A coluna “Vale um Like” desta semana vem na vibe “sessão pipoca”. A coluna resgata o primeiro longa-metragem da carreira do cineasta gaúcho Jorge Furtado: Houve uma vez dois verões, lançado há 15 anos.
O filme surpreendeu a crítica especializada em 2002, pois havia uma expectativa muito grande em torno da estreia do diretor em uma produção nesse formato. Tal burburinho justifica-se pelo êxito do realizador em curtas como Ilha das Flores, que conquistou prêmios nacionais e internacionais.
Para seu debute em longas, o sempre surpreendente Jorge Furtado optou por uma narrativa de temática adolescente, que chama a atenção pelo roteiro ágil, pelo excelente desenvolvimento dos personagens e também pelas inúmeras referências presentes na obra cinematográfica. Apesar de não ser um filme com expressivos números de bilheteria e público, tornou-se um dos poucos títulos nacionais dedicados ao público jovem que não faz uso de apelos comerciais do momento ou de estereótipos.
Para seu debute em longas, o sempre surpreendente Jorge Furtado optou por uma narrativa de temática adolescente, que chama a atenção pelo roteiro ágil, pelo excelente desenvolvimento dos personagens e também pelas inúmeras referências presentes na obra cinematográfica.
Furtado fez um filme adolescente nada convencional. Houve uma vez dois verões não é uma produção datada, ou seja, independentemente de época ou idade, quase todos os elementos presentes na trama geram identificação. O protagonista, Chico, interpretado pelo excelente André Arteche, está naquela fase da vida completamente nebulosa: às vésperas do vestibular, sem grana, curtindo a praia com o melhor amigo e às voltas com a descoberta do primeiro amor.
Até aí, pode soar como uma típica comédia romântica juvenil apenas. Ledo engano: ao conhecer a misteriosa e envolvente Roza (Ana Maria Mainieri), a vida do rapaz passa por inúmeras reviravoltas – [highlight color=”yellow”]típicas das narrativas de Jorge Furtado.[/highlight]
Para quem curte cinema, o cineasta faz sim uma homenagem ao inesquecível Houve uma vez um verão, de 1971, do diretor norte-americano Robert Mulligan. Ou seja, há uma ideia de recuperar a essência de filmes que se tornaram clássicos pela sua capacidade de emocionar e estabelecer um diálogo afetivo com o público.
Apresentei Houve uma vez dois verões a inúmeros adolescentes em oficinas dedicadas ao audiovisual. As reações, em sua quase totalidade, eram bastante positivas. [highlight color=”yellow”]O longa é despretensioso, leve e divertido.[/highlight] Além disso, traz à tona situações comuns ao universo jovem de uma forma tão natural que é impossível não se envolver com o enredo.
Com produção da Casa de Cinema de Porto Alegre, Houve uma vez dois verões apresenta um cenário pouco habitual: o litoral do Rio Grande do Sul. Além disso, merece atenção a trilha sonora assinada por Leo Henkin, guitarrista do grupo gaúcho Papas da Língua.
As músicas contam com a participação de grandes talentos gaúchos e convidados especialíssimos, como Cássia Eller, que gravou, especialmente para o filme, “Nasci pra Chorar”, versão de Erasmo Carlos para o hit “Born to Cry”. A música foi um dos últimos trabalhos da artista, que morreu em dezembro de 2001.
Como comentei no início da coluna, encare sem medo uma boa “sessão pipoca” com Houve uma vez dois verões. Criativo, divertido e emocionante, [highlight color=”yellow”]o filme é recomendado para espectadores de todas as idades[/highlight] – sobretudo para aqueles que ainda mantêm o espírito jovem e a sensibilidade para rir e chorar sem medo. Fica a dica!