• Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
27 de junho de 2022
  • Login
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
Escotilha
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
Home Literatura Ponto e Vírgula

‘Aniquilação’: mais um caso de livro melhor que o filme

Trilogia Comando Sul, de Jeff VanderMeer, explora o horror do indescritível com originalidade e grande tensão. 'Aniquilação', o primeiro deles, foi adaptado ao cinema, mas deixou a desejar.

Luciano Simão por Luciano Simão
14 de junho de 2021
em Ponto e Vírgula
A A
Trilogia Comando Sul

Imagem: Divulgação

Compartilhe no TwitterEnvie pelo WhatsAppCompartilhe no Facebook

Seja no caso de um filme que virou videogame, seja um romance que virou peça de teatro: as adaptações de obras de arte já existentes para novos meios sempre enfrentarão desafios. Afinal, a transposição de uma narrativa de um meio para outro implica alterações necessárias às especificidades daquele meio. Adaptações que falham em levar em consideração as forças particulares do tipo de mídia escolhido arriscam tornarem-se rígidas e sem sentido.

É por isso que existe a máxima “o livro é sempre melhor que o filme”. Embora Hollywood venha adaptando obras literárias para o cinema há muitas décadas, é certo que suas adaptações ficam, com grande frequência, muito à sombra da obra original. E não é à toa: transformar um livro de mais de 400 páginas em um filme de duas horas ou menos é, por si só, uma tarefa árdua.

Anúncio. Deslize para continuar lendo.

Dito isto, o trabalho feito pelo diretor Alex Garland com o filme Aniquilação (2018), estrelado por Natalie Portman, é competente e tem seus méritos. Como filme de ficção científica, traz diferenciais interessantes em sua ambientação e mantém a atenção do espectador ao longo de toda a experiência. Porém, como adaptação da obra epônima de Jeff VanderMeer, o primeiro livro da sua trilogia Comando Sul, falha ao omitir a parte mais rica do material original.

Cena da versão cinematográfica de 'Aniquilação' (2018), estrelada por Natalie Portman
Cena da versão cinematográfica de ‘Aniquilação’ (2018), estrelada por Natalie Portman. Imagem: Divulgação.

O horror do indescritível

Desde a primeira cena, Aniquilação (2014), o livro, já estabelece um tom diferente do filme, tendo início de forma completamente distinta. A narrativa do primeiro livro começa in media res, com a bóloga, a narradora, em meio à sua expedição na Área X, um território tropical de estranhas propriedades biológicas e origem desconhecida.

Embora Hollywood venha adaptando obras literárias para o cinema há muitas décadas, é certo que suas adaptações ficam, com grande frequência, muito à sombra da obra original.

A narradora começa descrevendo suas primeiras impressões de uma grotesca estrutura subterrânea, que chama de “torre” e que não consta nos mapas que lhe foram dados. Este é apenas um dos elementos que está completamente ausente do filme e é um dos maiores mistérios da trilogia.

Embora a caracterização da Área X na adaptação cinematográfica seja excelente, contando com efeitos visuais que realçam fortemente o efeito descritivo do livro, muito se perde quando alguns dos elementos mais curiosos, inovadores e complexos criados por VanderMeer são deixados de lado.

Desde o início, fica claro que há um clima de terrível tensão por trás da expedição da qual a protagonista faz parte; na Área X, nada é o que parece, e suas três companheiras anônimas de expedição –– a antropóloga, a topógrafa e a misteriosa psicóloga –– aparentam esconder os verdadeiros motivos de terem aceitado essa missão suicida. Os perturbadores efeitos mentais causados pela Área X fazem com que o depoimento da própria narradora seja digno de desconfiança.

Apesar do filme ser facilmente classificável como sci-fi, o livro é um enigma muito maior. Carrega, de fato, diversos traços da ficção científica, mas essa é apenas uma das formas de ler Aniquilação, que permite múltiplas interpretações e conclusões. De certa forma, a trilogia está mais próxima ao weird fiction, subgênero da ficção especulativa inspirado pelo absurdo existencial e o horror cósmico de autores como H.P. Lovecraft.

