• Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
26 de junho de 2022
  • Login
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
Escotilha
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
Home Literatura Ponto e Vírgula

‘Gog Magog’: viver é barulhento

Em 'Gog Magog', Patrícia Melo parte da briga entre dois vizinhos para explorar o potencial homicida das pessoas comuns e a banalização da violência.

Eder Alex por Eder Alex
14 de março de 2018
em Ponto e Vírgula
A A
'Gog Magog': viver é barulhento

Imagem: Reprodução.

Compartilhe no TwitterEnvie pelo WhatsAppCompartilhe no Facebook

Um carro fecha o outro numa rua, um dos motoristas saca um revólver, sai do veículo e atira.

Jovens discutem na saída de uma balada, trocam socos, um deles cai, bate a cabeça numa quina e morre.

Anúncio. Deslize para continuar lendo.

Um senhor reclama do jovem que ligou o som do carro muito alto, o jovem manda o senhor à merda, o senhor vai até a cozinha de casa, pega uma faca de cortar carne, volta até o carro e crava o metal no pescoço do jovem.

Notícias como essas pululam aos montes no noticiário policial. Tanto que não chegam a chocar mais, pois é algo que já se espera quando você acessa o site de algum jornal, liga a TV na hora do almoço ou simplesmente se atenta ao papo da vizinhança (um desses três exemplos aconteceu a alguns metros da minha casa). Enfim, são coisas que se ouve enquanto você mastiga e reclama do tempo abafado.

Gog Magog (editora Rocco), o novo livro de Patrícia Melo, tenta esmiuçar alguns desses aspectos da barbárie urbana, principalmente esse momento em que a pessoa deixa de ser um cidadão comum e acaba por se tornar um assassino.

Se por um lado o cidadão passou a questionar e tomar para si a defesa dos seus direitos, por outro lado, em algumas situações, desenvolveu-se uma espécie de obsessão que acaba por sobrepujar o bom senso e até mesmo a civilidade, por mais paradoxal que isso pareça.

O protagonista é um professor de escola pública que leciona biologia e se arrasta num casamento falido com uma enfermeira meio sinistra que curte manter no celular as fotos dos pacientes terminais de quem ela cuida. A vida já não ia muito bem e piora consideravelmente com a chegada de seu vizinho do andar de cima, o Sr. Ípsilon. Do teto começam a vir barulhos infernais do Sr. Ípsilon andando, batendo, correndo, pulando, arrastando móveis etc e isso irrita sobremaneira o professor, tanto que ele precisa tomar uma atitude para recuperar o seu tão adorado silêncio.

Além dessa questão da brutalidade oculta e do quanto a vida em comunidade pode ser barulhenta pra caralho, o livro discute essa nova tomada de consciência a respeito do direito individual. Se por um lado o cidadão passou a questionar e tomar para si a defesa dos seus direitos, por outro lado, em algumas situações, desenvolveu-se uma espécie de obsessão que acaba por sobrepujar o bom senso e até mesmo a civilidade, por mais paradoxal que isso pareça. Em outras palavras: o outro tem obrigação de respeitar os meus direitos, nem que para isso eu tenha que matá-lo.

Percebe-se uma fina camada de humor ao longo de toda a narrativa, uma vez que o ridículo do cotidiano (dois vizinhos brigando, cutucando o teto, etc) vai ganhando contornos absurdos e violentos (tipo filme dos irmãos Coen) e a lógica da coisa toda vai ficando cada vez mais estapafúrdia, pois há também o emprego de elementos científicos, forenses, penais e psicológicos (com direito a uma referência nominal a Pokémon), que demonstram de certa forma a sociedade, representada aqui pela irônica visão racional de um sujeito que cometeu um ato irracional, virando o microscópio para si mesma numa tentativa de compreender suas próprias doenças.

Ao nos apresentar criaturas tão miseráveis, Patrícia Melo nos coloca num universo ficcional em que a proximidade humana é possível não através das relações de afeto, mas sim da indiferença ou da violência. Trata-se do ser humano que só se reconhece na solidão ou com o sangue de outrem sob suas unhas. O resto é ruído.

GOG MAGOG | Patrícia Melo

Editora: Rocco;
Tamanho: 176 págs.;
Lançamento: Novembro, 2017.

COMPRE O LIVRO E AJUDE A ESCOTILHA

Tags: assassinatobarulhobook reviewCríticacrítica literáriadramaEditora RoccoGog MagogliteraturaLiteratura brasileira contemporâneaLiteratura ContemporâneaPatrícia MeloresenhareviewruídoViolênciavizinhos
Post Anterior

As estrelas da metrópole

Próximo Post

No horror, nossa realidade pode ser mais assustadora do que a ficção

Posts Relacionados

'Os Coadjuvantes', de Clara Drummond, é um petardo ácido sobre as elites brasileiras

‘Os Coadjuvantes’, de Clara Drummond, é um petardo ácido sobre as elites brasileiras

24 de junho de 2022
A literatura e a morte: conheça 5 livros sobre o processo do luto

A literatura e a morte: conheça 5 livros sobre o processo do luto

30 de maio de 2022

Aline Bei: “Preencho a página da forma mais poética que conseguir”

23 de maio de 2022

‘Animal’, de Lisa Taddeo: o retrato de uma mulher violada

16 de maio de 2022

‘A Vida Mentirosa dos Adultos’: um pequeno grande romance sobre as dores do crescimento

20 de abril de 2022

Em ‘Arrastados’, Daniela Arbex reconstitui o tsunami de lama em Brumadinho

15 de março de 2022

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

  • O primeiro episódio de WandaVision nos leva a uma sitcom da década de 1950.

    4 coisas que você precisa saber para entender ‘WandaVision’

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • De quem é a casa do ‘É de Casa’?

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘Tudo é rio’, de Carla Madeira, é uma obra sobre o imperdoável

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘Ilusões Perdidas’ é brilhante adaptação do clássico de Balzac, mais atual do que nunca

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘A Vida Secreta de Zoe’ fica entre o apelo erótico e a prestação de serviço

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
Instagram Twitter Facebook YouTube
Escotilha

  • Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Colunas
    • Cultura Crítica
    • Vale um Like
  • Crônicas
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção

© 2015-2021 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Cinema & TV
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Colunas
  • Artes Visuais
  • Crônicas
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2021 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In