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Antonio Obá é tema de exposição na Pinacoteca e livro da Cobogó

Com exposição na Pinacoteca e livro publicado pela editora Cobogó, obras de Antonio Obá ganham destaque. Artista é um dos mais proeminentes de sua geração.

porAlejandro Mercado
22 de junho de 2023
em Artes Visuais, Literatura
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O artista Antonio Obá, homem negro, careca, usando vestes pretas. Seu semblante é sério.

Antonio Obá, um dos maiores talentos da arte contemporânea brasileira. Imagem: Diego Bresani/Divulgação.

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Nascido em Ceilândia e atualmente radicado em Brasília, Antonio Obá tem conquistado reconhecimento nacional e internacional com suas exposições, que ocupam espaços culturais ao redor do mundo. O interesse por sua arte fez com que o artista ganhasse, entre maio e junho, um livro pela editora Cobogó e uma exposição na Pinacoteca.

Com um trabalho que aborda questões de identidade, cultura afro-brasileira e memória história, Obá tem explorado as contradições na construção do Brasil, destacando a importância e ressignificar o corpo negro e desafiar os estereótipos impostos. Através de uma estética expressiva e simbólica, sua obra convida o espectador a refletir sobre as narrativas e experiências dos afrodescendentes no contexto brasileiro.

Curiosamente, a história da região administrativa em que Obá nasceu se cruza com seu objeto. Ceilândia foi resultado de uma remoção à força de família residentes em áreas irregulares de Brasília, em história que “aproxima o Brasil da África do Sul no auge do apartheid”, como apontado em reportagem do Poder360.

‘Antonio Obá: Revoada’

Pintura Fata Morgana, de Antonio Obá
“Fata Morgana”. Imagem: Antonio Obá.

A partir do próximo sábado, a Pinacoteca de São Paulo traz uma exposição inédita dos trabalhos do artista brasiliense. Com curadoria de Ana Maria Maia e Yuri Quevedo, a mostra intitulada Antonio Obá: Revoada apresenta uma série de pinturas e uma instalação inédita. A exposição marca a primeira vez que um artista brasileiro ocupa a Galeria Praça, recém-inaugurada na Pina Contemporânea.

Um dos destaques da exposição é a instalação inédita “Revoada”, que emana um diálogo com a história do museu. O artista, inspirado pelo passado da Pinacoteca, decidiu utilizar a técnica de fundição, ensinada no antigo Liceu de Artes e Ofícios, para criar a instalação. Durante meses, Antonio Obá realizou oficinas na Pina Contemporânea, na Ocupação 9 de Julho e no Colégio Vera Cruz, moldando aproximadamente 200 pares de mãos de crianças em resina.

Essas peças, simbolizando a presença infantil, agora serão expostas na Galeria Praça, que preserva os arcos trabalhados em ferro da antiga Escola Estadual Prudente de Morais. A instalação é uma representação do artista sobre a importância da educação e da memória coletiva, promovendo a ressignificação e a transformação. O artista busca ressignificar momentos históricos, especialmente marcos de violência e luta por direitos das pessoas negras nos Estados Unidos, atribuindo a eles novos significados.

A infância como fio condutor

Pintura Wade in the water, de Antonio Obá.
“Wade in the water”. Imagem: Antonio Obá.

A arte de Antonio Obá é figurativa, expressiva e carregada de simbolismo, investigando as contradições na construção do Brasil.

Por meio de suas pinturas, Obá transmuta tragédias em episódios poéticos, sem apagar a dor do passado. A figura da criança é o fio condutor de toda a exposição, destacando-se como tema central nas obras de Antonio Obá.

Ao longo da exposição, cerca de 20 pinturas organizam-se em torno do tema e de um movimento vertical característico do trabalho de Obá. Um exemplo é a obra intitulada “Figuras no caminho ‘Criança suspensa'” (2022), na qual o artista retoma a iconografia cristã da crucificação, suspendendo um garoto sobre pernas de pau seguradas por duas meninas.

