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Home Crônicas Henrique Fendrich

O ouro e a prata

porHenrique Fendrich
25 de julho de 2018
em Henrique Fendrich
A A
"O ouro e a prata", crônica de Henrique Fendrich.

Imagem: Reprodução.

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Maico precisava ser encontrado. Foi por isso que ele dirigiu por oito horas até a sua cidade natal, onde também havia conhecido Maico. Mas ele não tinha ideia de como fazer para encontrá-lo. Podia ser que já tivesse se mudado de cidade, como ele mesmo fizera. De toda forma, era por lá que devia começar a procurá-lo. Décadas já haviam se passado desde que os dois tinham cursado a 2ª Série. Sentavam-se um ao lado do outro. Maico chegara no meio do ano, vindo de algum outro lugar. Foram apenas quatro meses de convivência, porque no ano seguinte seria ele a se mudar de colégio. Depois nunca mais teve notícias de Maico, e por isso a sua missão não era nada fácil.

Ele não sabia sequer qual era o sobrenome de Maico. Essas coisas não tem importância aos oito anos de idade. A primeira coisa que lhe ocorreu foi ir até a escola em que os dois estudaram. Quem sabe dissessem o sobrenome do Maico que estudou com ele na 2ª série. Foi até lá e contou o que queria, mas se atrapalhou para falar. É que não queria revelar toda a verdade. O pessoal da secretaria achou muito estranho esse interesse por informações de terceiros, ainda mais vindo de um desconhecido. Não estavam dispostos a mostrar nada. Ele se apresentou, disse quem era, falou do seu avô, um antigo alfaiate da cidade. Mas isso já fazia muitos anos e ninguém ali se lembrava do seu avô. Foi quando ele percebeu o ridículo da sua situação. Os funcionários olhavam para ele como se fosse um maluco, e ele não sabia o que mais dizer para se explicar. Saiu de lá apressado. Haveria de tentar outra coisa para encontrar Maico.

Maico precisava ser encontrado. Foi por isso que ele dirigiu por oito horas até a sua cidade natal, onde também havia conhecido Maico. Mas ele não tinha ideia de como fazer para encontrá-lo.

Então lhe ocorreu o cartório. Foi até lá com o propósito de realizar uma grande busca nos livros de registros de nascimento. Buscaria todos os Maicos que tivessem nascido na mesma época que ele, ou um ano antes, um ano depois. Um deles talvez fosse o seu. Mas ele também não tinha certeza de que Maico tivesse nascido ali, na mesma cidade que ele.

Seja como for, era algo a se tentar. Pediu que a funcionária identificasse todos os Maicos, Maicons, Michaels e similares. Era duro admitir, mas ele não sabia exatamente como se escrevia o nome dele. Na sua cabeça, era Maico, mas não se poderia descartar a possibilidade de um “N” ao fim. Era melhor olhar todos. A atendente olhou, mas não na hora. Ele foi a um hotel, onde passou a noite. Já não tinha mais conhecidos na cidade em que viera ao mundo.

Voltou no outro dia. Foram 29 Maicos os que a atendente encontrou, incluindo as variações com K e Y. Nascia muito Maico naquele tempo. Precisou pagar caro por cada um deles, mas, por fim, obteve os dados que precisava. A primeira coisa que fez foi jogar no Google o nome e o sobrenome dos pais. O problema é que havia muito sobrenome comum. De que adiantava digitar “Maicon Pereira”, “Maycon da Silva”? Então passou a associar o nome à cidade. Foi assim que descobriu o perfil em redes sociais de três Maicos que, muito provavelmente, eram os mesmos dos registros de nascimento, mas seria algum deles o mesmo que procurava? Eles não se pareciam com a imagem que tinha de Maico, mas havia se passado tanto tempo… Mandou mensagem para os três. Um não chegou a visualizar. Outro visualizou, mas não respondeu. E o terceiro disse logo que não era ele.

Mandou mensagem para outros Maicos, mas de nenhum teve uma resposta positiva. Começou a pensar que ele havia saído da cidade. Talvez ele fosse filho de um gerente de banco, gente que costuma se mudar de cidade. Não havia ele entrado no meio do ano letivo? No dia seguinte iria aos bancos a fim de descobrir quem eram os gerentes naquela época.

Outra vez no hotel, olhou para o seu celular. Não havia nenhuma notificação de nenhum amigo.

Tags: AmigoamizadeCrônica

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