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A menor simpatia

Henrique Fendrich por Henrique Fendrich
5 de setembro de 2018
em Henrique Fendrich
A A

Imagem: Reprodução.

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Conheci Isabel por acaso, e imagino que contra a vontade dela. Pelo menos, ela nunca demonstrou a menor simpatia nas vezes em que a encontrei na lanchonete em que trabalhava. Era morena, de estatura baixa, mas o que mais me chamava a atenção nela era a sua irritação. De fato, não se via sorriso algum enquanto servia clientes como eu. Notei isso logo na primeira vez em que lá estive, fazendo um lanche rápido antes de fazer alguma coisa na cidade.

Isabel ouvia com impaciência o pedido dos clientes e os atendia de forma apressada. Também era com visível insatisfação que recolhia os pratos e os restos deixados por nós em cima das mesas. Ela sequer respondia aos “obrigado” que lhe dirigíamos enquanto nos servia. O curioso é que não me pareceu que alguém mais se desse conta do comportamento de Isabel. Atendidos os seus pedidos, as pessoas se davam por satisfeitas e esqueciam tudo o mais ao seu redor.

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O que mais me chamava a atenção nela era a sua irritação. De fato, não se via sorriso algum enquanto servia clientes como eu.

Mas eu continuava prestando atenção em Isabel, e com o tempo passei a me antecipar às reações dela, querendo, com isso, suavizar um pouco o suplício que parecia ser o seu trabalho. Ao chegar ao balcão, por exemplo, eu já estava com o pedido muito bem decidido – nada de ficar escolhendo na hora, coisa que visivelmente a aborrecia. De um só fôlego, eu pedia um salgado para comer ali mesmo e um suco com gelo e sem açúcar. Não deixava espaço para que ela me perguntasse nada. Ela então me atendia, nunca sorrindo, e eu não dizia obrigado.

Um dia eu apareci lá e não encontrei Isabel – nem nos dias seguintes e nem nunca mais. É possível que tenha sido simplesmente demitida. Pode ser que um dia o chefe tenha reclamado do comportamento dela, e isso tenha gerado uma discussão que tornou insustentável a sua permanência. Mas eu gosto de pensar que Isabel finalmente conseguiu fazer aquilo que gosta – ou mais, aquilo para o qual tem talento. Que nunca mais precisará fazer coisas aborrecidas só para sobreviver. Que, enfim, tenha conseguido proclamar a sua independência.

Tags: crônicaindependêncialanchonetesimpatiatrabalho
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