O jovem cantor e youtuber colombiano Fabio Legarda, 29 anos, tinha programado para o dia 7 de fevereiro o lançamento do clipe de sua mais recente canção de trabalho, “Nutella”, em seu canal no YouTube. Horas antes do vídeo estrear na rede, o jovem artista, expoente do reggaeton, teve sua carreira interrompida de forma abrupta.
Em Medellín, segunda maior cidade da Colômbia, Legarda, que estava em um carro do aplicativo Uber, acabou atingido por uma bala perdida. O veículo foi alvo de um tiroteio provocado por uma tentativa de assalto mal-sucedida.
O caso Fabio Legarda junta-se a outras tragédias registradas nesse início de 2019. Da violência que retirou dos palcos o cantor, passando pelo desastre em Brumadinho, em Minas Gerais, e pelo incêndio que interrompeu os sonhos de jovens jogadores das categorias de base do Flamengo, fica o desafio: de que forma abordar assuntos dessa natureza com crianças e adolescentes?
Por mais complicado que pareça, o tema merece atenção especial. Pela força que ganham nos noticiários e nas redes sociais, esses assuntos devem provocar reflexões, conversas francas e servir como um grande aprendizado sobre a vida. O diálogo é sempre o melhor remédio.
Escrevo a coluna desta semana impactado ainda pelo acidente de helicóptero que vitimou o jornalista Ricardo Boechat. Impossível não pensar como esses fatos acabam gerando angústia, medo e incertezas, principalmente entre os mais jovens.
Iniciativa
O Jornal Joca, por exemplo, bela iniciativa voltada ao público infantojuvenil, está com uma ação que mobiliza os leitores e escolas para a produção de mensagens de apoio para os estudantes dos colégios de Brumadinho e região. Além de trazer a tragédia e suas implicações para a realidade desses meninos e meninas, o ato reforça valores importantes, como a compaixão, que são fundamentais para a vida em sociedade.
Além da sensação de perda e impotência diante das tragédias, as discussões em torno dessas questões devem passar por um tópico fundamental: responsabilidades.
Se o futebol faz parte da cultura do brasileiro, imagine o impacto da notícia da morte dos jovens jogadores das categorias de base do Flamengo devido ao incêndio no Ninho do Urubu, centro de treinamento do clube, localizado no Rio de Janeiro. A real identificação por conta da idade e de tantos planos interrompidos trazem uma profunda sensação de insegurança em relação ao futuro. Sentimentos que só podem ser combatidos com muita conversa para evitar fobias, depressão e outros problemas.

Além da sensação de perda e impotência diante das tragédias, as discussões em torno dessas questões devem passar por um tópico fundamental: responsabilidades. Cada um desses fatos recentes traz em sua essência questões graves, como a má gestão de recursos públicos, o boom da violência, o desrespeito às leis, o descaso com medidas de segurança, jogos de interesses políticos e econômicos, entre outras inúmeras situações.
Que a dor e o choque diante dessas tragédias se traduzam em mudanças de comportamento. Que as novas gerações sejam sensibilizadas para evitar que histórias lamentáveis como essas voltem a se repetir. Afinal de contas, há desastres e fatalidades que poderiam ser evitadas com medidas éticas e responsáveis. O Brasil não suporta mais viver em luto…