Por aqui, já falamos sobre os gaúchos da Salve Jurema. A jovem banda formada em 2016 na cidade de São Marcos, na região da Serra, aposta em uma sonoridade que une a potência do rock a referências das culturas indígena e africana.
Na corrida da música independente há dois anos, o grupo já tem um EP lançado, que saiu ano passado com cinco faixas. Nele o quarteto, formado por Rafael Grisson (percussão), Eduardo Marcon (baixo), Patric Dias (guitarra e vocal) e Thales Rech (bateria), explora temáticas relacionadas ao misticismo, à religião de matriz africana e as envolve em um instrumental forte e cheio de groove, guitarras e percussões.
Agora, a banda apresenta ao público duas novas músicas, que chegam para reforçar ainda mais a sonoridade que eles vêm construindo. Em “Manga Rosa”, canção que destaca as percussões, falam sobre o mar e fazem referência à cidade utópica de Aruanda, que faz parte do imaginário umbandista. Já em ‘Também Quero Ver’, faixa com um conjunto instrumental mais pesado, eles cantam sobre Iemenjá e também tocam em questões mais políticas. A música acabou ganhando um videoclipe com uma estética anos 90, que também já pode ser conferido hoje.
Os lançamentos integram a proposta de fortalecer a divulgação individual das canções, etapa considerada pela banda como uma das mais complicadas para artistas independentes. “O maior desafio de ser independente não é nem a criação, é a divulgação. O primeiro contato com a música passa por diversas modificações, é algo natural, o produtor que trabalha junto dá uma mão na roda também, mas a divulgação alguém tem que correr atrás constantemente”, conta o percussionista Rafael, que também assina a arte de divulgação dos lançamentos.
Os lançamentos integram a proposta de fortalecer a divulgação individual das canções, etapa considerada pela banda como uma das mais complicadas para artistas independente.
Sem muitas delongas, é hora de dar o play e conferir nas plataformas digitais o que a Salve Jurema preparou. Aproveita e confere também o bate-papo que rolou com o Rafael sobre os novos trabalhos.
ESCOTILHA » Vocês já têm um EP lançado e chegam agora com duas novas faixas. O que mudou desde o primeiro lançamento em relação aos trabalhos mais recentes?
Rafael » Eu acredito que a gente conseguiu englobar melhor o nosso som com o que a gente estava pensando. A gente seguiu os passos do primeiro EP, só que com mais maturidade e mais aberto para experiências. As composições tiveram mais contato com o resto da banda também, isso nos ajudou bastante.
Como foi o processo de criação das faixas? Quem as produziu e onde foram gravadas?
Foi muito mais tranquilo. A gente não estava nervoso de ser o primeiro trabalho e nem por ser um EP longo. Decidir lançar as faixas foi mais natural e acabamos gravando com calma e tudo no seu tempo. Em “Manga Rosa”, por exemplo, eu escrevi apenas com violão, mas pela levada achei que percussões se encaixariam fácil. O Patric escreveu a outra metade, onde diz da cidade utópica Aruanda, e uma coisa foi levando a outra. Gravamos no estúdio Noize, com o Carlos Balbinot e Fabrício Zanco, de Caxias do Sul.
Quais são as referências e influências de vocês na hora de criar as canções?
A sonoridade das músicas acaba sendo influenciada por diversas bandas, diversos timbres que a gente acaba curtindo e acabamos utilizando como referência, mas não tem nenhuma banda específica que a gente se inspire. Muita gente acha nosso som parecido com o Red Hot Chilli Peppers e concordo, tem uma vibe dos anos 90 com referências de outros estilos.
Uma das faixas, “Também Quero Ver”, chega acompanhada por um videoclipe. Como foi a gravação do vídeo?
Esse foi de surpresa. A gente ia só gravar um teaser para anunciar as músicas e de última hora resolvemos fazer um clipe. Nosso amigo Petrônio fez as imagens, fomos juntando mais algumas que gravamos durante a semana e a construção surgiu conforme íamos montando. Achamos que ficou bem anos 90, meio sem sentido, por isso o filtro VHS ficou bem encaixado. Gostamos do resultado final, trabalhamos muito para sair, apesar de não ser algo muito planejado.
Como banda independente, de que forma vocês avaliam esse processo pelo qual as bandas passam até poder chegar de fato ao lançamento? Quais os maiores desafios, na opinião de vocês?
O maior desafio de ser independente não é nem a criação, é a divulgação. O primeiro contato com a música passa por diversas modificações, é algo natural, o produtor que trabalha junto dá uma mão na roda também, mas a divulgação alguém tem que correr atrás constantemente, mas tudo acaba se tornando divertido porque muitas coisas acontecem naturalmente.
Quais os próximos projetos da Salve Jurema?
Nós temos muitas músicas, estamos sempre querendo gravar e tocar elas. Quem sabe um álbum completo? Tudo isso depende de como as coisas forem.