• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Literatura

Por que o horror cósmico ainda é tão influente?

Subgênero do horror estabelecido por H.P. Lovecraft, o horror cósmico ainda é extremamente relevante na cultura contemporânea.

porLuciano Simão
28 de junho de 2021
em Literatura
A A
Ilustração de "O Chamado de Cthulhu"

Ilustração de "O Chamado de Cthulhu", um dos mais conhecidos e influentes contos de H.P. Lovecraft. Imagem: Reprodução.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

Existem os mais diversos motivos que levam as pessoas a buscarem obras de arte, mas uma das razões mais comuns é para sentir algum tipo de emoção a partir da experiência com o objeto artístico. Poucas emoções humanas são mais primordiais e intensas do que o medo, e é por isso que o gênero do horror ainda é tão popular.

Quando uma narrativa de horror é efetiva, o medo e a tensão tornam-se poderosas ferramentas para a exploração de instintos essenciais e questionamentos acerca da existência humana. Por meio do horror, temas como maternidade e paternidade, sexualidade e passagem da infância à idade adulta podem ser tratados com imensa potência, mas arriscam tornar-se meros adereços de uma trama voltada apenas ao susto quando não são bem executados.

Como um gênero bastante amplo, o horror se desdobra em diferentes formas de expressão e subgêneros distintos, dentre os quais o horror cósmico é atualmente um dos mais populares e influentes.

O Mitos de Cthulhu

Não é possível falar de horror cósmico sem citar um dos autores de impacto mais duradouro em toda a ficção especulativa do século XX, H.P. Lovecraft. Lovecraft é informalmente reconhecido como o pai do horror cósmico e histórias como O chamado de Cthulhu (1928), Nas montanhas da loucura (1931) e A cor que caiu do espaço (1927) continuam como algumas das melhores narrativas já produzidas nesse subgênero do terror.

Com imaginação ímpar para a exploração do inominável, Lovecraft nos apresentou a algumas das criaturas mais abomináveis já descritas e imagens que perduram entre as mais influentes de todo o horror do século XX.

Porém, não se pode menosprezar o trabalho de diversos outros autores, como Clark Ashton Smith e Robert E. Howard, que contribuíram para a criação de uma espécie de universo compartilhado, com um extenso panteão de monstruosidades verdadeiramente inimagináveis conhecido como o Mitos de Cthulhu (Cthulhu mythos). Lovecraft, Smith e Howard publicaram diversas histórias na revista Weird Tales, que ajudou a estabelecer uma identidade em comum para essa então nascente vertente do horror.

O horror cósmico derivado de Lovecraft e seus contemporâneos tem como alguns dos seus temas principais o terror do desconhecido, o absurdo da existência e a insignificância dos problemas humanos diante de um cosmos que não é apenas incompreensível, mas efetivamente insano e malévolo.

Em essência, o horror cósmico lovecraftiano reflete as ansiedades desse tempo.

Não é difícil imaginar por que esses temas mantiveram sua relevância nas décadas seguintes. Ao longo do século XX, à medida que o mundo terrestre tornou-se cada vez mais mapeado – e portanto “menor”, mais limitado para a imaginação humana –, diversos pensadores, artistas e cientistas buscaram explorar questões relativas  ao nosso lugar em um universo praticamente desconhecido.

Em essência, o horror cósmico lovecraftiano reflete as ansiedades desse tempo, angústias desencadeadas pela compreensão cada vez mais difundida de que ocupamos um lugar insignificante na inimaginável imensidão do universo.

Influência atual

A obra de Lovecraft e o movimento que suas narrativas geraram continua a influenciar uma imensa variedade de histórias nos mais diversos tipos de mídia. Na literatura, é difícil encontrar um autor de terror contemporâneo que não tenha alguma influência do Mitos de Cthulhu. Contudo, o legado do horror cósmico vai muito além de escritores como Stephen King, tendo inspirado filmes, séries de televisão, histórias em quadrinhos, videogames e mais.

Muitas vezes, quando a essência do horror cósmico é incompreendida, este acaba por ser reduzido apenas a uma estética, como se a mera presença de criaturas com tentáculos, deuses monstruosos e eventos inexplicáveis bastasse para reproduzir o efeito que as melhores narrativas do gênero produzem.

É por isso que muitas adaptações dos contos de Lovecraft falham em replicar o que há de mais provocante em sua obra. De certa forma, pode-se argumentar que há algo de inerentemente inadaptável no horror cósmico nos moldes lovecraftianos, que utiliza ao máximo as capacidades únicas da linguagem escrita para retratar conceitos abstratos ou surreais.

Embora muito do que seja produzido atualmente nesse âmbito seja um tanto genérico, fornecendo apenas uma cópia vazia do que os autores do Mitos de Cthulhu estabeleceram no início do século passado, ainda existem narrativas que subvertem suas convenções e conseguem ser atuais, perturbadoras e inquisitivas, como a trilogia Aniquilação.

Apesar de ser muitas vezes incompreendido ou mal utilizado, é evidente que o horror cósmico ainda mantém seu poder de atração em relação às questões existenciais que trabalha de forma tão efetiva. É isso que mantém histórias como O Chamado de Cthulhu tão influentes quase um século após a sua publicação, e é isso que manterá essa influência por muito mais tempo do que isso.

Tags: A Cor que Caiu do Espaçoanálise literáriaClark Ashton SmithCthulhu mythosH. P. Lovecrafthorror cósmicoLiteraturaLiteratura de HorrorMitos de CthulhuNas Montanhas da LoucuraO Chamado de CthulhuRobert E. HowardStephen KingWeird Tales

VEJA TAMBÉM

A escritora Joan Didion. Imagem: Dorothy Hong / Reprodução.
Literatura

‘Para John’ causa desconforto ao invadir a privacidade de Joan Didion

25 de novembro de 2025
Ainda que irregular, romance guarda todas as virtudes que tornaram a autora reconhecida. Imagem: Isadora Arruda / Divulgação.
Literatura

A presença das faltas em ‘Uma delicada coleção de ausências’

14 de novembro de 2025
Please login to join discussion

FIQUE POR DENTRO

Casal na vida real, Mary Steenburgen e Ted Danson fazem par romântico na nova temporada. Imagem: Dunshire Productions / Divulgação.

Nova temporada de ‘Um Espião Infiltrado’ aposta no conforto e perde o peso emocional

4 de dezembro de 2025
Músico trouxe a turnê do novo álbum ao Brasil em 2025. Imagem: Divulgação.

‘Hurry Up Tomorrow’ é a apoteose de um artista à beira do próprio mito

3 de dezembro de 2025
Iniciativa é a primeira novela vertical do grupo Globo. Imagem: Divulgação.

‘Tudo por uma Segunda Chance’ cabe no bolso, mas some da memória

3 de dezembro de 2025
Emma Stone retoma parceria com o cineasta grego em 'Bugonia'. Imagem: Focus Features / Divulgação.

‘Bugonia’ é desconfortável, áspero, excessivo, mas relevante

2 de dezembro de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.