Era metade da década de noventa quando eles chegaram e invadiram cada escola. Primeiro eles começaram com as meninas, estampando seus cadernos e fazendo com que elas gastassem quase toda a mesada em revistas e em pôsteres. Depois, em forma de aceitação, cativavam os meninos, que queriam ser como eles justamente para conquistar as menininhas.
Ao final, eles atacavam as professoras, que em festas escolares, ensaiavam coreografias para as crianças apresentarem aos pais e ao resto da família.
Essa é a visão que muita gente teve das boybands desde então. Jovens bonitos e que sabiam cantar e dançar bem se tornavam verdadeiros fenômenos da música pop, com hits bem chicletes que eram bombardeados pelas rádios a praticamente todo instante. Era difícil não encontrar alguém naquela época, menino ou menina, que não gostasse de “I Want It That Way” ou não dançasse sozinho ao ouvir “Pop“.
As boybands sempre foram fenômenos da música mainstream. E também uma ferramenta muito explorada pela indústria musical de década em década.

O formato, que começou a se desenhar nos anos 60 com Osmonds e Monkees, tomou força nos anos 80 com New Kids on the Block, cresceu e se consagrou nos anos 90 com Backstreet Boys e *NSYNC e, mesmo com o advento do pop-punk nos anos 2000, sobreviveu e voltou com força total nas vozes dos Jonas Brothers e do One Direction.
Mas nesse cenário de jovens que se apresentam de forma quase teatral em suas coreografias, recebidos pelas fãs em lágrimas e com faixas com seus nomes, existem formatos que saem do tradicional e acabam chamando a atenção. A controvérsia e a contramão às músicas padrões fizeram da banda australiana 5 Seconds of Summer um fenômeno. E apesar de rejeitarem esse rótulo de boyband, é impossível negar que a formação do grupo abriu uma estrada para a música pop explorar.
O 5 Seconds of Summer não é totalmente uma boyband, mas sua base de fãs é sólida como a de uma. E, na voz de seu produtor John Feldman — vocalista do Goldfinger e produtor de bandas como All Time Low, Plain White T’s e do atual álbum do blink-182 — o 5SOS chama a atenção da mídia e do mainstream por ser a mudança necessária na demografia do pop-punk, que era composto majoritariamente por garotos como resposta à pop music.

A história do grupo já é curiosa: começou com vídeos de cover no YouTube. Logo, sua popularização através das redes sociais fez com que a união dos jovens como grupo fosse inevitável e a banda nascesse com uma proposta quase que nova dentro desse cenário da música pop. E com o dedo mágico de Feldman, a banda uniu fortes influências das boybands e da música pop com traços e elementos do pop-punk do começo dos anos 2000.
A história do grupo já é curiosa: começou com vídeos de cover no YouTube. Logo, sua popularização através das redes sociais fez com que a união dos jovens como grupo fosse inevitável.
A mistura de dois gêneros que praticamente antagonizaram e disputaram as paradas anos atrás, agora estavam misturados em músicas cativantes e grudentas como um bom pop moderno deveria ser. O grupo passou a disputar a parada de sucessos e foi apontado como uma das grandes revelações e inovações de um gênero praticamente padrão. Isso até garantiu aos garotos espaço com bandas como McFly e Kaiser Chiefs, além do respeito e admiração do One Direction, a boyband do momento.

O lançamento de seu primeiro full-lenght, o homônimo 5 Seconds of Summer, trouxe o hit “She Looks So Perfect” e foi muito bem recebido pela crítica. E se a consolidação de uma banda se dá com um bom segundo disco, eles se firmaram quando trouxeram Sounds Good Feels Good e detonaram as paradas com a cativante “She’s Kinda Hot”.
Mesmo não pertencendo ao gênero das boybands e tampouco sendo tão bem encaixado no estilo rebelde das bandinhas de pop-punk, 5 Seconds of Summer trouxe um respiro de alívio a dois gêneros que mereciam renovação. E nas mãos de um produtor tão talentoso quanto, trouxe um formato mainstream mais agradável de ouvir e como boa ponte para os jovens garotos e garotas que estão iniciando na música.
5 Seconds of Summer é uma banda jovem e de sonoridade jovem que ainda respira salvação para uma geração muito apegada a modelos padrões e eletrônicos. Por isso, merecem ser considerados como os jovens bonitos e que cantam bem.
É assim que eles têm conquistado cada vez mais fãs ao redor do mundo.