Dando prosseguimento à série de textos em que convidamos escritoras e escritores brasileiros a compartilhar um pouco sobre sua relação com a literatura, convidamos o autor Rafael Gallo.
Paulistano, Gallo possui contos publicados em revistas e antologias, como a Machado de Assis Magazine (Ed. Biblioteca Nacional, 2012), mas foi com seus dois romances, Réveillon e outros dias (Record, 2012) e Rebentar (Record, 2015), que ganhou projeção nacional. O primeiro venceu o Prêmio Sesc de Literatura, enquanto o segundo saiu ganhador do Prêmio São Paulo de Literatura. Ambos ainda foram finalistas do Prêmio Jabuti.
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Com vocês, Rafael Gallo.
Rafael Gallo
É difícil escolher apenas um livro, mas acho que Libertinagem, do Manuel Bandeira, tem um lugar especial na minha “cabeceira existencial”. Foi o primeiro livro, na minha formação como leitor e pessoa, que me deu uma grande sensação de liberdade diante do mundo. É uma sensação difícil de explicar, mas é como se você abrisse uma janela para um outro lugar, fora de tantas amarras, íntimas ou sociais.
Acho que essa sensação é algo que persigo muito na minha vida e na arte, por isso me comove tanto. E, ao mesmo tempo, o Bandeira tem uma responsabilidade muito grande com o próprio trabalho, além de uma potência gigantesca, expressa, por exemplo, no “Poética”, que é a coisa mais linda e forte.
Eu vivo retornando a esse livro, é o único que já reli várias vezes. E, claro, essa liberdade e esse cuidado com a palavra, a fim de alcançar uma expressividade pungente com o texto, é algo que me diz muito enquanto aprendiz.
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Acho que muitos livros nacionais poderiam ser encorajados, e acho que isso seria melhor do que usar a palavra, ou a prática, “obrigatória”. Por exemplo, eu acharia ótimo que na escola dessem opções entre três livros bons, por exemplo, para que o aluno pudesse escolher com qual trabalhar. Porque a leitura também está muito ligada à subjetividade. Um livro que me comova, que me leve a ser um leitor faminto por mais, pode nem fazer cócegas em você, ou vice-versa.
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A leitura também está muito ligada à subjetividade. Um livro que me comova, que me leve a ser um leitor faminto por mais, pode nem fazer cócegas em você, ou vice-versa.
Eu poderia indicar muitos escritores, especialmente nas gerações que talvez já não sejam exatamente chamadas de “novas”, como, por exemplo, Adriana Lisboa ou João Carrascoza. Mas para ficar só nos que são chamados de “novos” mesmo (isso tudo é muito relativo), eu cito Maurício de Almeida, Estevão Azevedo e Ana Martins Marques.
O Maurício ganhou o Prêmio Sesc com seu primeiro livro de contos, Beijando dentes, e recentemente venceu o Prêmio São Paulo de Literatura com seu primeiro romance, A instrução da noite. É um dos autores mais interessantes da nossa geração, com um trabalho que leva a linguagem a uma expressividade de chapar, a hora que você lê.
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O Estevão Azevedo ganhou o Prêmio São Paulo pelo romance mais recente, Tempo de espalhar pedras, que é lindíssimo, uma grande trama de personagens e histórias muito bem cuidadas e surpreendentes, é um livro brilhante.
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A Ana Martins Marques é uma poeta, que lançou em 2015 O livro das semelhanças, e deveria ter ganhado todos os prêmios por ele. Fazia tempo que descobrir a poesia de alguém não era uma coisa tão impactante para mim.
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Eu recomendo muito o trabalho desses três, para qualquer leitor.