Patrícia Coelho acaba de lançar seu novo single, a faixa “Coragem”, escrita ao lado de Fábio Goés, e prepara o lançamento de seu quarto disco, uma trabalho totalmente autoral intitulado Lapin, que deve sair em setembro.
Para a nova geração, Patrícia Coelho é um nome praticamente desconhecido, mas todos que viveram o início dos anos 2000 certamente lembram-se dela, especialmente pelo fato de ter sido a quarta colocada na primeira edição da Casa dos Artistas. Para o bem e para o mal, o programa foi um furacão que atingiu a cultura pop nacional e se tornou a maior audiência da história do SBT – quem o assistiu certamente lembra-se de Mateus Carrieri jogando as cadeiras da piscina enquanto brigava com Patrícia, momentos clássicos da TV brasileira.
Mas é preciso voltar mais no tempo: apesar da Casa, Patricia já tinha uma interessante carreira. Ela começou gravando jingles publicitários e atuando em peças de teatro, mas acabou se tornando um sucesso nacional como cantora de música dance. Patrícia Coelho integrou o Sect, ao lado de Tchorta e Gui Boratto (que hoje é um dos maiores nomes da música eletrônica brasileira).
![Patricia Coelho](http://www.aescotilha.com.br/wp-content/uploads/2018/07/Patricia-Coelho-200x300.jpg)
O Sect é dono dos hits “Wasting My Life” e “Follow You”, esse último trilha da novela História de Amor. De todo modo, por cantar em inglês, muitos pensavam que o Sect era uma banda internacional, então Patrícia tocava em todas as rádios, mas era uma famosa-desconhecida nas ruas.
Depois disso, Patrícia fez parte da primeira geração da Trama, de João Marcelo Bôscoli, e cantou em diferentes projetos, lançando seu primeiro disco, O fim da inocência, em 1997, diretamente no mercado japonês.
Foi só em 2000 que ela lançou um disco no Brasil, o Simples Desejo, que se tornou um hit comercial, mesclando MPB, rock e música eletrônica. A faixa “Vem” se tornou trilha de Malhação e da novela Uga Uga e o clipe tocava direto na MTV. Ela ainda fez o circuito de todos os programas jovens da época, tornando-se uma das caras do que era cool no início dos anos 2000, nessa coisa entre a MPB e o rock – ouçam “Até a chuva parar” e tenham um resumo básico do que era a música pop brasileira na virada do século.
Depois da loucura da Casa dos Artistas, em 2001, ela foi contratada pela Abril Music e lançou seu terceiro e último disco, Um pouco maluca, em 2002, um disco mais pop, que buscava alçar Patrícia ao lugar de estrela. A sua versão de “Eu te amo você” virou trilha de abertura da novela Marisol, versão brasileira do sucesso mexicano e que contava com as estrela da Casa, como Bárbara Paz e Alexandre Frota.
Patrícia Coelho era uma das caras do que era cool no início dos anos 2000.
De lá pra cá, não sabemos o motivo real que afastou Patrícia das gravações: seria a falta de uma gravadora? A independência musical e a falta de grana? Não sabemos, mas o fato é que Patrícia não parou de trabalhar: ela gravou participações em diferentes trilhas para desfiles de moda, peças de teatro e cinema e continou fazendo shows diversos. Em 2014, por exemplo, o Adriano Cintra (do Cansei de Ser Sexy) lançou uma versão de “Superafim” com participação de Patrícia e ficou maravilhoso!
De todo modo, chegamos a 2018 e ao Lapin, disco autoral e pessoal que vem sendo produzido há alguns anos. Lapin – que significa coelho em francês, uma brincadeira com o sobrenome de Patrícia – será lançado dia 26 de setembro, pela Joia Moderna, a gravadora do DJ Zé Pedro, que também dirigiu o primeiro clipe, da faixa “Coragem”.
“Coragem” apresenta Patrícia em P&B, em grande close, sem grandes exageros, a cantar os confessionais versos da canção, escrita ao lado de Fábio Goés. Pop e conectada com o nosso tempo, a faixa é um interessante retorno para uma artista que viu muitas vezes sua intimidade ser maior que sua obra, por isso ficamos aqui na curiosidade para ouvir essas novas canções. Que venha Lapin!