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‘Gigaton’ é visão do Pearl Jam para realidade apocalíptica

Décimo primeiro álbum do Pearl Jam, ‘Gigaton’ mostra a banda em melhor fase que registros anteriores, mantendo-se fiel às suas origens.

porAlejandro Mercado
6 de abril de 2020
em Música
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Pearl Jam Gigaton Eddie Vedder

'Gigaton' é o décimo primeiro álbum de estúdio do Pearl Jam. Imagem: Danny Bones/Reprodução.

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Gigaton, décimo primeiro álbum de estúdio do Pearl Jam, é um registro que certamente desagradará fãs fervorosos de Ten e Vs., erroneamente marcados como os discos “rock’n’roll de verdade” do quinteto. Entretanto, o grupo segue fazendo o mesmo desde seu primeiro LP. Todas canções são carregadas de afeto político.

A existência do grupo confirma tal afirmação. De sua batalha com a gigante Ticketmaster, à negação em apresentar-se em eventos patrocinados por bebidas alcóolicas e cigarros, cada detalhe na carreira dos músicos caminha pela tentativa de fazer ecoar uma mensagem.

A representação da busca por sobreviventes em meio a uma catástofre se utilizando de mecanismos de comunicação é antiga. Em Eu Sou a Lenda, obra de Richard Matheson publicada em 1954, maior influência no desenvolvimento gênero zumbi, Robert Neville, protagonista da obra, envia mensagens via rádio na tentativa de encontrar algum sobrevivente.

A metáfora que utilizo acima para falar de Gigaton pode parecer forçada, eu sei, mas há uma pertinência na analogia. O grupo de Seattle segue, cada vez mais, cantando para si, repetindo, como o personagem da literatura, em busca de ser ouvido do outro lado.

Não há tanta discrepância no cenário: vivemos tempos sombrios, uma era apocalíptica, da economia à saúde, passando por tudo que compreende nossa existência enquanto sociedade. A barulheira do garage rock que chegou com No Code ali ficou, ainda que com texturas espaciais e graves muito mais presentes. Desde este registro, Eddie Vedder e companhia trocaram a ira pela reflexão, pelo eco, pelo ressoar.

Esse ambiente apocalíptico aparece constantemente em Gigaton, muito menos como presságio e mais como uma tentativa de reconexão com o que possa restar de humanidade na vida que nos habita.

Os gritos deram espaço a um olhar minucioso ao redor, como Vedder canta na faixa que abre o LP: “All the answers will be found In the mistakes that we have made” (“Who Ever Said”). Durante a coletiva que anunciou o lançamento de Gigaton, em janeiro deste ano, o guitarrista Mike McCready afirmou como o trabalho de realização do álbum foi uma longa jornada, “emocionalmente obscura e confusa às vezes”.

Em seu pronunciamento, ficava clara a deixa do que esperar nas composições: consciência e conhecimento da necessidade de conexão humana nestes tempos. Uma doce ironia para um lançamento feito no final de março, já com os processos de quarentena em virtude do coronavírus tomando conta do mundo, forçando-nos a um reencontro com os pesadelos mais íntimos do silêncio que vive em nós.

Esse ambiente apocalíptico aparece constantemente em Gigaton, muito menos como presságio e mais como uma tentativa de reconexão com o que possa restar de humanidade na vida que nos habita, onde Trump ainda não tenha causado estragos (“Quick Escape”). Essa é uma jornada sem ambiguidades, porém carregada de catacreses e hipérboles poéticas.

Essa tem sido a caminhado da banda que não se reinventa a cada disco, mas apenas explora suas próprias possibildidades, em busca de erros significativos – “The more mistakes, the more resolve” (“Retrograde”). Há como encarar Backspacer (2009) e The Lightning Bolt (2013) como parte destes erros, reflexos de uma aridez de ideias, uma repetição em si mesmo, que agora tenta, com loops de bateria e sintetizadores, entrar novamente na trilha da banda influente que, como ícone restante de uma geração que marcou época ao dar voz a quem era sentenciado ao silêncio, permanece sempre fiel às suas origens.

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