• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Literatura

‘Era uma vez em Hollywood’: a estreia morna de Tarantino na literatura

Romance baseado em seu último longa-metragem, 'Era uma vez em Hollywood' é bem feito, mas não empolga.

porJonatan Silva
3 de setembro de 2021
em Literatura
A A
Era uma vez em Hollywood, de Quentin Tarantino

Quentin Tarantino não repete em livro diálogos impecáveis que criou em seus filmes. Imagem: Reprodução.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

Quando Quentin Tarantino apareceu com Cães de aluguel, logo nos primeiros anos da década de 1990, um dos elementos que mais saltava aos olhos, e aos ouvidos, era a qualidade dos diálogos, construções bem-ajambradas de questões do dia a dia, com certa dose de casualidade e musicalidade, que chegariam ao ápice no longa seguinte, Pulp Fiction, na conversa entre Vicent e Julius sobre o McQuarteirão. Um papo, aparentemente inocente, que revelava o caráter e a personalidade dos dois gangsters.

Em Era uma vez em Hollywood, a estreia literária de Quentin Tarantino, na verdade uma adaptação de seu filme mais recente e homônimo, o cineasta está mais brando. Morno, talvez seja a palavra certa. A selvageria que passa toda a filmografia de Tarantino, e que ganha um toque ainda mais arty em Kill Bill, nos dois volumes, é uma ausência sentida no livro e no filme.

Ainda que o longa se dê melhor que o romance, existe um amadurecimento na ficção de Tarantino que atravessa a ambos. Nas páginas, entretanto, a teatralidade e a frieza tomam conta da construção das frases. É como se tudo estivesse encaixado, as arestas aparadas, mas faltasse o punchline. Não há estilo. Não há o calor das conversas de Django Livre ou Bastardos Inglórios, nem mesmo a perspicácia de Jackie Brown ou À Prova de Morte. Tarantino, definitivamente, cresceu.

Ao longo das quase 600 páginas do livrinho em formato pocket, uma bem pensada estética de Quentin, Era uma vez em Hollywood vai preparando o leito para algo que não chega em definitivo. A história é sabida: um ator decadente e seu amigo-severino-dublê em uma espécie de tentativa de se recolocar no mercado cinematográfico.

Se no filme o final desagradou a muitos – eu, particularmente, gostei –, o encerramento do livro é ainda mais esquemático e simples. Em certa medida, está tudo no lugar, mas é… morno. Não empolga. Até certo ponto, isso é desconcertante. Por outro, é colocar o leitor como testemunha das investigações de um artista inquieto e brilhante – mesmo que nada disso justifique algumas escolhas.

Era uma vez em Hollywood é uma obra modesta para um artista como Quentin Tarantino, mas representa também um novo caminho a ser trilhado.

É difícil apontar para onde Tarantino vai em termos de literatura. Quem sabe com uma história original as questões problemáticas fiquem mais bem resolvidas.

Tudo misturado

Era uma vez em Hollywood é apinhado de referências. São personagens reais que contracenam com ficcionais. São citações de diretores de cinema a produtores, dublês e até situações verificadas. Tudo misturado.

Isso dá sabor, mas não é suficiente para segurar a história. Não passa de uma piscadela para os fãs. É interessante, no entanto, perceber que esse mundo de citações de Tarantino é o que se comporta com mais organicidade dentro da narrativa. É possível ver seu dedo na construção daquelas cenas e situações, polvilhando suas predileções e preferências.

Era uma vez em Hollywood é uma obra modesta para um artista como Quentin Tarantino, mas representa também um novo caminho a ser trilhado. São grandes as chances de que seu próximo trabalho no cinema seja o último e, a partir dessa aposentadoria, se dedicaria somente à literatura. Se o projeto se concretizar, que tenhamos frutos literários melhores.

ERA UMA VEZ EM HOLLYWOOD | Quentin Tarantino

Editora: Intrínseca;
Tradução: André Czarnobai;
Tamanho: 560 págs.;
Lançamento: Junho, 2021.

Tags: Book ReviewCães de AluguelCinemaCrítica LiteráriaEra uma Vez em HollywoodIntrínsecaLiteraturapulp fictionQuentin TarantinoResenha

VEJA TAMBÉM

A escritora francesa Anne Pauly. Imagem:  Édition Verdier / Divulgação.
Literatura

‘Antes Que Eu Esqueça’ traz uma abordagem leve e tocante sobre o luto

30 de junho de 2025
Autora produziu um dos maiores fenômenos literários das últimas décadas. Imagem: Marcia Charnizon / Divulgação.
Literatura

Por que os leitores amam — e nem toda crítica gosta — de ‘Tudo É Rio’, de Carla Madeira

20 de junho de 2025
Please login to join discussion

FIQUE POR DENTRO

Michelle Williams e Jenny Slate estão impecáveis em 'Morrendo Por Sexo'. Imagem: 20th Television / Divulgação.

‘Morrendo Por Sexo’ acerta na sua abordagem franca da sexualidade das mulheres

3 de julho de 2025
Cantora neozelandesa causou furor com capa de novo álbum. Imagem: Thistle Brown / Divulgação.

Lorde renasce em ‘Virgin’ com pop cru e sem medo da dor

3 de julho de 2025
Paul Reubens como Pee-Wee Herman. Image: HBO Films / Divulgação.

‘Pee-Wee Herman: Por Trás do Personagem’ busca justiça ao comediante Paul Reubens

2 de julho de 2025
Brad Pitt está bastante confortável em cena. Imagem: Warner Bros. / Divulgação.

‘F1: O Filme’ acelera com estilo, mas nunca sai totalmente do piloto automático

1 de julho de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.