• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Música

Justified e o lado gangster dos caipiras

porGuilherme Aranha
31 de agosto de 2015
em Música
A A
Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

Os primeiros raios de sol começam a aparecer, discretamente, iluminando a plantação de milho e o celeiro. O vento aponta uma leve brisa, que vai balançando as folhas, enquanto os primeiros pássaros começam a saudar a manhã com seus voos rasos. O galo sobe na ponta da cerca de madeira, estufa o peito e canta.

Apontando seis horas da manhã, o cuco sai do relógio; com pouco do sol invadindo seu quarto, Dan se espreguiça e sai da cama. Carrega seu banjo, passa pela porta da sala e senta na primeira entre duas poltronas na varanda. Logo depois, R-Son se aproxima e, com algumas rimas, acompanha o arranjo feito pelo caipira. O sol nasce na roça e a música já compõe a trilha sonora do sítio.

Isso tudo seria um cenário perfeito se Gangstagrass fosse uma típica banda de bluegrass do Kentucky e não do Brooklyn, em Nova York. Formado em 2006, o grupo nova-iorquino destaca-se como uma pepita de ouro no meio musical. Traduzindo em termos interioranos, o trigo no meio do joio.

Unindo hip-hop com bluegrass, Gangstagrass – que não poderia ter um nome melhor – ultrapassa a linha do imaginável até do mais biruta dos críticos. Arranjos suaves de banjos, típicos da vida mansa do Sul, são acompanhados por rimas ferozes, ao melhor estilo Nova York. O trabalho lírico é muito bem elaborado, enquanto sua base é feita por complexos ritmos caipiras, mas que se prolongam por quatro ou cinco minutos seguidos. Essa mistura improvável mesmo foi o suficiente para leva-los direto ao estrelato, quando tiveram sua faixa escolhida para a abertura de Justified, que foi ao ar pelo FX.

Gangstagrass Foto: ArtVoice/Rench Audio
Gangstagrass. Foto: ArtVoice / Rench Audio.

A série, que conta a história de Raylan Givens e Boyd Crowder, dois lados de uma mesma moeda, herói e vilão, respectivamente, é baseada na obra de Elmore Leonard, considerado por muitos o pai da literatura sulista norte-americana, durou seis temporadas e teve “Long Hard Times to Come” em sua abertura até então. E Elmore, enquanto viveu para acompanhar sua obra em formato televisivo, destacou o grupo como algo que nunca viu ao longo de seus oitenta anos de vida, quando disse que “Rench e seus amigos simplesmente criaram uma nova forma de música. Gangstagrass usa dois tipos de música que são opostas e as mixam brilhantemente de uma maneira natural e admirável”.

Rench e seus amigos simplesmente criaram uma nova forma de música. Gangstagrass usa dois tipos de música que são opostas e as mixam brilhantemente de uma maneira natural e admirável.

Gangstagrass é um projeto extremamente admirável por dois detalhes bem distintos. O primeiro deles é ver uma banda metropolitana, da periferia de Nova York, misturar tão bem o gênero sulista em suas faixas. O segundo, e mais importante, é o de unir com maestria, como disse Elmore Leonard, dois estilos opostos e que nunca pensaríamos combinar, de uma maneira tão única e apaixonante, que nos faz acompanhar faixa por faixa, como se fossemos parte da própria Dixie Mafia.

Raylan Givens e Boyd Crowder, protagonistas de Justified Foto: FX
Raylan Givens e Boyd Crowder, protagonistas de Justified. Foto: Divulgação / FX/

O trabalho mais recente do grupo é o American Music, lançado em 2015 mesmo, que já abre com uma bordoada em “Pulling Everything With Me”. Depois, são mais 13 alucinantes faixas alucinantes que te hipnotizam por rimas agressivas e rápidas, enquanto o banjo ao fundo e a batida, dão vontade de soltar o volante e bater palmas. A banda ainda tem mais três álbuns e todos eles são incríveis e diferentes entre si, o que vale ainda mais o play.

Justified foi uma de minhas séries favoritas até a presente data, assim como Raylan e Boyd são dois dos personagens mais incríveis que cheguei a conhecer. A obra de Elmore Leonard é muito bem escrita e traz sempre diálogos excepcionais, que nos encantam por sua simplicidade nas palavras, mas com profundo significado. Uma mistura tão nobre quanto essa obviamente merecia uma trilha sonora à altura.

Tags: Crítica Musicalelmore leonardgangstagrassHip-HopjustifiedMúsica

VEJA TAMBÉM

Stephen Sanchez traz seu som nostálgico ao C6 Fest. Imagem: Divulgação.
Música

C6 Fest – Desvendando o lineup: Stephen Sanchez

15 de maio de 2025
Aos 24 anos, Cat Burns vem ao Brasil pela primeira vez. Imagem: Divulgação.
Música

C6 Fest – Desvendando o lineup: Cat Burns

14 de maio de 2025
Please login to join discussion

FIQUE POR DENTRO

A artista visual Mariana Valente. Imagem: Reprodução.

Mariana Valente: “Clarice Lispector escrevia como quem cria um rasgo na linguagem”

16 de maio de 2025
Stephen Sanchez traz seu som nostálgico ao C6 Fest. Imagem: Divulgação.

C6 Fest – Desvendando o lineup: Stephen Sanchez

15 de maio de 2025
Claudio Cataño dá vida ao Coronel Aureliano Buendía na adaptação de 'Cem Anos de Solidão'. Imagem: Netflix / Divulgação.

‘Cem Anos de Solidão’ transforma o tempo em linguagem

15 de maio de 2025
Aos 24 anos, Cat Burns vem ao Brasil pela primeira vez. Imagem: Divulgação.

C6 Fest – Desvendando o lineup: Cat Burns

14 de maio de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.