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Onde haverá uma casa?

Henrique Fendrich por Henrique Fendrich
12 de agosto de 2020
em Henrique Fendrich
A A

Imagem: Reprodução.

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Nasce uma criança. É uma Filha da Terra, tem em seus genes inscrita a biologia da Terra. Seu DNA é semelhante ao DNA de todas as demais coisas que existem na Terra. Ela tem direito aos Raios de Sol, às Gotas de Chuva, ao Banho de Mar, ao Ar Puro das Árvores, aos Frutos da Terra, à Visão da Lua Cheia e das Estrelas no Céu Noturno. Ela também pode caminhar pela parte da Terra que não é água, mas com restrições. Aqui e ali, ela encontrará certos limites, divisas que significam “isso aqui é meu e você não pode entrar”. Houve muitas crianças antes dela que um dia cresceram e chegaram à conclusão de que era preciso ter um lugar só para elas. Assim, afinal, elas alcançariam Proteção e Maior Segurança. Cada criança crescida teve a mesma ideia e com isso o Mundo Todo passou a ser dividido entre algumas pessoas, os Proprietários de Terra. Por isso a criança que nasce hoje já encontra o mundo fatiado, e não será coisa fácil para ela adquirir alguma porção a que talvez tivesse direito pelo fato de ser Filha da Terra. E, sem uma porção de terra, onde haverá uma casa? Nasce-se no mundo, mas é muito difícil residir nele.

Sem uma porção de terra, onde haverá uma casa? Nasce-se no mundo, mas é muito difícil residir nele.

Existe uma coisa chamada “direito à moradia” – está lá na Constituição. Querida Criança, repare que não é um direito à “moradia própria”, apenas à moradia. Todo cidadão tem direito a um teto sob a sua cabeça, mas não necessariamente o seu. Apenas quem for bem sucedido no Jogo da Vida é que tem o direito a uma construção própria. O direito dos demais é o de ter uma moradia alheia. O direito dos demais é o de procurar a moradia de uma pessoa tão bem sucedida que tem mais de uma. Há pessoas que exercem tão plenamente o seu direito à moradia que possuem duas, três ou mais. Mas elas não precisam de tanta moradia assim. E estão dispostas a ceder a outros as suas Moradias Não Essenciais. Em troca, pedem, tão somente, uma gratificação, mês a mês, porque, obviamente, é preciso recompensá-los pelo fato de terem tido tanto Sucesso na Vida que hoje podem se dar ao luxo até de dispensar moradias.

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Aprendei as regras da vida. Todo cidadão tem o seu direito à moradia, mas todo cidadão precisa dar algo em troca por ela. Não se dá moradia assim, de mãos beijada. Se o cidadão não tem condições de comprar a sua própria moradia, o mínimo que se espera dele é que pague uma quantia mensal àqueles que tiveram condições. Tu e o Proprietário de um Imóvel têm um DNA quase idêntico, e ambos são parceiros de uma mesma época, de um mesmo lugar e de uma mesma e prodigiosa aventura terrena, mas ele tem uma propriedade e você não, ele pode exigir coisas de você, ele pode escolher a quem conceder o direito à moradia dele, e talvez não seja a você…

Sem ter condições de fazer as Contribuições Mensais ao Proprietário, o cidadão perde o direito ao direito à moradia, sendo ele o responsável por ofender os Preceitos Previstos na Carta Magna. Há ainda uma Possibilidade de Redenção por meio da Sorte, que definirá quem terá o direito à moradia em uma Moradia Popular. Os azarados continuarão vivendo, enquanto der, na casa dos outros mesmo, na porção de terra que os outros arrumaram para si e disseram “é meu” antes que Terceiros o fizessem.

A Terra tem 4,5 bilhões de anos, os humanos surgiram ontem, mas já se assenhoraram de tudo o que havia, e creem, contra as evidências, que assim permanecerão para sempre. Já atribuíram preços às porções de terra com Concreto Erguido, decidiram que todo ano o preço deve subir, e já podem viver unicamente das casas que um dia foram capazes de comprar. Então a criança que nasce, uma cria do mundo, não tem assegurado o direito de habitá-lo.

Tags: casacrônicahabitaçãomoradiamundoresidência
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