• Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
14 de agosto de 2022
  • Login
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
Escotilha
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
Home Crônicas Henrique Fendrich

Um elogio ao computador

Henrique Fendrich por Henrique Fendrich
6 de julho de 2016
em Henrique Fendrich
A A
um elogio ao computador

Imagem: Reprodução.

Compartilhe no TwitterEnvie pelo WhatsAppCompartilhe no Facebook

Já não posso dizer que nasci na época errada. Duas gerações, apenas duas gerações atrás, e eu não conseguiria me comunicar. Porque seria preciso falar, falar sempre e em todas as situações, mas falar é improvisar, e eu não sei falar coisa alguma sem pensar em tudo o que vou dizer. Falar não admite backspace. Por isso me atrapalho, eu sei que me atrapalho, e nada mais natural que então eu evite falar, que fale apenas o necessário. Entretanto, eu desejo me comunicar, há muitas coisas que passam pela minha cabeça e eu gostaria que elas chegassem a outras pessoas. Poderia escrever, mas escrever para quem, quem iria ler, se todos estavam acostumados a falar de viva voz mesmo? Não, eu permaneceria incomunicável sem computador.

Seria impenetrável, meu silêncio perturbaria a todos, e isso o tempo inteiro, não apenas naqueles tristes momentos em que escrever não é de nenhuma serventia. Mas agora, do Windows 95 para cá, existem alguns instantes no meu dia em que eu estou em igualdade de condições com o resto do mundo, se é que não estou melhor, pois eu já gostava de escrever, conhecia as regras, os macetes, não tive nenhuma dificuldade quando o mundo precisou se adaptar e escrever para continuar existindo. E eu me saio tão bem, me sinto tão à vontade, que seria até estranho se não gostasse de passar meu tempo ali, diante de uma tela que não me olha, não me julga, e que se algo der errado ainda me permite fechar a janela e fugir.

Anúncio. Deslize para continuar lendo.

Do Windows 95 para cá, existem alguns instantes no meu dia em que eu estou em igualdade de condições com o resto do mundo.

Mas de toda parte chegarão apelos, sai da frente desse computador, vai dar uma volta, vai conversar com gente de verdade, e sempre vêm de quem não é tímido, ou fóbico, ou feio, ou inseguro, ou desajustado, ou seja, de quem já vivia muito bem antes de ter um computador em casa. Claro, nem por um momento eu negaria a superioridade da vida real, mas tem gente que tem mais dificuldade, não sabe como interagir com as pessoas, e aí o computador ajuda, diminui um pouco a solidão, torna a vida mais tolerável, chega a dar até uma esperança…

Porque eu não conheço quem não tenha tentado sair do virtual para o real, quem não tenha tido a impressão de que o real seria um pouco mais fácil se antes tivesse passado pelo virtual. Nem sempre dá certo, às vezes só depois de se encontrar pessoalmente é que a gente percebe como é diferente, às vezes a gente não consegue ser ao vivo da mesma forma que a gente é online. Ah, mas basta um, um caso de sucesso, de gente que se conheceu pela internet, casou e foi feliz para sempre, para que a gente ache que também é o nosso caso e viva nessa expectativa.

Assim cruzei cidades, mais de uma vez, tentando transformar em realidade o que meus dedos digitavam e o que meus olhos liam, sem ter muito sucesso, é verdade, mas quem pode dizer que não aprendi alguma coisa, que no fim das contas eu não esteja lidando melhor com este mundo concreto por trás dos teclados? É certo que ainda não tão bem quanto escrevo, ando escrevendo cada coisa, ando arrancando cada confissão do peito, e pior, sem medo de colocar no ar, nessa grande rede mundial de computadores que me tornou, a seu modo, um tagarela.

Tags: amigo virtualcomputadorcrônicanamoro virtualvida virtual
Post Anterior

‘Destinos e Fúrias’: (in)felizes para sempre

Próximo Post

‘Cropsey’ embaralha limites entre realidade e ficção

Posts Relacionados

"Drama da mulher que briga com o ex", crônica de Henrique Fendrich.

Drama da mulher que briga com o ex

24 de novembro de 2021
"A vó do meu vô", crônica de Henrique Fendrich

A vó do meu vô

17 de novembro de 2021

Saint-Exupéry e o mundo deserto

10 de novembro de 2021

Das laranjas e dos crepúsculos

3 de novembro de 2021

Pedalando na chuva

27 de outubro de 2021

Mulher do 3×4

20 de outubro de 2021

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

  • Salman Rushdie com seu livro 'Os Versos Satânicos'

    A polêmica de ‘Os Versos Satânicos’

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • 4 coisas que você precisa saber para entender ‘WandaVision’

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘Tudo é rio’, de Carla Madeira, é uma obra sobre o imperdoável

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘A Ilha’ traz personagens perturbados para elevar e manter o suspense

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘A Casa Mágica da Gabby’: por muito mais gatinhos fofinhos e coloridos

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
Instagram Twitter Facebook YouTube
Escotilha

  • Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Colunas
    • Cultura Crítica
    • Vale um Like
  • Crônicas
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção

© 2015-2022 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Cinema & TV
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Colunas
  • Artes Visuais
  • Crônicas
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2022 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In