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Home Literatura Contracapa

Reflexões sobre a autoficção, a pós-ficção e o “eu” na literatura

Palestra reuniu Ricardo Lísias, Julián Fuks e Tiago Ferro para debater questões da autoficção e da pós-ficção na literatura brasileira contemporânea.

Arthur Marchetto por Arthur Marchetto
27 de setembro de 2018
em Contracapa
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Reflexões sobre a autoficção, a pós-ficção e o "eu" na literatura

Imagem: Reprodução.

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As discussões acerca da autoficção surgem em diversas situações que pretendem analisar a situação da literatura contemporânea. Como já comentei na resenha de O Oitavo Selo, o termo surge na França, no fim da década de 1970, e é cunhado Serge Doubrovsky numa tentativa de caracterizar uma narrativa que mesclasse o romance e a autobiografia – principalmente com a colocação do personagem com o mesmo nome do autor.

Hoje, a produção dos grandes nomes internacionais da autoficção, como Karl Ove Knausgård, tem retomado os questionamentos sobre o termo sob o viés de associação com uma época narcisista e repleta de selfies. No Brasil, os olhos se voltam à tal narrativa com a repercussão do livro O Filho Eterno, escrito por Cristovão Tezza, e tem despertado interesse até os dias de hoje.

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Com o intuito de se debruçar sobre o tema e pensar nos relacionamentos da realidade e da ficção dentro do livro, o SESC Paulista realizou um debate com os escritores Ricardo Lísias, autor de livros como O Divórcio e Diário da Cadeia, Julián Fuks, escritor de A Resistência, e Tiago Ferro, autor de Pai da Menina Morta, mediado pelo prof. Adriano Schwartz, sob o título “Autoficção ou Pós-Ficção: a fatiga do eu”.

Na abertura do evento, ao retratar suas relações com a autoficção, Julián Fuks diz que prefere se aproximar da temática do “eu” na narrativa por meio da pós-ficção ao invés de utilizar a autoficção, já que entende que em muitos contextos o conceito é utilizado sempre com uma tomada de posição: você concorda ou não com autoficção? “Se digo ‘sou contra a autoficção’ é porque eu entendo a concepção da autoficção como um esvaziamento da possibilidade de fabulação na literatura, de criar o outro, de falar do outro, ou seja, a produção de uma literatura necessariamente narcisista, umbiguista”, afirmou o escritor. “Eu acho que isso é o pior olhar que podemos destinar para esse fenômeno”, continuou Fuks ao abordar o momento da produção que permite a distensão de possibilidades no romance e que vai além do narcisismo contemporâneo que a ideia da autoficção traz consigo.

Segundo Julián, a “autoficção descreve uma aproximação entre a invenção e o autobiográfico, mas há outras situações de distensão. Há a linguagem do romance que se aproxima do ensaio, da historiografia, do discurso político e uma série de outros hibridismos contemporâneos que não são só uma mera aproximação entre ficção e autobiografia”. O próprio uso do recurso técnico entendido como autoficcional pode ser plural: pode ser uma tentativa de intensa exploração de si, como pode também ser uma tentativa de criar uma ficcionalidade do eu.

Fuks aponta essa pluralidade em dois tipos de escritores já conhecidos: Karl Ove Knausgård e W. G. Sebald. Segundo Julián, “Sebald fala de si de passagem para chegar no outro, se aproxima do outro a partir de um discurso pessoal. Enquanto isso, Knausgård faz uma exploração das minúcias da existência que, de tão minuciosa e absoluta, já deixa de ser memória”.

Quando a gente diz ‘olha, o que interessa é o que está dentro dos livros e tudo o que está fora é indiferente’ a gente perde de vista isso de grandioso que há nessa literatura, nesse ímpeto literário, concluiu Julián Fuks.

Ao complementar o posicionamento de Fuks, Tiago Ferro trouxe sua visão de autoficção enquanto um gênero que passou a ser visto como um fetiche de mercado, um livro que é vendido como algo que explora segredos e que promete uma intimidade com a vida do autor. O escritor explica que conhecer o elemento real de uma obra muda o entendimento, mas o que incomoda é a elaboração dessa lógica em termos de mercado “que hoje se impõe de uma forma bastante forte na produção, foi manipulada e trouxe para primeiro plano o que não é o fundamental de uma obra: que é você pode ler sem saber os dados biográficos, mas que o conhecimento dá um impacto diferente”, completou.

Ao citar o próprio livro como exemplo, Tiago comentou como a recepção do livro foi diferente do que imaginou durante a escrita. Seu livro, O Pai da Menina Morta, conta a história de um pai cuja filha morreu devido a uma miocardite aguda, situação que ele também viveu em 2016, e que foi escrito com o intuito de implodir o “eu” dentro livro, mas, na recepção, as pessoas viram no livro uma espécie de caráter terapêutico, de tratamento do luto.

Tal caso serve para ilustrar o posicionamento contrário de Lísias à noção de autoficção enquanto uma espécie de guia de leitura, onde o autor supostamente guiaria o caminho do leitor dentro da narrativa de acordo com suas vivências. “Enquanto leitor, a parte da realidade não me interessa dentro do livro. O livro é uma coisa fechada. Como nós vamos informar o leitor e traçar um caminho que ele, leitor, deve trilhar sozinho? Eu não me importo em quebrar as barreiras do gênero, mas o que eu não posso é achar que o leitor tem que ouvir o que eu falo”, comentou Ricardo Lísias.

No entanto, Fuks não entende o fenômeno como algo exclusivo da recepção. “Não cabe ao autor instruir como ler o livro, só que a configuração da matéria narrada é completamente diferente quando você tem a história. Eu nunca escreveria um livro como A Resistência se eu não tivesse um irmão adotivo. A pertinência desse narrar vem dessa vivência”, afirma o autor. Julián também cita o Diário da Cadeia, de Lísias, como exemplo dessa produção que necessita de um real a priori e deixa o campo exclusivo da autoficção para entrar no que ele chama de pós-ficção.

Para o escritor Julián Fuks, a literatura dos tempos de hoje não se limita na divisão entre o real e o fictício, mas na produção feita na provocação, nos limites. “Não é o autor que senta diante do computador e fala ‘Paulo Souza’, e inventa esse nome e escreve que ‘acordou às cinco da manhã naquela segunda-feira’. Esse gesto já não tem vitalidade, não tem força narrativa, mas tem o gesto provocativo que vai parar nos tribunais, que coloca em disputa o percentual de real e ficcional [em referência ao processo do Eduardo Cunha e Ricardo Lísias]. Quando a gente diz ‘olha, o que interessa é o que está dentro dos livros e tudo o que está fora é indiferente’ a gente perde de vista isso de grandioso que há nessa literatura, nesse ímpeto literário, concluiu o escritor.

Tags: adriano schwartzautoficçãoJulián Fuksliteraturaliteratura brasileira contemporpós-ficçãoRicardo LísiasSescTiago Ferro
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