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Home Música

A importância da música para ‘Twin Peaks’

porRômulo Candal
11 de maio de 2017
em Música
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Quem assistiu a Twin Peaks com certeza lembra muito bem da sua trilha sonora. Não é à toa: assim como em praticamente todo o restante da obra do diretor David Lynch, a música assume papel de destaque nessa produção.

Twin Peaks é uma série de TV, criada por Lynch e Mark Frost, transmitida inicialmente nos anos de 1990 e 91. Ambientado na cidade fictícia de mesmo nome, interior dos Estados Unidos, o programa conta a história do misterioso assassinato de Laura Palmer, jovem moradora do município, e toda a sua investigação, comandada pelo agente do FBI Dale Cooper, o protagonista da série. Mais do que isso, porém, o programa mostra o cotidiano de uma cidade que parece adorável, mas esconde segredos terríveis.

Twin Peaks está voltando. No dia 21 de maio, o canal Showtime vai começar a transmitir a nova temporada do seriado, gravada 25 anos depois das duas iniciais. A importância audiovisual de Twin Peaks deve ser sempre explorada e possivelmente isso acontecerá aqui mesmo, n’A Escotilha. Mas logo de início, nesse resumo raso que fiz do enredo, fica clara a importância da trilha sonora como instrumento de narrativa na série. Traduzir em música essa dualidade que a cidade carrega é tarefa das mais árduas – e é aí que entra a soma das genialidades de David Lynch e do músico/compositor Angelo Badalamenti.

Resolveu conhecer Twin Peaks? Acabou de apertar o play no primeiro episódio e está assistindo à abertura? Caso sim, é isso aqui que você vai ouvir:

https://www.youtube.com/watch?v=i7d0Lm_31BE

Esse tema – “Twin Peaks Theme” – é, na verdade, o instrumental de “Falling”, canção composta por Lynch e Badalamenti para o disco de estreia da cantora Julee Cruise. Como tudo na série, a música traz alguma confusão: oferece sensações entre o etéreo e o bondoso, com uma estranheza que nunca deixa o ouvinte cem por cento confortável. Algo está errado nessa cidade, mas não sabemos bem o quê.

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Para explicar melhor essa incerteza, recorro a outro tema musical. Vamos entender o que sente Laura Palmer, a vítima do misterioso assassinato. Esse é “Laura Palmer’s Theme”:

Mas logo de início, nesse resumo raso que fiz do enredo, fica clara a importância da trilha sonora como instrumento de narrativa na série. Traduzir em música essa dualidade que a cidade carrega é tarefa das mais árduas.

Aqui a situação fica mais intensa. Ouça essa faixa e tente extrair algo feliz daí. Difícil, né? O tema de Laura Palmer, figura central da narrativa, beira o sobrenatural – você quase sente fisicamente o clima pesado da floresta e a opressão decorrente da escuridão. A mudança que ocorre a partir do 1′ de música (e que vai até praticamente os 2′ e é novamente retomada mais tarde), é a representação de Laura: uma moça jovem, popular e cheia de sonhos, que é seduzida pela escuridão que a cerca. A ideia foi trabalhar essa dicotomia entre as sombras e a suposta virtuosidade da personagem. Angelo Badalamenti conta que, para compor o tema, sentou-se ao piano, ao lado de David Lynch. Enquanto Lynch descrevia o quadro que imaginava, o compositor tentava imprimir o contexto à música, através de variações harmônicas e melódicas. Eram imagens como a mata, o vento, e também uma garota amedrontada e envolvida em coisas ruins. (Se você entende inglês, clique aqui para assistir a um vídeo onde o próprio Badalamenti detalha melhor o processo.)

Além da trilha instrumental, Twin Peaks também traz vários outros momentos musicais memoráveis. Leland Palmer, o pai de Laura, é responsável por pelo menos dois: no primeiro, poucos dias depois da morte da filha, Palmer aparece com os cabelos completamente brancos cantando “Mairzy Doats”, clássico do cancioneiro norte-americano. Posteriormente, durante um jantar, o personagem interpreta “Get Happy”, eternizada na voz de Frank Sinatra, e protagoniza uma cena bastante incomodativa – como grande parte da obra de Lynch desde sempre.

https://www.youtube.com/watch?v=3JMdhRspUSQ

Também merece menção o musical que envolve os personagens James Hurley, Donna Hayward e Maddy Ferguson, no terceiro episódio da segunda temporada. Em tomada inexplicavelmente longa, os três cantam “Just You”, música de Lynch e Badalamenti, na sala da casa de Hurley. A canção é assustadoramente cafona e a cena tem mais de três minutos, baseados no cantar esquisito dos três e na troca de olhares intensa que acontece entre eles. Esse momento é visto por muitos como um dos mais marcantes de Twin Peaks – ainda que exista divergência sobre ser um destaque positivo ou negativo.

https://www.youtube.com/watch?v=rq8bHVSCqN0

Mas a cereja no bolo, a cena cuja mera lembrança causa arrepios nos fãs da série, é a participação do cantor de jazz Jimmy Scott, no último episódio da segunda temporada, interpretando “Sycamore Trees”.* É difícil traduzir em palavras a bizarrice da situação: esteticamente, o ambiente é um local onírico com traços de pesadelo, onde o protagonista Dale Cooper precisa confrontar o obscuro e toda a energia negativa que move aquele lugar. E é aí que entra a música – essa música:

Foi ótimo descobrir, em 2014, que aquele não havia sido, afinal, o episódio derradeiro da série. Twin Peaks está voltando, com David Lynch, Mark Frost, Angelo Badalamenti e tudo a que temos direito. A partir do dia 21 desse mês, vamos descobrir o que aconteceu com cada personagem desse universo – e já bate forte a expectativa de viver mais momentos musicais como esses.

* Não sei se, passados 26 anos do lançamento, algo ainda configure spoiler. Mas para evitar que o impacto da cena se perca para quem ainda não assistiu, deixo apenas um link clicável para quem se interessar. Clique aqui para sentir os pelos da sua nuca se eriçarem.

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Tags: Angelo BadalamentiCrítica MusicalDavid LynchMark FrostMúsicaOSTSeriadoSérieShowtimetrilha sonoraTwin Peaks

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