Surpreendentemente, um dos grandes sucessos da Netflix em 2020 é o remake de uma série brasileira. Sob o comando de Kenny Ortega, responsável, entre outros blockbusters, pelas franquias High School Musical e Descendentes, ambas da Disney, Julie and the Phantoms estreou na programação da plataforma de streaming em setembro do ano passado e sua trilha sonora alcançou êxito semelhante.
A produção, baseada em Julie e os Fantasmas, de 2011, exibida originalmente pela Band e Nickelodeon, está provocando muito burburinho entre os fandoms da série. Afinal, principalmente por conta dos efeitos da pandemia, até o momento a Netflix não confirmou a segunda temporada.
Com 9 episódios (eles têm um tempo de duração bacana, ou seja, você vai maratonar numa boa!), Julie and the Phantoms chama a atenção pela força da protagonista. Com apenas 16 anos, a estreante Madison Reyes, descoberta após inúmeros testes, imprime uma personalidade cativante à personagem-título. Fora isso, é uma cantora talentosíssima e – com Ortega à frente do projeto – as canções, obviamente, conquistaram e cativaram o público. Até Any Gabrielly, do Now United, lançou um cover de “Wake Up”, um dos hits da série e que já ultrapassou a marca de 24 milhões de execuções no Spotify.
Além de Madison, merecem atenção especial os “meninos fantasmas” da trama – Luke (Charlie Gillespie), Alex (Owen Joyner) e Reggie (Jeremy Shada). A sintonia do quarteto é um dos trunfos da trama, que é leve e descontraída. Outra performance bacana é a da melhor amiga de Julie, Flynn, interpretada pela carismática Jadah Marie, que garante toques de humor certos à narrativa.
Trama
Os meninos formavam, em meados dos anos de 1990, a promissora banda Sunset Curve. Horas antes de uma apresentação importantíssima, que seria um marco em suas carreiras, os garotos morrem vítimas de uma intoxicação alimentar (com cachorro-quente!). Mais de duas décadas depois, eles ressurgem na garagem da casa de Julie, que vive um momento complicado.
A garota perdeu a mãe e – por conta do luto – acabou se afastando de uma de suas maiores paixões: a música. O encontro com os jovens (só ela consegue vê-los!) garantirá a autoconfiança e a determinação necessárias para retomar esse sonho. Opa, há indícios de uma possível ligação do trio com a mãe da menina, já que Julie e Flynn encontraram uma camiseta da Sunset Curve no meio das roupas dela.
Apesar de forçar um pouco na fantasia (mas ok, é recomendado às vezes topar certas viagens!), ‘Julie and the Phantoms’ é um delicioso entretenimento.
Apesar de forçar um pouco na fantasia (mas ok, é recomendado às vezes topar certas viagens!), Julie and the Phantoms é um delicioso entretenimento. Tem o melhor dos musicais (mais uma vez, ponto para Ortega), muita representatividade (a diversidade étnica, a começar por Julie, e até questões LGTBQIA+) e traz à tona questões muito ricas do universo infantojuvenil, como a relação com os pais, o diálogo, a amizade, entre outras questões.
O encontro de Julie com seus fantasmas (quem sabe anjos da guarda?) será transformador. A química entre eles é essencial para os meninos cumprirem uma missão pendente na Terra. Com direito a um vilão fantasmagórico e a rivalidades do passado, a primeira temporada termina com aquela sensação gostosa de “queremos mais”. Há muitas lacunas para serem preenchidas e, com certeza, Julie e os rapazes da Sunset Curve ainda têm muito a mostrar. Ficamos na torcida. Agora é com você, Netflix. E aí, quando vem a segunda temporada?