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Home Crônicas Henrique Fendrich

História de uma laranja

Henrique Fendrich por Henrique Fendrich
13 de fevereiro de 2019
em Henrique Fendrich
A A
História de uma laranja, crônica de Henrique Fendrich

Natureza-morta com laranjas, obra de Paul Gauguin (1848-1903), Museu de Belas-Artes de Rennes. Imagem: Paul Gauguin/ Bridgemanimages.

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– A senhora abriu uma empresa no seu nome para participar de processo de licitação?

– Eu não sei dizer. O meu falecido marido pediu para eu assinar uns papéis e eu assinei.

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– O que o seu marido disse para a senhora assinar?

– Ele disse “vamos fazer isso para ter uma renda a mais”, né? Aí eu assinei.

– A senhora estava habilitada a fazer o serviço previsto na licitação?

– Eu não, eu não sabia fazer nada, eu só ficava em casa. Nunca trabalhei fora.

– Então quem faria o serviço?

– O meu marido.

– A senhora era então uma espécie de “laranja” no processo de licitação?

– Não sei como é que fala, não sei como é isso. Eu só assinei os papéis que ele me deu.

– A senhora era então uma espécie de “laranja” no processo de licitação?
– Não sei como é que fala, não sei como é isso. Eu só assinei os papéis que ele me deu.

– Ele dava os papéis para a senhora assinar e não dizia nada?

– Eu sabia que tinha a ver com isso de “licitação”, mas eu não entendo nada disso.

– Então ele levava os papeis para casa e a senhora assinava?

– É, eu assinava em casa, porque eu quase não saía. Eu tenho as minhas meninas para cuidar, não trabalhava, não saía, aí ele trazia para casa os papéis e eu assinava.

– A senhora não lia o que estava assinando?

– Não, mas é que eu sempre confiei nele, a gente vivia junto há tanto tempo, né? E é como eu disse, eu não entendo nada disso de licitação, nem ia adiantar eu ler.

– Quem elaborou a proposta que a senhora assinou?

– Isso eu não sei dizer, ele trouxe pra mim tudo pronto, só faltava assinar.

– A senhora tinha consciência de que estava participando do processo licitatório?

– Eu não sei o que isso significa, eu só assinei, não entendo nada de licitação.

– A senhora chegou a pensar que fosse uma “fachada” para beneficiar outra empresa?

– Não, não imaginei. Meu marido falou que ia ajudar na renda, só nisso que pensei.

– Por acaso a senhora conhece o vencedor do processo licitatório?

– Eu não conheço, fui saber quem era na audiência. Eu nunca fui nem na prefeitura, podem perguntar lá, nunca fui lá, e olhe que meu marido era vereador.

– O seu marido era aliado político do vencedor da licitação?

– Eu não sei dizer, eu não me envolvo com essas coisas. Eu tenho as minhas meninas para criar, eu fico em casa, sempre em casa, eu não converso sobre política.

– A senhora sabe por que a empresa não foi aberta no nome do seu marido?

– Ele disse que era porque ele era vereador, daí não podia, alguma coisa assim.

– Vocês chegaram a pensar o que fariam para cumprir o contrato, caso ganhassem?

– Isso era o meu marido quem podia dizer, porque eu não discuti nada, eu não fiz nada, eu não entendia nada. Ele não conversava comigo sobre essas coisas.

– A senhora acha admissível participar de licitação sem condições de prestar o serviço?

– Não, não acho.

– E a senhora não desconfiou em nenhum momento que poderia ser uma fraude?

– Não, não tinha motivo para desconfiar, era o meu marido quem entendia dessas coisas.

– Mas a senhora sabia que ele iria participar da licitação usando o seu nome.

– Sim, isso eu sabia.

– E não tinha conhecimento de alguma irregularidade ou fraude nessa ação?

– Não, não tinha. Acho que meu marido não participaria de nenhuma fraude.

– Mas a senhora…

– Gente, eu tô nervosa, não gosto de estar aqui, por favor, me deixem ir para casa!

Tags: crônicafraudehistórialaranjalicitação
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