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Home Música

‘L.A. Woman’: blues de primeira no último álbum de Jim Morrison com o The Doors

porDaniel Tozzi
7 de julho de 2017
em Música
A A
The Doors - L. A. Woman - Jim Morrison

Jim Morrison durante as sessões de gravação de 'L. A. Woman'. Foto: Reprodução.

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Na última segunda-feira, a morte de Jim Morrison completou 46 anos. O vocalista do The Doors foi encontrado morto por sua namorada, Pamela Courson, na banheira do apartamento em que os dois residiam em Paris, no dia 3 de julho de 1971. A ida de Jim para a capital francesa aconteceu em meio ao processo de finalização do último álbum com a formação completa da banda, L.A. Woman, lançado meses antes da morte de seu vocalista.

Jim decidira dar uma pausa na vida de rockstar para se refugiar na cidade luz onde, diziam alguns, iria se dedicar à sua paixão pela poesia. No entanto, aos 27 anos, morreu vítima de um ataque cardíaco (ou seria overdose?), deixando órfãos milhares de fãs do Doors ao redor do mundo, além dos próprios companheiros de banda, que aguardavam seu retorno.

Mortes trágicas de roqueiros aos 27 anos à parte, o sexto e último registro de Jim como vocalista do The Doors é um fantástico disco gravado de maneira rústica num improvisado estúdio em um prédio em Los Angeles, local em que a banda costumava apenas ensaiar suas músicas. Assim como seu predecessor, Morrison Hotel (1970), o álbum buscava capturar a essência blues do início da carreira do conjunto, que chegou a flertar com o jazz em músicas mais bem trabalhadas em Soft Parade, de 1969.

A razão para a volta às raízes da banda também pode ser creditada a outros dois fatores: o primeiro eram os problemas de Jim com a justiça norte-americana, que à época o processava por atentado ao pudor após um fatídico show em Miami em que o rei lagarto teria feito gestos obscenos para a platéia e, pasmem, ao que tudo indica, mostrado sua genitália no meio do palco. O episódio colocou o The Doors em descrédito e forçou a interrupção da turnê que a banda realizava pela América em 1970, restando ao quarteto aliviar a tensão nos trabalhos em estúdio com um registro cru de rock’n’roll no melhor estilo “Get Back” dos Beatles.

O segundo motivo foram os desentendimentos com Paul Rotchild, produtor que havia trabalhado em todos os lançamentos do The Doors até então. Não partidário da ideia de um álbum com uma pegada mais crua e já cansado do descompromisso de Jim nas gravações – que não raramente chegava bêbado aos estúdios – Rotchild resolveu romper com a banda. Sem sua presença, os integrantes do The Doors se sentiram mais soltos e dispostos a gravar como uma legítima banda de garagem.

Num tom meio jazz e sombrio, a formação clássica do The Doors (que chegou a lançar discos sem Morrison) encerra de forma magistral sua página na história do rock.

Os trabalhos começaram em dezembro de 1970 e contaram com a ilustre participação de Jerry Scheff, baixista que acompanhava ninguém menos do que Elvis Presley em suas turnês e fora convidado pela banda para colaborar nas gravações. Sua presença deixou Jim, um grande fã de Presley, bastante animado e foi o empurrão necessário para o desenvolvimento dos trabalhos em estúdio. Jerry, um excelente músico cujo swing marcante do contrabaixo casou muito bem com a bateria de John Densmore, foi peça fundamental para a sonoridade das canções.

Para além disso, L.A. Woman é um disco bastante espontâneo e reforça um aspecto fundamental do The Doors, que era o de ser uma “banda de compositores” em que todos os integrantes trabalhavam juntos nas músicas. Seja a partir das letras de Jim; dos acordes certeiros de guitarra do “Door subestimado”, Robert Krieger; do fantástico trabalho de Ray Manzarek nos teclados; ou da imprescindível presença de Densmore na bateria. L.A. Woman captura a essência do rock’n’roll e escancara a qualidade artística dos músicos do conjunto, muitas vezes relegada ao segundo plano por conta do impacto da figura rockstar de Jim Morrison e suas excelentes letras.

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“The Changeling” abre o disco num blues animado falando das constantes mudanças e do caos hippie e violento que era os Estados Unidos do final da década de 1960 e início de 70. “Love Her Madly”, composição de Robert Krieger, é um dos grandes clássicos da banda e vendeu muito bem como single do álbum, lançado em março de 1971. Em “Been Down So Long”, Jim Morrison canta em um tom mais melancólico sobre suas crises existenciais e os problemas com a justiça. Nesta mesma pegada, a faixa “Hyacinth House” nos mostra a tristeza de alguém que anseia pela solidão. O detalhe da música vai pros teclados de Ray Manzarek, inspirados diretamente nas composições de Frederic Chopin.

Além de outras faixas de primeiríssima qualidade – como a regravação do blues “Crawling King Snake” de John Lee Hooker, ou o poema “The WASP (Texas Radio and the Big Beat)”, que Jim Morrison costumava recitar nos shows e foi musicado especialmente para o álbum – L.A. Woman conta com duas longas canções que são os pontos altos do trabalho e encerram cada um dos lados do disco. A faixa-título – um hino em homenagem à sexy e animada Los Angeles dos anos 60 – apresenta em seus 7 minutos uma das mais deliciosas performances dos músicos do The Doors, com direito a solos de guitarra e de teclado e um trecho da letra feito a partir de um anagrama com “Jim Morrison”, que se tornou “Mr Mojo Risin”.

A décima e derradeira música do disco é simplesmente “Riders on the Storm”, um daqueles clássicos eternos da música. Num tom meio jazz e sombrio, a formação clássica do The Doors (que chegou a lançar discos sem Morrison) encerra de forma magistral sua página na história do rock. Aliás, o que mais rock’n’roll do que soar como uma banda de garagem, como The Doors fez na gravação de L.A. Woman?

Ouça ‘L.A. Woman’ na íntegra no Spotify

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Tags: anos 70bluesCrítica MusicalJim MorrisonLA WomanMúsicaRockThe Doors

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