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Metafísica urbana em ‘A Cidade & a Cidade’

Obra do britânico China Miéville, 'A Cidade & a Cidade' é delírio kafkiano deliciosamente complexo.

porLuciano Simão
19 de março de 2018
em Literatura
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Metafísica urbana em 'A Cidade & a Cidade'

Imagem: Reprodução.

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Poucos são os escritores contemporâneos de ficção especulativa com a versatilidade e absurda criatividade do britânico China Miéville – um dos principais nomes do New Weird, movimento literário em que a norma é a fusão inovadora de gêneros (horror, mistério, fantasia, romance histórico etc.) e a influência de autores clássicos do terror como H.P. Lovecraft. Com nove romances publicados, além de coletâneas de contos e obras de não-ficção, Miéville tece verdadeiras fábulas psicológicas que celebram o grotesco, o estranho e o irreconhecível em cenários distintos de qualquer clichê dos gêneros em que trabalha.

Infelizmente, apenas dois dos romances de Miéville estão disponíveis em português, publicados pela Boitempo Editorial. Felizmente, tratam-se de dois dos melhores exemplos da escrita incendiária, inovadora e altamente politizada do autor: Estação Perdido, um épico fantástico ambientado em uma metrópole mutante e imensamente industrializada, e o deliciosamente complexo A Cidade & a Cidade, livro que alçou o nome de Miéville a novos patamares, popularizando sua obra e arrebatando algumas das maiores premiações da fantasia e do sci-fi.

Com A Cidade & a Cidade, ao mesclar a estrutura básica da literatura policial a questionamentos existenciais que lhe renderam comparações a Kafka, Miéville se revela um escritor capaz de criar narrativas implacáveis que entretêm ao mesmo tempo que suscitam reflexões perturbadoras, implorando por releituras e novas interpretações.

Duas cidades, dois universos

O protagonista da obra é o inspetor Tyador Borlú, habitante da cidade-estado de Besźel, metrópole fictícia criada por Miéville nos moldes de países do leste europeu. A investigação do assassinato de uma estudante estrangeira desfigurada é o propulsor da jornada de Borlú, que acaba absorvido em uma trama conspiratória que ameaça abalar suas principais convicções quanto à sua cidade e sua própria existência. Empregando uma voz fria e típica da literatura policial, Miéville põe em prática todo o potencial de sua escrita na criação de um protagonista tridimensional e instigante.

Miéville se revela um escritor capaz de criar narrativas implacáveis que entretêm ao mesmo tempo que suscitam reflexões perturbadoras.

O principal diferencial da narrativa, contudo, é a ambientação meticulosamente arquitetada por Miéville: Besźel é uma cidade impossível, que ocupa o mesmo espaço geográfico de uma segunda metrópole, Ul Qoma. As duas cidades coexistem espacialmente, mas operam como Estados fundamentalmente distintos – com seu próprio idioma, arquitetura, instituições, cultura e costumes. Tanto voluntariamente quanto inconscientemente, os habitantes de uma cidade levam suas vidas ignorando a existência do espaço estrangeiro – e das pessoas que nele habitam – invadindo o seu. Caso falhem em “desver” a outra cidade, violando o preceito que estabelece o equilíbrio entre os dois Estados, os cidadãos de Besźel e Ul Qoma são detidos por uma instituição intermediária denominada simplesmente “Brecha” – e seu destino após isso é desconhecido.

Com uma trama veloz e vertiginosa, a leitura do romance é um mergulho irresistível na metafísica urbana das estranhas metrópoles de Ul Qoma e Besźel. Não é à toa que uma adaptação televisiva da série foi anunciada para 2018: A Cidade & a Cidade é, sem dúvidas, uma das maiores obras de ficção especulativa da última década.

A CIDADE & A CIDADE | China Miéville

Editora: Boitempo;
Tradução: Fábio Fernandes;
Tamanho: 292 págs.;
Lançamento: Janeiro, 2014.

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Tags: A Cidade & a CidadeBoitempo EditorialBook ReviewChina MiévilleCrítica LiteráriaEstação PerdidoFicção CientíficaH. P. LovecraftLiteraturaNew WeirdResenhaReviewsci-fi

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