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Home Crônicas Helena Perdiz

Porteiro

Helena Perdiz por Helena Perdiz
1 de fevereiro de 2018
em Helena Perdiz
A A
Porteiro

Foto: Leviticuslifestyle.

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Atendeu o celular.

– Alô.

Anúncio. Deslize para continuar lendo.

– A senhora deixou o gás do seu apartamento aberto.

– Oi? Quem é? É o porteiro?

– É o porteiro.

– Eu vou até aí desligar. Me dá cinco minutos.

– Não dá tempo.

– Pede pro zelador arrombar minha porta!

– Não adianta mais.

– Como não? O que aconteceu?

– O prédio explodiu.

– QUÊ?

– Explodiu.

Começou a tremer.

– Como assim explodiu? O prédio inteiro?

– Não foi o prédio inteiro, só a sua torre.

– Meu Deus! Minha torre inteira?

– Sua torre inteira. Não tinha ninguém dentro, só o gato daquela moça.

– Eu matei o gato da moça?

– Matou.

– Eu não acredito!

– Acredite, morreu.

Começou a chorar.

– Não dá tempo.
– Pede pro zelador arrombar minha porta!
– Não adianta mais.

– Eu matei o gato da moça!

– Mas o resto tá tudo certo, o seguro vai cobrir.

– Ninguém vai trazer o gato de volta!

– Não, o gato, não.

Levantou. Sentou de novo.

– E o que eu faço agora?

– Acho que é bom dar uma rezadinha.

– Pelo gato, sim. Mas e pelo prédio?

– Não tem mais prédio, senhora.

– E você me ligou só pra jogar isso na minha cara durante o meu trabalho?

– É que a polícia tá aqui e precisa do seu depoimento.

– Eu nem estava aí.

– Mas o apartamento é da senhora.

– E como você sabe que o gás estava vindo do meu apartamento?

– O vizinho do lado veio avisar que estava sentindo o cheiro lá do apartamento da senhora, daí já explodiu enquanto ele estava aqui. Foi bonito de ver, nunca imaginei que era assim. Muita fumaceira.

Ficou um tempo sem responder.

– Posso ligar daqui a pouco? Preciso processar tudo o que está acontecendo.

– Não dá, a polícia tá aqui. Se a senhora não vier, eles vão aí buscar a senhora, acho que dá até cadeia.

– Cadeia? Não tem nada de cadeia. Manda eles virem, então. Eu não tô em condições de dirigir.

– Certo, só um momento que eu vou falar com eles, dona Maria.

– Maria?

– Desculpa, Maria Aparecida. Esqueço que não pode falar só Maria.

Colocou uma das mãos na cintura.

– Meu nome é Ofélia!

– Ofélia?

– Ofélia.

– Não é a Maria Aparecida do 302?

– Não.

– Tem certeza?

– Olha, tenho.

– Mas que estranho, tá o seu número aqui.

– Você tá ligando da portaria de qual prédio?

– Edifício Marmota.

– Não é o meu prédio. Sei nem onde fica.

– Poxa vida! Então desculpa, foi engano.

Desligou.

Tags: crônicaGásGatomoçaporteiroprédio
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