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‘Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída’ completa 40 anos e continua a ser referência no debate das drogas

porHeloise Auer
8 de setembro de 2018
em Literatura
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Christiane F.

Christiane F. aos 15 anos, época em que escreveu o livro com dois jornalistas. Imagem: Reprodução.

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O livro Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída, lançado em 1978 e baseado em uma história real, completa neste ano quarenta anos e, apesar dos avanços no diálogo a respeito do uso de drogas, a obra continua tendo enorme relevância no debate.

A história escrita pelos jornalistas alemães Kai Hermann e Horst Rieck conta o caminho percorrido por Christiane durante sua pré-adolescência nos meados de 1976, em Berlim.

Christiane F. tinha 12 anos quando se tornou usuária de haxixe, LSD e comprimidos. Aos 13 passou a usar heroína e logo começou a se prostituir para sustentar o vício. Em fevereiro de 1978, aos 15 anos, Christiane foi convidada para participar de uma reportagem sobre a adolescência. Uma tarde de entrevistas transformou-se em dois meses de conversas e visitas a locais tomados pelo tráfico e pela prostituição. Um relato comovente, que deu base para o famoso livro Wir Kinder vom Bahnhof Zoo, best-seller em mais de 30 países e traduzido para 15 idiomas. No Brasil, vendeu cerca de 50 mil exemplares. Em 1981, inspirou o filme homônimo dirigido por Ulrich Edel e trilha sonora de David Bowie.

Decaída gradual

Eu, Christiane F. trata-se de um relato real e muito profundo da adolescência perdida, tendo como pano de fundo a Alemanha. É escrito a partir de uma documentação linear, com relatos da mãe de Christiane, dos policiais que a enquadraram inúmeras vezes por porte de drogas e dos institutos de saúde que tentavam “salvar” os junkies alemães.

A obra mostra com maestria a maneira como as drogas provocam a decaída do usuário de forma gradual, quase que imperceptível.

Antes do impasse com as drogas, Christiane era uma criança que se comportava como muitas outras. Cuidava da irmã mais nova, amava animais, especialmente o cachorro, e queria apenas se adequar à nova moradia e aos grupos sociais.

Teve uma infância humilde, com os pais desempregados e a família vivendo em um conjunto residencial precário. Quando todos os planos da família de Christiane dão errado, a garota começa a criar repúdio pela condição sub-humana que vivia.

Para fugir da realidade, passa a se encontrar com outras crianças no Centro de Jovens, onde o envolvimento com drogas tem início. Por um longo tempo, o local foi conhecido por ser um dos maiores points de droga de Berlim.

Tudo o que Christiane quer é se encaixar no grupo de amigos. Por isso, deixa as roupas de criança para usar jeans apertado, salto alto e maquiagem. A partir daí, começa a ter contato com o lado obscuro da juventude, regado a haxixe, maconha e sexo

Logo Christiane começa a frequentar a discoteca Sound, um ponto de venda de heroína. Lá, ovaciona os drogados mais velhos, por serem magros e com cara de zumbis. Essa idolatria a faz adentrar no mundo da prostituição para manter seu novo vício em heroína.

Existe vida pós-livro?

Christiane F livro
Em 2013, lançou o livro ‘Eu, Christiane F., a vida apesar de tudo’ – espécie de segunda biografia. Imagem: Reprodução.

Com o sucesso do livro, Christiane ficou mundialmente famosa e até passou um tempo “limpa”, garantindo estar livre das drogas. Mas, em 1983, a polícia a prendeu no apartamento de um traficante em Berlim. Nesta época, Christiane concedeu uma entrevista à revista alemã Stern, confessando que nunca havia realmente largado a heroína. Esta entrevista foi publicada no Brasil pela extinta revista Manchete, em 1984.

40 anos depois

O objetivo de Kai Hermann e Horst Rieck ao produzirem o livro era fazer um retrato da juventude rendida às drogas da década de 1970. Através dele, os jornalistas jogaram luz sobre diversos fatores que levam crianças e adolescentes a se tornarem usuários, entre eles: a habitação sub-humana, a impossibilidade de praticar esportes, a crise com os pais, o sentimento de alienação, o isolamento da família e na escola e o bullying. Um conjunto que continua a abalar a juventude do século 21, porém, com mais intensidade.

Christiane F. é, ou deveria ser, um modelo de livro obrigatório nas escolas e no aprendizado institucional. Com uma narrativa empática, proporciona o entendimento das mais variadas consequências que as drogas trazem. Além de provocar uma reflexão a respeito das condições precárias a que estamos submetendo crianças e adolescentes durante o desenvolvimento de suas personalidades, afetando, assim, suas escolhas de vida.

EU, CHRISTIANE F., 13 ANOS, DROGADA, PROSTITUÍDA | Kai Hermann e Horst Rieck

Editora: Bertrand Brasil;
Tradução: Maria Celeste Marcondes;
Tamanho: 320 págs.;
Lançamento: Maio, 2012 (edição de bolso).

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