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Home Crônicas Henrique Fendrich

Fui ao circo

porHenrique Fendrich
18 de outubro de 2017
em Henrique Fendrich
A A
"Fui ao circo", crônica de Henrique Fendrich.

Imagem: Reprodução.

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Embora vez ou outra eu banque o palhaço, é sempre de forma autodidata, não tenho praticamente nenhuma experiência de circo. Fui uma vez só, eu devia ter uns dez anos, se tanto. O circo era bom e os palhaços eram muito engraçados. Bem, pode ser que não fossem tão engraçados assim, quando você tem dez anos você ri com muito mais facilidade. Mas fiquei com uma imagem boa dos circos, e foi a essa lembrança boa que me remeti ao descobrir que um circo estava instalado em Itaiópolis, e com um preço promocional justamente no dia em que eu lá estive.

Ora, era sempre melhor do que ficar no hotel vendo TV, de modo que me dirigi para lá. Fui cedo, ainda anoitecia, mas já havia um punhado de gente na frente. Pais, mães, filhos, famílias inteiras, quem é que vai sozinho ao circo, não é mesmo? Encostei-me a um poste e fiz cara de quem estava esperando alguém. Já estava escuro quando abriram e então eu procurei um lugar para sentar, ocasião em que mais uma vez se evidenciou a minha solidão, ninguém ao meu lado. Mas logo aquilo encheu, Itaiópolis inteira foi ao circo naquela noite. E veio então aquele cara que fica tirando foto das pessoas, dos grupinhos, das famílias, assim, como quem não quer nada, mas no meio de espetáculo ele irá aparecer de novo para vender o material. O sujeito deve ter me olhado e se perguntado a qual grupinho eu pertencia. A grupo nenhum, meu senhor, e assim não ganhei uma foto.

Apagam-se as luzes, começa o espetáculo. Um número de malabarismo, um número de trapézio. O pessoal era bom, não aconteceu nenhuma tragédia ali. Veio então o palhaço. A crise chegou aos circos, pois o palhaço também era o malabarista e um dos motoqueiros do Globo da Morte – não reparei bem, mas talvez fosse o bilheteiro. Veio o palhaço e começou a fazer palhaçadas, mas, coisa extraordinária, eu mal ri – ah, que falta fazem os meus dez anos. Se eu ri foi de nervoso, porque o palhaço escolhia gente da plateia para participar de um número. Por sorte ele precisava de gente forte e musculosa, então nem por um momento eu corri o risco de passar vergonha.

A crise chegou aos circos, pois o palhaço também era o malabarista e um dos motoqueiros do Globo da Morte – não reparei bem, mas talvez fosse o bilheteiro.

Tinha também um mágico, o mágico não era o palhaço. Fez um número com pombas ao som de Dire Straits. O palhaço voltou e mandou chamar as crianças lá na frente, porque ele tinha uns brinquedinhos para elas. Ah, fácil como tirar doce de uma criança. As crianças podiam pegar, mas se quisessem levar tinham que chamar os pais para comprar. Uma confusão de crianças e pais estabeleceu-se na frente do palco e veio então o intervalo, também conhecido como tempo para vender pipocas e refrigerante.

Não comprei nada, eu queria ver o Globo da Morte. Na outra vez eu fui ao circo ainda não tinha essa de Globo da Morte. Veio o Globo da Morte, o palhaço se vestiu de Batman, porque, decerto, precisa de superpoderes para andar naquilo. O fato é que ninguém morreu durante a apresentação. Teve mais um ou outro número, e quando acabou a gente não tinha certeza se tinha acabado ou ainda tinha mais.

No outro dia, eu encontrei palhaços e trapezistas caminhando normalmente na rua, o que foi para mim um grande espanto, pois ainda não havia me dado conta de que, nas horas vagas, eles são pessoas normais. Eram todos bastante jovens também. Ainda teriam muita palhaçada para assistir neste país.

Tags: circoCrônicaItaiópolisPalhaço

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