A Ocean Breeze Tropical Club batizou a própria sonoridade de “funky reggae party”. Sua mescla de reggae, ska e funk não poderia ter recebido uma alcunha mais justa do que essa. Felipe Lindstron, Gustavo Comin, Renan Henche, Kadu Hidalgo, Pedro Schnorr e Ricardo Blaglioli Marvin acabam de lançar o segundo EP do grupo, o animado What Is in Front of You Is Not What You See.
Sequência bem-sucedida do também solar Life Is Better When You’re High!, o álbum do grupo curitibano joga o público em uma entusiasmada, grande, calorosa e interminável festa. Se as raízes do grupo se encontram no reggae, é do ska e do funk norte-americano dos anos 70 que vem a pitada de calor que encontra a brasilidade da banda, que ainda que cante em inglês não deixa de transparecer o poder e a força do reggae tupiniquim.
Sem grandes oscilações, o disco permanece em um nível de adrenalina musical alto, não dando margem a que o público abaixe o ritmo desta festa sonora.
Caminhando para seu quinto ano de estrada, a Ocean Breeze Tropical Club foi feliz ao organizar riffs, naipes de metal e percussão numa celebração recheada de calor, suor e tropicalismo. What Is in Front of You Is Not What You See evoca um clima constantemente dançante, em que não há espaço para timidez nos arranjos, compostos numa espécie de ritual – quase como se transportasse o público para dentro dessa festa sonora. Se a cartela referencial da banda é extensa, é preciso apontar a facilidade com que as aglutinaram e as apresentam ao ouvinte, em doses homeopáticas, dando a ele a oportunidade de assimilar e abraçar o calor de suas composições, que pouco a pouco tomam conta.
Sem grandes oscilações, o disco permanece em um nível de adrenalina musical alto, não dando margem a que o público abaixe o ritmo desta festa sonora. Com uma destreza invejável, a Ocean Breeze Tropical Club oferece canções radiofônicas com um forte viés pop, sem para isso tentar mimetizar os mestres do gênero, muito menos optando por escolhas óbvias em suas letras, que mantém um nível interessante, capaz de lembrar o reggae setentista, sem que, no entanto, os versos soem pegajosos – o que é uma grande virtude, diga-se.
Entre aceleradas no ritmo e uma cadência bem trabalhada, os curitibanos desenvolvem uma musicalidade que tem como característica marcante a alegria, condizente com a proposta do grupo de fazer seu “funky reggae party”. Com tanta energia desprendida no disco, não é de se esperar menos do que uma festa sem fim a execução do álbum ao vivo. O disco honra as raízes do reggae, cativa o público e dá mais gás a cena reggae de Curitiba, que, nunca se esqueçam, tem uma extensa e forte tradição.