• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Literatura

Taxar livros é acreditar na ignorância coletiva

A ameaça de um imposto sobre os livros coloca em xeque a cultura como programa de emancipação.

porJonatan Silva
21 de agosto de 2020
em Literatura
A A
Imagem: Reprodução.

Imagem: Reprodução.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

O Brasil vive a sina – perpétua – de ser o país do futuro. Uma nação que não se sustenta em seu próprio presente e que não consegue entender o passado. Aquela república oswaldiana cheia de árvores e gente dizendo adeus se repete ad infinitum. Porém, com menos árvores. A recente ameaça de taxação de livros pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, faz parte do projeto de ruptura do atual governo federal, um projeto cujo cerne se debruça no desmonte da cultura e da educação, os dois únicos pilares capazes de salvar um povo do colapso e da barbárie.

Elevar o preço do livro não é nada diferente de queimá-lo. A natureza do fogo é que muda. A ideia de uma nação autônoma, que tem capacidade de interpretar e devolver a cultura que consome é o terror de qualquer tentativa de autoritarismo. É no desejo de dominação que reside a força de um governo ética e intelectualmente falho, um desejo abrigado tanto no dominador quanto no sujeito subjugado. Essa é a materialização da servidão voluntária, da construção de um exército invisível, mas que está disposto a criar uma muralha entre a ignorância e razão.

Todas as vezes em que a cultura e a educação são postas em xeque pela repressão e estagnação, a crise como estrutura de hegemonia social e econômica ganha força, sobe um degrau rumo ao olimpo dos desvalidos. Se os governos anteriores deram acesso – mas não ofereceram recursos que permitissem a deglutição de toda a produção cultural que lhes chegava à mesa –, a gestão presente quer matar de fome. Quer, a todo custo, a inanição.

A cegueira – e Borges que me desculpe – parece tomar conta de um Brasil que cai de joelho diante da sua própria sombra. E isso faz muito sentido para um país em que escritores não vivem da sua produção literária e agora, diante de uma pandemia que ajuda destruir a pouca mobilização que resta, não conseguem nem mesmo participar de eventos, feiras, etc.

É fundamental pensar a cultura como um elemento imprescindível no cotidiano e como ferramenta capaz de construir caráteres.

O Brasil não está interessado em sair da pandemia e tampouco se desfazer das muitas crises que formam o país – como um catálogo canhestro –, ao contrário, quer nadar em um mar de lama como se fosse uma piscina dionisíaca. Num momento em que uma varejista norte-americana toma conta do mercado livreiro brasileiro, em que as grandes redes nacionais dão os últimos respiros, taxar livros é a estratégia mais tacanha de elevar o obscurantismo ao patamar de consciência coletiva.

A solução é só uma: fazer um levante com grandes editoras e publishers independentes, unidos, cientes de seus papéis de formadores, não apenas de leitores, mas de um povo. É fundamental pensar a cultura como um elemento imprescindível no cotidiano e como ferramenta capaz de construir caráteres.

E nada pode acontecer senão estabelecendo um programa de valorização do escritor – e também dos demais artistas – como figura-chave dentro da sociedade – como ocorre com tantas outras categorias. Enquanto isso não passar de uma utopia, não haverá como vencer a escuridão que avança dia após dia, prometendo – falsamente – um futuro iluminado, mas que sabemos não ser mais que uma fraca luz cinza.

link para a página do facebook do portal de jornalismo cultural a escotilha

Tags: CulturaEmancipaçãoignorânciaimpostoimposto sobre livrosJair BolsonaroLiteraturaobscurantismoPaulo Guedestaxar livros

VEJA TAMBÉM

Chico Buarque usa suas memórias para construir obra. Imagem: Fe Pinheiro / Divulgação.
Literatura

‘Bambino a Roma’: entre memória e ficção, o menino de Roma

29 de maio de 2025
Nascido em Fortaleza, o escritor Pedro Jucá vive em Curitiba. Imagem: Reprodução.
Literatura

‘Amanhã Tardará’ emociona ao narrar o confronto de um homem com seu passado

28 de maio de 2025

FIQUE POR DENTRO

Retrato da edição 2024 da FIMS. Imagem: Oruê Brasileiro.

Feira Internacional da Música do Sul impulsiona a profissionalização musical na região e no país

4 de junho de 2025
Calçadão de Copacabana. Imagem: Sebastião Marinho / Agência O Globo / Reprodução.

Rastros de tempo e mar

30 de maio de 2025
Banda carioca completou um ano de atividade recentemente. Imagem: Divulgação.

Partido da Classe Perigosa: um grupo essencialmente contra-hegemônico

29 de maio de 2025
Chico Buarque usa suas memórias para construir obra. Imagem: Fe Pinheiro / Divulgação.

‘Bambino a Roma’: entre memória e ficção, o menino de Roma

29 de maio de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.