e a franquia acabou esquecida, bem como a cena em questão.
A malfadada refilmagem de 2016, dirigida por Paul Feig, que tentava reinventar a marca para uma nova geração trocando os protagonistas por um time de mulheres, apresentou ao público um novo fantasma gigante. Dessa vez, a ameaça era uma encarnação do principal antagonista do longa-metragem, o personagem de Neil Casey. O visual era inspirado no logotipo do filme, que, por sua vez, era levemente inspirado nas assombrações da animação da Disney Fantasmas Solitários (1937). Feito por meio de computação gráfica, o personagem não era nada marcante.
Dentro da franquia Caça-Fantasmas, a animação produzida entre 1986 e 1991 talvez tenha sido a que mais explorou o imaginário do público com enormes monstros. Diversos episódios abraçaram a característica cartunesca da franquia e, em vários momentos, referenciava diretamente a Godzilla e King Kong. O próprio monstro de marshmallow reaparece em certo momento.
Nenhuma dessas encarnações, no entanto, teve o impacto cultural do primeiro filme. Em Ghostbusters – Mais Além (2021), o monstro aparece em várias miniaturas. Antes disso, o personagem Podcast (Logan Kim) referencia empolgado os eventos de 1984 ao contar para Phoebe (Mckenna Grace) sobre o monstro gigante que aterrorizou Nova York. A cena serve como uma metáfora sobre o modo como a criatura entrou no nosso imaginário para habitar nossas lembranças do cinema.
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