É impossível não falar de Sandy e Junior ao fazer uma retrospectiva da minha carreira. Vi o amadurecimento artístico dos irmãos e acompanhei de perto momentos marcantes da história da dupla, que anunciou o término da parceria há exatamente 10 anos.
Com mais de 15 milhões de discos vendidos, os irmãos marcaram milhares de fãs em 17 anos de uma bem-sucedida parceria musical. Na tevê, no cinema, em grandes turnês, no licenciamento de produtos e até em uma tentativa de carreira internacional, a dupla se consagrou como o maior fenômeno pop do país entre os anos 90 e o início da primeira década de 2000.
Minha primeira pauta com os filhos de Xororó foi em 1999, na Arena da Baixada. Tratava-se de um dos últimos shows da turnê do disco/DVD ao vivo Era Uma Vez e o estádio estava lotado. Ao entrar no campo para ter acesso ao camarim, fui atingido por inúmeras cartas e bichos de pelúcia. Um delicioso e divertido caos, seguido de um bate-papo tranquilo com os cantores.
Acompanhar Sandy e Junior foi em algumas situações bastante estressante, confesso, mas também foi muito especial. Conheci fãs incríveis, que se tornaram bons amigos. Tive a chance de ver um trabalho bem conduzido e com extremo profissionalismo, além de vivenciar uma época que até hoje permanece na memória afetiva de muita gente.
Nos anos seguintes, Sandy e Junior tomaram conta das pautas. Era sucesso atrás de sucesso: o álbum As Quatro Estações (1999) é um divisor de águas na trajetória da dupla – bastante pop, o disco potencializou a carreira dos artistas, que já eram líderes de audiência na tevê com o seriado homônimo apresentado pela Globo aos domingos.
Por conta do êxito comercial, As Quatro Estações virou disco ao vivo com direito a DVD. Uma produção sensacional, que levava ao palco aromas e inúmeros efeitos especiais. A repercussão positiva levou a dupla para o Rock in Rio de 2001 (acompanhei essa apresentação e também os shows de Britney Spears, Aaron Carter, Five e N’Sync na famosa noite teen do festival).
Sucesso
Em 2001, a dupla já estava na faixa das 18 horas da Globo com a novela Estrela-Guia quando veio à capital paranaense com a tour de As Quatro Estações, no dia 8 de abril. Foi uma loucura. O Jockey estava abarrotado de fãs e os organizadores criaram uma logística maluca de atendimento à imprensa. Os jornalistas entraram em uma van, que dava inúmeras voltas pela área do evento. Até chegar aos irmãos, foi uma maratona.
Ainda em 2001, em outubro, os cantores voltaram à cidade com a missão de divulgar o 11º disco da carreira, que levava o nome deles e trazia hits como “Não Dá Pra Não Pensar”. À época, o evento, que foi realizado no antigo Hotel Rayon, ao lado da Rua 24 Horas, interditou toda a região central da capital paranaense.
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Vieram outras apresentações, como o show de 2002 no Couto Pereira para quase 30 mil pessoas (a tour baseada no disco e DVD Sandy e Junior Ao Vivo no Maracanã, que levou 70 mil espectadores ao estádio), pautas por conta do lançamento de novos álbuns e o evento especial, em São Paulo, no fim de 2003, para a première de Acquária. A dupla apostou no universo da ficção científica para estrear em um projeto solo na tela grande, com direito a muita música (vale lembrar que eles participaram de um longa com Renato Aragão em 1997 – O Noviço Rebelde).
No aniversário da capital paranaense, em 2004, a festa teve direito a Sandy e Junior. Quase 100 mil pessoas foram até o Parque Barigui, uma loucura pop.
O último show da dupla em Curitiba antes da turnê de despedida foi em 2005, na Pedreira Paulo Leminski, durante o Carrefour Music Fest. Sandy e Junior dividiram o palco com Jota Quest.
Em 2007, por conta do fim da parceria da dupla, preparei uma edição especial da Gazetinha (o extinto suplemento jovem da Gazeta do Povo). Foi um material marcante, pois era uma história que traduzia o crescimento e a interação do caderno com o seu público. De uma certa forma, todos faziam parte deste momento e o show de despedida na capital foi prova disso.
Acompanhar Sandy e Junior foi em algumas situações bastante estressante, confesso, mas também foi muito especial. Conheci fãs incríveis, que se tornaram bons amigos. Tive a chance de ver um trabalho bem conduzido e com extremo profissionalismo, além de vivenciar uma época que até hoje permanece na memória afetiva de muita gente.
A verdade é que a dupla inspirou e agitou a rotina de crianças e jovens durante anos. Uma influência positiva e bastante saudável. Em 2010, Sandy deu o pontapé inicial na carreira solo e o primeiro show foi em Curitiba.
O contato com eles sempre foi muito tranquilo. Atenciosos, focados e dedicados ao trabalho. A mãe, Noely, também se revelou uma grande empresária. Desenhou muito bem a carreira dos filhos, que não por acaso se tornaram fenômenos da música brasileira.
Obs.: vale lembrar que o canal de tevê a cabo Viva exibe o seriado Sandy e Junior de segunda a sexta, às 11 horas.
Playlist – #SandyeJunior
https://open.spotify.com/user/spotify/playlist/37i9dQZF1DXbwwWAXd05EI