• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Literatura

A luta feminista e literária de Futhi Ntshingila

porJonatan Silva
12 de agosto de 2016
em Literatura
A A
Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

A escritora sul-africana Futhi Ntshingila pode ainda ser uma desconhecida no Brasil, mas sua primeira obra publicada aqui, Sem Gentileza (Dublinense, 160 págs.), já é o suficiente para que jamais seja esquecida. Engajada na luta contra a violência em seu país, Ntshingila constrói uma narrativa dura sobre a epidemia de aids que assolou todo o continente e a batalha diária pela sobrevivência.

Zola é uma mulher soropositiva e moradora de uma favela. Sua filha, Mvelo, precisa lidar com a doença da mãe e a iminência da morte. Se Saramago uma vez contou sobre a impossibilidade de se morrer, Ntshingila narra a inevitável partida. O que existe de forte e intenso em Sem Gentileza é, justamente, a realidade que bate à porta das famílias sul-africanas, degringoladas pela miséria.

É impossível passar incólume à leitura. Ao mesmo tempo em que a autora precisa chocar, ela nada precisa fazer, a não ser narrar o cotidiano da maior parte da população. O estupro, um dos temas centrais, é o grande medo de Mvelo e de Zola, que tenta a todo custo protegê-la e fazer da filha uma estrela da música. A preocupação da mãe tem sentido. De acordo com a Time, todos os anos 55 mil casos de estupro são relatados na África do Sul.

É impossível passar incólume à leitura. Ao mesmo tempo em que a autora precisa chocar, ela nada precisa fazer, a não ser narrar o cotidiano da maior parte da população.

Entretanto, Sem Gentileza não é apenas uma declaração de guerra, é também um atestado de liberdade. Mvelo precisa despir-se de tudo, inclusive da igreja, para conseguir manter-se viva. Seu padrasto Sipho, também vítima da aids, foi seu único herói masculino, enquanto a mãe debilitada deu a ele todo o amor possível.

Escassez

Como Coetzee, Futhi Ntshingila tem uma prosa enxuta – revelando somente o necessário. A impressão é de que não há espaço para o supérfluo: é preciso contar história de vidas curtas com o mínimo, como se a escassez de possibilidades dos personagens se estendesse para o texto. Em Sem Gentileza, os espíritos ancestrais parecem mais vivos que os próprios vivos.

Mesmo sem saber, Zola e Mvelo exerciam o feminismo, que nada mais que a busca pelo básico – respeito e dignidade. Ntshingila levanta sim, e com orgulho, a bandeira do movimento feminista e, ao contrário do que mentes pequenas podem pensar, isso apenas valoriza a obra e a vida de mulheres que, como a autora e suas personagens, lutam todos os dias para ainda estar na terra.

fb-post-cta

 

Tags: africa do sulCríticaEditora DublinenseFuthi NtshingilaLiteraturaliteratura sul-africanaSem gentileza

VEJA TAMBÉM

A artista visual Mariana Valente. Imagem: Reprodução.
Entrevistas

Mariana Valente: “Clarice Lispector escrevia como quem cria um rasgo na linguagem”

16 de maio de 2025
Primeira edição de O Eternauta, publicada na revista Hora Cero Semanal. Imagem: Reprodução.
Entrevistas

HQ ‘O Eternauta’ traduz décadas da história da Argentina

9 de maio de 2025
Please login to join discussion

FIQUE POR DENTRO

Jovem atriz paraense foi descoberta na periferia de Belém. Imagem: Globo Filmes / Divulgação.

A violência que não se vê em ‘Manas’

19 de maio de 2025
A artista visual Mariana Valente. Imagem: Reprodução.

Mariana Valente: “Clarice Lispector escrevia como quem cria um rasgo na linguagem”

16 de maio de 2025
Stephen Sanchez traz seu som nostálgico ao C6 Fest. Imagem: Divulgação.

C6 Fest – Desvendando o lineup: Stephen Sanchez

15 de maio de 2025
Claudio Cataño dá vida ao Coronel Aureliano Buendía na adaptação de 'Cem Anos de Solidão'. Imagem: Netflix / Divulgação.

‘Cem Anos de Solidão’ transforma o tempo em linguagem

15 de maio de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.