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A poesia marginal vai à Flip com Ana Cristina César

A escolha de Ana Cristina César como homenageada da Flip funciona como ruptura no status quo do evento.

porJonatan Silva
15 de janeiro de 2016
em Literatura
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A poesia marginal vai à Flip com Ana Cristina César

Imagem: Reprodução.

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A escolha de Ana Cristina César (1952 – 1983) como homenageada da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) de 2016 deixou muita gente surpresa. E não é para menos. Um dos nomes mais importantes da chamada Geração do Mimeógrafo – que teve entre os asseclas gente do calibre de Torquato Neto (1944 – 1972), Chacal e Paulo Leminski (1944 – 1989) –, Ana Cristina significa uma ruptura na tradição do evento, o mais importante do país.

As edições anteriores da Flip tiveram como patronos cânones daquilo que conhecemos – às raias do pejorativo – como “alta literatura”. Em 2003, em sua estreia, a feira homenageou Vinicius de Moraes (1913 – 1980). No ano seguinte foi a vez de Guimarães Rosa (1908 – 1967) e em 2005, Clarice Lispector (1920 – 1977). Talvez o nome mais controverso entre os homenageados até então tenha sido o de Nelson Rodrigues (1912 – 1980), embora ele hoje faça parte do establishment graças às adaptações de suas obras para a televisão. Em 2015, o poeta modernista Mário de Andrade (1893 – 1945) foi resgatado pela festa.

A morte prematura de Ana Cristina, atirando-se da janela do 8º andar do apartamento dos pais em Copacabana, impediu que versos tão singelos como “Tenho ciúmes deste cigarro que você fuma / Tão distraidamente” ganhassem o mundo como o merecido. Fora de catálogo há mais de duas décadas, sua poesia só voltou a ser reeditada em 2013 no volume Poética, publicado pela Companhia das Letras quase na mesma época em que a editora lançou Toda Poesia, de Leminski, e Poesia total, de Wally Salomão (1943 – 2003).

Em parte, o respaldo de uma grande casa publicadora trazendo à tona textos clássicos da poesia marginal oferece certo respaldo à escolha. Mas existe também uma preocupação em levantar os olhos aos lados mais escondidos da produção literária brasileira. “A obra de Ana C. é densa, pulsante, e conquista leitores em todas as partes do mundo. A homenagem vai poder iluminar áreas menos conhecidas de sua obra e desfazer alguns lugares-comuns a respeito de sua vida”, justificou o curador Paulo Werneck à revista Brasileiros.

 A dessacralização dos bastidores é perfeito para Ana Cristina, uma mulher além do seu tempo e que não estava interessada em ser uma estrela.

Ainda que o nome de Ana Cristina esteja ligado intimamente à sua produção poética, ela se dedicou também à tradução da poetisa norte-americana Emily Dickinson (1830 – 1886) e da contista neozelandesa Katherine Mansfield (1888 – 1923).

Contra a maré

Como já vimos, homenagear Ana Cristina César é nadar contra a maré. A Flip, que nasceu em 2003 por obra e graça de Liz Calder, uma inglesa que veio parar no Brasil após o marido ser transferido para a Lua – como ela mesma disse à finada e saudosa Bravo! – sempre foi um evento eclético e até democrático. Afinal, nada mais democrático que permitir ao romancista pernambucano Raimundo Carrero confundir o norte-americano Paul Auster com o gerente de uma pousada. Em Paraty, nem todos são celebridades.

Por isso, a dessacralização dos bastidores – e do front – é perfeito para Ana Cristina, uma mulher além do seu tempo e que não estava interessada em ser uma estrela, mas fazer parte de uma constelação.

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Tags: Ana Cristina CésarFlipgeração do mimeógrafoLiteraturaPoesiapoesia marginal

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