A estampa é um patrimônio imaterial da moda. Marcas globais como a italiana Pucci e a inglesa Burberry construíram sua imagem por meio dos seus indefectíveis desenhos sob o tecido.
No Brasil, a carioca Totem, com suas estampas que lembram vitrais, é um bom exemplo de como a estampa pode criar valor para a grife.
Há poucos dias, uma imagem ouriçou os pelos dos mais puristas. O artista plástico brasileiro Romero Britto – aquela figura que transita no limiar do amor e do ódio do espectador – divulgou fotos nas redes sociais vestindo um costume da mais exclusiva linha da marca italiana Dolce & Gabbana (Alta Sartoria) estampado com sua extravagante obra.
O traje teria sido um presente e Britto não deixou por menos: fez festa e posou com amigos alegremente como sugere sua personalidade colorida.
A moda está cansada dos velhos padrões e o humor surge como uma lufada de ar até mesmo nas passarelas mais importantes como Milão e Paris.
A imprensa brasileira não deixou barato. Uma revista disse em sua versão on-line que o “conceito de ‘imagens fortes’ ganhou um novo significado”.
Não duvide que muita gente pagaria uma pequena fortuna para ter um desses no armário. A moda – e ouso dizer, as pessoas – está cansada dos velhos padrões e o humor surge como uma lufada de ar até mesmo nas passarelas mais importantes como Milão e Paris.
Criada nos anos 80, a Moschino tornou-se famosa por sua personalidade inovadora, colorida e até mesmo excêntrica.
E uma linhagem de estilistas manteve essa premissa ao longo dos anos. Atualmente, a Moschino é desenhada pelo norte-americano Jeremy Scott, um badalado designer, daquele tipo que transita no jet set e veste celebridades.
A label italiana é hiperlativa nos tons, nas estampas, nos grafismos, na logotipia tornando-se um grande display do kit, com coleções que fazem referência do Bob Esponja à boneca Barbie passando pelo McDonald’s. Parafraseando nossa revista brasileira, com a Moschino o conceito de “exagero” ganhou um novo significado.
A história da estamparia é quase tão antiga quanto a do tecido. Os fenícios esculpiam formas em blocos de pedra ou madeira e estampavam no pano como se fosse um carimbo. A evolução tornou a estampa um importante argumento de moda. Hoje, as estampas digitais possibilitam que qualquer imagem seja impressa no pano, dando às marcas a possibilidade infinita de criar novos desenhos e novos discursos.
Ao estampar a arte pop e os ícones da indústria cultural nas roupas os estilistas estão nos ajudando a fazer as conexões entre a moda e mundo, gostemos ou não. Usemos ou não.
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