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Home Literatura

Deuses humanizados em ‘Os Filhos de Anansi’

Obra de Neil Gaiman, ‘Os Filhos de Anansi’ vai ganhar adaptação pela Amazon Prime. Vale a leitura?

porLuciano Simão
16 de agosto de 2021
em Literatura
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Quando se trata de ficção especulativa, Neil Gaiman é um dos escritores mais conhecidos do planeta, renomado como um dos grandes nomes da fantasia contemporânea. A bibliografia do autor é diversa, mas incrivelmente coesa, com HQs, romances, textos de não-ficção e coletâneas de contos fantásticos.

Gaiman ficou conhecido após sua estrondosa estreia no mundo das graphic novels com Sandman, série aclamada até hoje como uma das grandes obras das histórias em quadrinhos.

Deuses Americanos (2001), o romance mais conhecido de Gaiman, encontrou um enorme sucesso com público e crítica e é possivelmente sua obra-prima. No livro, Gaiman reimagina deuses de antigas mitologias em suas versões contemporâneas, vivendo em decadência nas grandes metrópoles dos dias de hoje, em conflito com os deuses modernos do dinheiro e da indústria. Assim como O Senhor dos Anéis estabeleceu a fórmula que a “alta fantasia” segue até os dias de hoje, é difícil imaginar a fantasia urbana contemporânea sem Deuses Americanos.

De certa forma, Os Filhos de Anansi (2005) pode ser considerado uma sequência ou spin-off de Deuses Americanos, compartilhando personagens e temas com seu predecessor. Os Filhos de Anansi também trata da atualização da mitologia para o mundo contemporâneo, mas, ao invés de mesclar culturas de todo o mundo, o foco está na mitologia caribenha herdada da África, especialmente na figura de Anansi, o deus-aranha das trapaças e artimanhas. Recentemente, iniciaram-se as filmagens de uma adaptação da obra para a televisão, produzida pela Amazon Prime.

Um pai, dois irmãos

O protagonista da trama de Os Filhos de Anansi é o educado e reprimido Charlie Nancy, conhecido como Fat Charlie, alcunha dada pelo seu pai, o Sr. Nancy, cujos apelidos grudavam para sempre. Quando está prestes a se casar em Londres, Charlie recebe a notícia de que o pai faleceu nos Estados Unidos. Ao chegar lá, é surpreendido por uma série de notícias inacreditáveis: seu pai, Sr. Nancy, era na verdade Anansi, o deus trapaceiro; Fat Charlie não é seu único filho; e sua vida pacata não poderá durar para sempre face ao inevitável mal que agora se ergue com a partida de Anansi.

Tudo começa a ruir quando Spider, o carismático irmão mais velho de Charlie, surge à sua porta em Londres para balançar sua vida e desafiar tudo aquilo em que Charlie acreditava até então. Barulhento, imprevisível e absolutamente caótico, Spider é o oposto absoluto de Charlie, que se vê ameaçado social e romanticamente pelo irmão, que tem muito mais semelhanças com o falecido deus das trapaças do que ele.

Repleto de folia e magia, trata-se de uma obra que funciona de certa forma como os mitos antigos a que faz referência.

Enquanto os dois irmãos entram em inevitável conflito, forças malignas começam a emergir das sombras, e os antigos inimigos de Anansi não descansarão até que sua estirpe seja eliminada para sempre. Para sobreviver, os dois irmãos precisarão juntar suas forças complementares e enfrentar um terrível inimigo que seu pai tantas vezes enganara no passado.

Conclusão

Com leveza e bom humor, Gaiman conduz a narrativa habilmente do início ao fim, e a leitura de Os Filhos de Anansi nunca se torna cansativa ou densa como Deuses Americanos pode ser. Repleto de folia e magia, trata-se de uma obra que funciona de certa forma como os mitos antigos a que faz referência.

Porém, o cerne emocional da história não está nos aspectos fantásticos ou mitológicos, mas no conflito entre os dois irmãos, cujas personalidades, mesmo contrastantes, são igualmente marcantes, e na forma pela qual esses dois opostos acabam por se complementar no clímax. Ao término da trama, nem Charlie, nem Spider são as mesmas personagens que eram no início, e a jornada de transformação de ambos nunca deixa de ser instigante de acompanhar.

Quanto ao uso da mitologia caribenha/africana, pode-se argumentar que Gaiman trilha uma linha perigosa que poderia ser acusada de apropriação cultural; afinal, trata-se de um homem branco e britânico reimaginando elementos de crenças africanas para sua narrativa. Creio, contudo, que o autor consegue se manter no limiar do que é apropriado, sem fazer generalizações acerca das culturas que retrata.

No hall das obras de Gaiman, Os Filhos de Anansi não é a mais memorável. Não oferece a mesma complexidade de Deuses Americanos, a mesma magia de Sandman ou mesmo a beleza da escrita de O oceano no fim do caminho. Porém, para quem se interessa pela bibliografia do autor, é um romance divertido que vale uma leitura ou releitura antes da estreia da nova adaptação.

OS FILHOS DE ANANSI | Neil Gaiman

Editora: Intrínseca;
Tradução: Edmundo Barreiros;
Tamanho: 440 págs.;
Lançamento: Abril, 2015.

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Tags: Amazon PrimeAnansi Boysbook reviewcrítica literáriaDeuses AmericanosEditora IntrínsecaFantasiaficção especulativaliteraturaNeil GaimanOs Filhos de Anansiresenharesenha de livrosSandman

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