Assim, é natural que a adaptação falhe em alcançar o mesmo tom e multiplicidade de sentidos do original. A ficção weird tem como marco o uso de elementos (criaturas, personagens, ambientes) que desafiam a lógica humana e a descrição visual, priorizando o impossível, o abstrato e o absurdo, tendo assim como única forma de representação possível a língua, o instrumento que nos permite imaginar o inimaginável.

A história além do filme

Ainda assim, o livro se beneficia imensamente por fazer parte de uma trilogia. Embora a história de Aniquilação, o primeiro dos três livros, seja compreensível e instigante por si só (tendo um começo, um meio e um fim definidos), o contexto adicional fornecido pelas sequências enriquece o universo criado por VanderMeer de forma que o filme jamais poderia replicar em tão curto espaço de tempo.

O segundo livro, Autoridade, transporta drasticamente o ponto de vista narrativo para a organização que estuda a Área X do lado de fora do território. Desta forma, somos apresentados a informações e dados muito mais concretos sobre a natureza desse estranho fenômeno e as diversas possibilidades para sua origem e propósito.

Já o terceiro livro, Aceitação, conecta as personagens dos dois primeiros livros e conclui a narrativa de forma conclusiva, mas ao mesmo tempo bastante aberta à interpretação. Ao término da leitura, é difícil não querer retornar aos livros anteriores para desenterrar mais detalhes que comprovem ou desprovem suas teorias particulares.

É uma pena que as duas sequências provavelmente jamais serão filmadas, pois o filme de Alex Garland foi concebido como um projeto único, já concluído. Seria curioso ver quais escolhas o diretor teria feito para representar os elementos mais abstratos da trilogia. Para quem gostou da adaptação, fica a dica da leitura: tem muita história além do filme.

ANIQUILAÇÃO | Jeff VanderMeer

Editora: Intrínseca;
Tradução: Braulio Tavares;
Tamanho: 200 págs.;
Lançamento: Julho, 2014.

Compre o livro e ajude a Escotilha

Tags: Alex GarlandAniquilaçãobook reviewcrítica literáriaficção científicaH. P. LovecraftJeff VanderMeerliteraturaNatalie Portmanresenhasci-fiweird fiction
Post Anterior

Camila Amado e o ofício da paixão

Próximo Post

“Fatos e Pessoas”: por que o ‘Jornal Nacional’ quer “humanizar” seus jornalistas?

Posts Relacionados

'Os Coadjuvantes', de Clara Drummond, é um petardo ácido sobre as elites brasileiras

‘Os Coadjuvantes’, de Clara Drummond, é um petardo ácido sobre as elites brasileiras

24 de junho de 2022
A literatura e a morte: conheça 5 livros sobre o processo do luto

A literatura e a morte: conheça 5 livros sobre o processo do luto

30 de maio de 2022

Aline Bei: “Preencho a página da forma mais poética que conseguir”

23 de maio de 2022

‘Animal’, de Lisa Taddeo: o retrato de uma mulher violada

16 de maio de 2022

‘A Vida Mentirosa dos Adultos’: um pequeno grande romance sobre as dores do crescimento

20 de abril de 2022

Em ‘Arrastados’, Daniela Arbex reconstitui o tsunami de lama em Brumadinho

15 de março de 2022

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

  • O primeiro episódio de WandaVision nos leva a uma sitcom da década de 1950.

    4 coisas que você precisa saber para entender ‘WandaVision’

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘Tudo é rio’, de Carla Madeira, é uma obra sobre o imperdoável

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • De quem é a casa do ‘É de Casa’?

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘A Vida Secreta de Zoe’ fica entre o apelo erótico e a prestação de serviço

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘Ilusões Perdidas’ é brilhante adaptação do clássico de Balzac, mais atual do que nunca

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
Instagram Twitter Facebook YouTube
Escotilha

  • Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Colunas
    • Cultura Crítica
    • Vale um Like
  • Crônicas
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção

© 2015-2021 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Cinema & TV
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Colunas
  • Artes Visuais
  • Crônicas
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2021 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In