Em sua estreia, a coluna “Vale um Like” destaca uma boa novidade na programação da tevê aberta voltada ao público infantojuvenil. Após 22 anos, Malhação passa por uma reviravolta em seu formato. A novela jovem da Rede Globo, que acompanha gerações de brasileiros, deixa o Rio de Janeiro e chega a São Paulo sob o comando do experiente e sensível Cao Hamburger.
A nova temporada, batizada como Viva a Diferença, é protagonizada por cinco meninas, de realidades completamente distintas, que tornam-se amigas a partir de uma situação surpreendente. A história tem como ponto de partida o encontro inusitado do quinteto em um vagão de metrô. Keyla (Gabriela Medvedovski) está grávida e entra em trabalho de parto no local. Atônitas com a situação, Benê (Daphne Bozaski), Tina (Ana Hikari), Lica (Manoela Aliperti) e Ellen (Heslaine Vieira) ajudam a garota nesse momento delicado
Escrita por Cao Hamburger, responsável por sucessos como Castelo Rá-Tim-Bum e Pedro e Bianca, série premiada com o Emmy Kids, e dirigida por Paulo Silvestrini, Malhação – Viva a Diferença tem estreia prevista para o dia 8 de maio. Para saber mais detalhes sobre o projeto, conversei com uma das protagonistas do folhetim, Daphne Bozaski, 24 anos, que nasceu em Sampa e foi criada na capital paranaense.
Daphne fez uma bela carreira no teatro curitibano, sobretudo em peças dedicadas ao público infantil. Atuou em diversas produções da Cia. Regina Vogue, protagonizou uma versão moderna de Romeu e Julieta para adolescentes, além de outros importantes trabalhos.
Fiz inúmeras reportagens com Daphne e tive, inclusive, a oportunidade de trabalhar com ela no média-metragem A Constelação do Imperador, baseado no livro O Imperador da Ursa Maior, de Carlos Eduardo Novaes. Dedicada e talentosa, ela conquistou com muita garra cada oportunidade em sua trajetória artística.
‘Vamos falar da diversidade, da importância do respeito ao que é diferente da gente. Temas que nos envolvem e devem ser debatidos e questionados tanto pelos jovens quanto pelos adultos’
Em meio à agenda apertada de gravações no Rio de Janeiro, Daphne encontrou um tempinho para um rápido bate-papo e adiantou novidades sobre Malhação – Viva a Diferença, que entre outras questões reforça a importância do empoderamento feminino. “A partir do momento em que se encontram, os universos dessas cinco meninas se cruzam e assim começa a nossa trama. Vamos falar da diversidade, da importância do respeito ao que é diferente da gente. Temas que nos envolvem e devem ser debatidos e questionados tanto pelos jovens quanto pelos adultos”, comenta.
Daphne também comemora a nova parceria com Cao Hamburger. A atriz foi a protagonista do seriado infantil idealizado pelo diretor e roteirista, Que Monstro te Mordeu?, da TV Cultura, no qual interpretava a monstrinha Lali.

Para a artista, é um prazer repetir a dobradinha. “O Cao nos envolve com suas tramas e, quando menos esperamos, absorvemos e repensamos nossas vidas sem ser de uma maneira didática. Ele mistura o entretenimento e o conteúdo de uma forma única”, diz.
Sobre Benê, sua personagem em Malhação, Daphne lembra que a garota é muito sincera e inteligente, mas tem bastante dificuldade de se relacionar com as pessoas. “Por isso sofre e sofreu muito bullying na escola, tornando-se assim uma menina tímida e solitária. Ela é filha da Josefina (Aline Fanju), que é zeladora do colégio público em que mora e estuda. As meninas que a Benê conhece no metrô são as suas primeiras amigas. Com essas novas relações, ela começa a descobrir muito de si mesma e também passa a entender como é se relacionar com o que é diferente dela”, reitera.
Além de Malhação e da série Que Monstro te Mordeu?, Daphne também participou de Experimentos Extraordinários (Cartoon Network) e atualmente está no ar com Manual para se Defender de Aliens, Ninjas e Zumbis (Warner Channel), projetos que têm forte apelo com os públicos infantil e adolescente. Por conta disso, a artista compreende a importância de obras que dialoguem diretamente com essas audiências. “Acho que é um público gerador de opinião. Esses jovens serão adultos em poucos anos e precisam ter boas referências. Além de serem muito sinceros, pois dizem o que pensam e querem expor suas opiniões. Então quanto mais acessível forem os programas e conteúdos de qualidade para essas faixas etárias, melhor. Com a nova lei de produção de séries brasileiras, vejo que vem sendo feita muita coisa legal. Acho que investir na produção nacional é o ponto. Temos excelentes roteiristas, atores, diretores e temos muito a explorar sobre nossa cultura”, finaliza.