Essa suspensão simbólica retira o garoto do tempo corrente, criando um espaço sem dor, onde a coroa que antes era de espinhos se transforma em flores. As crianças retratadas nas obras de Antonio Obá são representadas como agentes ativos do seu tempo, conscientes e capazes de transformar o mundo ao seu redor.

‘Antonio Obá’: arte carregada de simbolismo

"Trampolim – banhista", arte que ilustrou a capa de 'O avesso da pele', de Jeferson Tenório, publicado pela editora Todavia
“Trampolim – banhista”, arte que ilustrou a capa de ‘O avesso da pele’, de Jeferson Tenório, publicado pela editora Todavia. Imagem: Antonio Obá.

O livro Antonio Obá, lançado pela editora Cobogó, reúne a obra do artista homônimo. Com textos das curadoras Diana Campbell e Diane Lima, a publicação apresenta pinturas, objetos e performances que exploram temas relacionados à cultura afro-brasileira, história e tradições africanas.

A arte de Antonio Obá é figurativa, expressiva e carregada de simbolismo, investigando as contradições na construção do Brasil e refletindo sobre a ideia de uma identidade nacional através do tensionamento da memória racial, histórica e política do país.

O artista utiliza figuras humanas em suas obras, representando tanto pessoas comuns quanto personalidades históricas da cultura afro-brasileira. Ele busca perturbar arquétipos e padrões impostos pela sociedade, tirando o corpo negro de um lugar de vergonha e exploração. Segundo Obá, seu objetivo é “recuperar, reconfigurar e narrar imagens que podem resgatar a dignidade de um corpo que foi historicamente negado, marginalizado, comercializado, distorcido e apagado”.

A arte de Antonio Obá como performance ritual e crítica

Capa do livro 'Antonio Obá', publicado pela editora Cobogó
Capa do livro ‘Antonio Obá’, publicado pela editora Cobogó. Imagem: Elif Tanman/Escotilha.

Suas criações exploram o vasto repertório cultural-religioso presente no território brasileiro. Uma das pinturas destacadas no livro é “Dança dos meninos” (2021), inspirada em um videoclipe de Milton Nascimento. Nessa obra, jovens negros criam um novo significado a partir do passado, por meio de uma dança de liberdade que carrega o vermelho da terra de Minas Gerais, marcada pela opressão nas relações trabalhistas, religiosas e raciais.

O trabalho do artista não está inserido apenas no contexto da performance ritual, mas também da crítica à violência racial. Em “Wade in the Water II” (2020), Obá faz referência a George Floyd, assumindo poderes de Iemanjá e caminhando destemido sobre o mar em direção ao espectador.

Antonio chama atenção para questões como o apagamento, a invisibilização e a subalternização da cultura afro-brasileira. Sua arte utiliza uma estética e técnicas mistas, combinando elementos da arte tradicional africana e da arte contemporânea ocidental. O artista subverte e manipula a história como forma de transcender e transfigurar a dor do passado. Para Diana Campbell, a obra de Obá atrai “nosso desejo coletivo por um futuro mais igual, amoroso e justo”, através da “construção da narrativa de um corpo negro que transcende o sofrimento e retorna às suas origens nobres, com base nas lições adquiridas ao longo de gerações de sacrifícios e lutas dos movimentos de solidariedade”.

SERVIÇO | Antonio Obá: Revoada

Onde: Pinacoteca (Av. Tiradentes, 273 | São Paulo/SP);
Quando: de 24 de junho de 2023 a 18 de fevereiro de 2024;
Quanto: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada). Aos sábados, entrada gratuita.

Mais informações podem ser obtidas diretamente no site da Pinacoteca de São Paulo.

ANTONIO OBÁ | Diana Campbell e Diane Lima

Editora: Cobogó;
Tradução: Adriana Francisco;
Tamanho: 220 págs.;
Lançamento: Maio, 2023.

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Tags: Antonio Obáarte afro-brasileiraarte contemporâneaEditora CobogóExposição na Pinacotecaidentidade culturalMemória históricaNarrativas afrodescendentesRessignificação do corpo negro

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