É só uma voz. De completa potência e delicadeza. Estranha perfeição. A personalidade artística de Ná Ozzetti se revela não apenas nas suas composições e parcerias como também se pauta pela interpretação irrevogável: aquela que decifra os conteúdos virtuais inscritos na composição e revela-os numa forma surpreendente para o público e para o próprio autor.
Com 45 anos dedicados à música, Ná é reconhecida como uma intérprete de refinamento, em constante evolução de sua linguagem e atuando de forma incessante, criativa e independente. Na discografia, vinte álbuns: solos, ao lado do icônico Grupo RUMO ou em projetos especiais como o duo com Zé Miguel Wisnik, o duo com André Mehmari e com o grupo Passo Torto.
Nascida em São Paulo no dia 12 de dezembro de 1958 – Feliz Aniversário! –, Ná Ozzetti iniciou sua carreira musical com o Grupo RUMO em 1979, lançando 6 LPs com o conjunto. O primeiro álbum solo foi publicado em 1988, intitulado Ná Ozzetti, pelo qual recebeu o Prêmio Sharp de revelação feminina na categoria MPB. No segundo disco, NÁ, lançado em 1994, passou a apresentar suas composições e com este trabalho conquistou o Prêmio Sharp nas categorias de melhor disco e melhor arranjador (Dante Ozzetti) no segmento pop-rock.
Ná construiu sua arte com liberdade, fazendo do seu estudo pessoal, um importante capítulo na estética da canto.
Em homenagem à conterrânea Rita Lee, lançou o álbum Love Lee Rita, em 1996, e três anos depois, o CD Estopim, com canções inéditas e parcerias com Luiz Tatit, Dante Ozzetti, Itamar Assumpção e Zé Miguel Wisnik.
Do saudoso momento dos Festivais de Canção nas Televisões, Ná Ozzetti recebeu o prêmio de “melhor intérprete” em 2000 – Rede Globo de Televisão -, interpretando a canção “Show”, de Fábio Tagliaferri e Luiz Tatit. Da premiação, nasceu o disco Show, com repertório de clássicos das décadas de 1940 e 50.
Dos trabalhos mais recentes, Ná Ozzetti ainda apresenta os apresenta ao vivo. Em 2005, lançou com o pianista e compositor André Mehmari o CD e DVD Piano e Voz, um dos discos mais emocionantes da cantora. Na sequência, lançou o álbum Balangandãs, com canções de Assis Valente, Synval Silva, Ary Barroso, Dorival Caymmi e Braguinha, eternizadas na voz de Carmem Miranda, uma das principais referências no cantar de Ná Ozzetti. Por este trabalho, Ná ganhou o Prêmio Bravo de melhor disco popular.
Com a mesma banda – Dante Ozzetti, Mário Manga, Sérgio Reze e Zé Alexandre Carvalho -, gravou os discos Meu Quintal (2011), com canções autorais, e Embalar (2013). Ao longo de sua carreira, Ná Ozzetti colaborou com grandes artistas, entre eles Zé Miguel Wisnik – com quem gravou o álbum Ná e Zé em 2015 -, Luiz Tatit, Suzana Salles, Itamar Assumpção, Zélia Duncan, Mônica Salmaso, Ivan Vilela, Kiko Dinucci, Rodrigo Campos, Romulo Fróes, Kristoff Silva e Passo Torto – que resultou no CD Thiago França (2015). Outras parcerias estão nos arredores do palco, como o recente trio com a cantora Patrícia Bastos e Dante Ozzetti.
Ná Ozzetti é uma das grandes intérpretes da história da música brasileira. Uma cantora que construiu sua arte com liberdade, fazendo do seu estudo pessoal, um importante capítulo na estética da canto dos dias de hoje. Uma artista com 40 anos de atividade musical. Festa aos nossos ouvidos e corações. Viva, Ná Ozzetti!
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