• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Literatura

A sutileza do discurso em ‘Pedro Páramo’

porJonatan Silva
2 de março de 2018
em Literatura
A A
Juan Rulfo - Pedro Páramo

'Pedro Páramo' é obra máxima de Juan Rulfo. Foto: Reprodução.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

A obra do mexicano Juan Rulfo é curtíssima, mas de imensa vastidão. Como Raduan Nassar, escreveu pouco, porém, o suficiente para que revolucionasse a literatura de seu país. Pedro Páramo, seu texto mais importante e conhecido, era um dos livros prediletos de Jorge Luís Borges e foi considerado por Susan Sontag um dos marcos da literatura hispânica.

Pedro Páramo é uma novela sobre o tudo e sobre o nada. A busca do narrador, cujo nome só descobrimos ao avançar da história, pelo pai – que título ao livro – é, ao mesmo tempo, um jornada pessoal e espiritual. Eventos que extrapolam o plano físico se desenleiam por todo o enredo, criando uma linha tênue entre o real e o sobrenatural. Ao procurar o pai, o sujeito caça a si mesmo, chafurda atrás de sua essência e da sua história.

Rulfo não cria evidências, ao contrário, por meio do uso do discurso direto e indireto tece uma narrativa flutuante, na qual o imaginário é também parte da história. A estratégia, que seria muito bem usada anos mais tarde por escritores como Haruki Murakami, é o verdadeiro fio condutor de Pedro Páramo. A ambiguidade e a polivalência da construção semântica, por exemplo, dão riqueza à obra, como um contraponto à simplicidade do protagonista – um agricultor do interior do México.

Se Kafka fazia da burocracia do seu texto um elemento narrativo, Rulfo usa a simplicidade do discurso campesino como força do livro. Segundo o escritor inglês Suhayl Saad, em análise para o The Independent, Pedro Páramo é “um texto cujo significado se subordina a uma arquitetura de sombras e sussurros” e completa: “parte comentário social, parte canção transformadora”.

Seu legado literário – em seus pouquíssimos volumes – sustenta uma geração que relevou ao mundo que as criações em língua espanhol merecem o seu lugar.

Confluência

Simultaneamente, o escritor estabelece um sincretismo entre a vida no campo e na cidade, assemelhando problemas do povo rural aos das populações urbanas. Isso, em parte, se dá por um único motivo: em ambas as situações são homens lutando pela sobrevivência, se digladiando por uma migalha de dignidade.

As inter-relações – real/imaginário, natural/sobrenatural, consciente/subconsciente – que afluem em Rulfo foram o ponto de partida para que Gabriel García Márquez vencesse um bloqueio criativo. O fruto da leitura de Gabo foi Cem anos de solidão, sua obra-prima e, até hoje, um dos romances latino-americanos mais importantes de todos os tempos. Nesse ponto, Rulfo se coloca à frente do movimento do boom que tomou de assalto a literatura na América Latina no início dos anos 1960.

Em certa medida, Rulfo não atingiu a notoriedade que Gabo, Carlos Fuentes, Cortázar e outros que seguiram seus passos, configurando-se mais um escritor para escritores – como Enrique Vila-Matas, por exemplo – que um homem das massas. Ainda assim, seu legado literário – em seus pouquíssimos volumes – sustenta uma geração que relevou ao mundo que as criações em língua espanhol merecem o seu lugar.

[box type=”info” align=”” class=”” width=””]PEDRO PÁRAMO | Juan Rulfo

Editora: BestBolso;
Tradução: Eric Nepomuceno;
Tamanho: 140 págs.;
Lançamento: Maio, 2008 (atual edição).

[button color=”red” size=”small” link=”http://amzn.to/2CThXrs” icon=”” target=”true” nofollow=”false”]Compre na Amazon[/button][/box]

link para a página do facebook do portal de jornalismo cultural a escotilha

Tags: BestBolsoCarlos FuentesCríticaCrítica LiteráriaFranz KafkaGabriel García MarquezHaruki MurakamiJorge Luís BorgesJuan RulfoJulio CortázarLiteraturaliteratura mexicanaPedro PáramoResenhaSuhayl SaadSusan Sontag

VEJA TAMBÉM

Chico Buarque usa suas memórias para construir obra. Imagem: Fe Pinheiro / Divulgação.
Literatura

‘Bambino a Roma’: entre memória e ficção, o menino de Roma

29 de maio de 2025
Nascido em Fortaleza, o escritor Pedro Jucá vive em Curitiba. Imagem: Reprodução.
Literatura

‘Amanhã Tardará’ emociona ao narrar o confronto de um homem com seu passado

28 de maio de 2025
Please login to join discussion

FIQUE POR DENTRO

Calçadão de Copacabana. Imagem: Sebastião Marinho / Agência O Globo / Reprodução.

Rastros de tempo e mar

30 de maio de 2025
Banda carioca completou um ano de atividade recentemente. Imagem: Divulgação.

Partido da Classe Perigosa: um grupo essencialmente contra-hegemônico

29 de maio de 2025
Chico Buarque usa suas memórias para construir obra. Imagem: Fe Pinheiro / Divulgação.

‘Bambino a Roma’: entre memória e ficção, o menino de Roma

29 de maio de 2025
Rob Lowe e Andrew McCarthy, membros do "Brat Pack". Imagem: ABC Studios / Divulgação.

‘Brats’ é uma deliciosa homenagem aos filmes adolescentes dos anos 1980

29 de maio de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.