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‘Matéria Escura’: quando um thriller chega quase lá

Thriller muito bem construído, com tema instigante e muita ação, 'Matéria Escura', de Blake Crouch, fica no "quase".

porPetê Rissatti
29 de junho de 2017
em Literatura
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'Matéria Escura': quando um thriller chega quase lá

Imagem: Reprodução.

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Um livro ótimo para quem gosta de um thriller com muitas reviravoltas. Aquele livro que você não consegue largar, que vai plantando na mente teorias e pensamentos sobre a própria vida e as escolhas que fazemos. Escolhas que acabam quase eliminando todas as outras possibilidades que se abrem a cada esquina. Inclusive, virar uma esquina e não outra passa a ser uma questão ao pensar em teorias quânticas e filosóficas que este livro despeja no leitor de forma habilidosa.

Blake Crouch é um escritor e roteirista famoso, autor também de Pines, livro que inspirou a série homônima da FOX, dirigida por M. Night Shyamalan, lançado aqui pela Editora Planeta, com tradução de Monique D’Orazio. Agora chega com mais um best-seller, Matéria Escura, traduzido por Alexandre Raposo. Um thriller com tema muito interessante (é provável que vire filme em breve), mas que quase chega lá.

Largando tudo pra ser feliz

No início, como todo bom suspense, a vida está mais que tranquila. Existem inquietações, mas elas não chegam a causar um grande estrago na vida. Jason Dessen, físico que alcança certa notoriedade, acaba deixando a carreira de lado para se dedicar à família, o que à primeira vista não parece um sacrifício. Tem uma bela mulher, um filho que lhe dá orgulho, um emprego de professor em uma universidade, e assim leva sua vida com uma tranquilidade que não teria se tivesse seguido sua carreira brilhante de cientista.

São muitas sementes da maldade plantadas no terreno fértil da mente e por isso é um desses thrillers que arrebatam o leitor.

Até que ele é sequestrado e, antes de cair inconsciente diante do sequestrador, este pergunta: “Você está satisfeito com a tua vida?“. Ao acordar, se vê amarrado, rodeado por estranhos, e um homem lhe diz “Bem-vindo de volta, Jason”. Ele acorda em outro mundo, que não é bem onde ele viveu até antes de ser sequestrado, mas ao mesmo tempo é. Não é mais o professor universitário de física, mas um gênio que está prestes a revolucionar a ciência. Sonho? Loucura?

É um thriller da maldade

São muitas sementes da maldade plantadas no terreno fértil da mente e por isso é um desses thrillers que arrebatam o leitor. Tiram do prumo e trazem perguntas à cabeça que intimamente nos fazemos o tempo todo. Quem nunca se debateu, por menor que tenha sido o tempo, ao conhecer a teoria do Gato de Schrödinger? Que pode estar vivo e estar morto ao mesmo tempo na caixa com veneno, mas só saberemos quando dermos o próximo passo, ou seja, se abrirmos a caixa e selarmos ou não o destino do bichano?

Crouch e Kundera

Tomamos decisões em vários momentos da vida que nos levam a caminhos que seriam totalmente diferentes se escolhêssemos outro caminho. Até aí, tudo bem, está claro. Milan Kundera, em seu maravilhoso A insustentável leveza do ser, descreve bem a importância dessa tomada de decisão que se resume no provérbio alemão Einmal ist keinmal, ou “Uma vez é vez nenhuma”:

“Não existe meio de verificar qual é a decisão acertada, pois não existe termo de comparação. Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação. (…) Mas o que pode valer a vida, se o primeiro ensaio da vida já é a própria vida? É isso que leva a vida a parecer sempre um esboço. No entanto, mesmo esboço não é a palavra certa, pois um esboço é sempre o projeto de alguma coisa, a preparação de um quadro, ao passo que o esboço que é a nossa vida não é o esboço de nada, é um esboço sem quadro” (tradução de Teresa Bulhões de Carvalho Fonseca).

Mas e se você tivesse a possibilidade de enxergar todas essas decisões não tomadas, todas as infinitas possibilidades que se estendem no momento em que você escolhe sorvete de pistache e não de chocolate?

Não larguei o livro para quase nada durante a leitura, vidrado que fiquei na história alucinante e intrigante que Blake Crouch montou. Até chegar ao quase.

Mas e o quase?

Deixo bem claro aqui: o que vem abaixo é minha opinião e, conversando com amigos editores, eles me disseram que o livro se encaixa bem no público-alvo ao qual se destina. E faz todo o sentido.

O quase está no rumo que essa empolgação toma. O livro é bem construído, tanto no sentido mais científico da coisa, apesar de lidar apenas com possibilidades muito remotas atualmente, como no lado humano, nas dúvidas que a história de Dessen nos traz. Porém, como muitos dos livros que recebem o rótulo de best-seller, precisa seguir a cartilha da catarse: não deixar que o leitor termine a obra com um gosto muito azedo na boca e fazer com que se alivie de toda a tensão que o livro provocou.

E isso, ao meu ver, enfraquece uma obra que tinha tudo para receber cinco estrelas. Porém, na métrica dos leitores, ele recebe 4.2 no americano Goodreads e 4.4 no brasileiro Skoob, o que justifica não apenas a publicação, mas a leitura do livro. Um thriller misturado à ficção científica que cumpre seu papel de divertir, entreter, e que tem um algo a mais durante seu desenvolvimento que vai botar muita gente para pensar. Mas quase, quase chega lá…

MATÉRIA ESCURA | Blake Crouch

Editora: Intrínseca;
Tradução: Alexandre Raposo;
Tamanho: 352 págs.;
Lançamento: Fevereiro, 2017.

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Tags: best-sellerBlake CrouchCrítica LiteráriaFicção CientíficaFísica QuânticaGoodreadsIntrínsecaLiteraturaMatéria EscuraPinesResenhaReviewSchrödinger

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