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A subversão dos Titãs em ‘Tudo ao mesmo tempo agora’

Banda paulistana Titãs assumiu lado punk em 'Tudo ao mesmo tempo agora', disco pesado e controverso.

porDaniel Pala Abeche
24 de abril de 2018
em Música
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A subversão dos Titãs em 'Tudo ao mesmo tempo agora'

Imagem: Reprodução.

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A musicalidade anárquica peculiar aos Titãs de Cabeça Dinossauro (1986) persistiu com veemência, pelo menos, até 1992. A sonoridade mais pesada aparece principalmente em canções dos lados Bs dos álbuns subsequentes Jesus não tem dentes no país dos banguelas (1987) e Õ Blésq Blom (1989).

O lado A de ambos os álbuns dava lugar a muitos samplers e efeitos eletrônicos, confirmando que a banda estava atenta às tendências oitentistas, entretanto, de forma alguma tal fato negava a criatividade paulatinamente evidente do grupo paulistano.

A banda ainda experimentava, flertava com elementos do tropicalismo, do new wave, do punk e apresentava na abertura e fechamento do disco de 1989, vinhetas divertidas da dupla de repentistas recifense Mauro e Quitéria. Curiosidade: o título “Õ blésq blom” é uma frase dita por Mauro.

A trupe, no alto patamar do mainstream, desceu às profundezas do underground para gravar, em 1991, Tudo ao mesmo tempo agora, seu álbum mais controverso. O último disco como octeto, que antecedeu a saída de Arnaldo Antunes, era cru, sujo, polêmico e, por vezes, escatológico.

O nome do disco é, acima de tudo, simbólico, representando bem o espírito punk do it yourself que permeava a obra: pela primeira vez os integrantes assinam todas as faixas, e inclusive se responsabilizam por todos os arranjos e pela produção de um disco.

A trupe, no alto patamar do mainstream, desceu às profundezas do underground para gravar, em 1991, Tudo ao mesmo tempo agora, seu álbum mais controverso.

Os ruídos distorcidos da guitarra abrem o álbum com Paulo Miklos recitando como um mantra “Clitóris, clitóris, clitóris… Ah, clitóris/ Clitóris, clitóris, clitóris… Oh, clitóris”

Nando Reis, antes de assumir seu lado hippie tão evidente hoje, vociferava: “Amor, eu quero te ver cagar”. Arnaldo Antunes gritava: “Saia de mim como escarro, espirro, pus, porra, sarro”. Branco Mello, revoltoso, consolidava a essência punk do álbum, assumindo “Eu não sei fazer música, mas eu faço”.

E o minimalismo titânico, trazendo ecos de músicas como “Cabeça Dinossauro” e “Jesus não tem dentes no país dos banguelas”, atingia seu ápice em letras de duas frases como “Obrigado” e “Uma coisa de cada vez”.

No ano seguinte, o grupo fez um show apoteótico no Hollywood Rock. Os Titãs haviam se tornado fatidicamente uma banda subversiva.

Foi ao ouvir esse álbum que Jack Endino, conquistando renome em Seattle ao produzir o debut do Nirvana, Bleach, e grupos de peso como Soundgarden e Mudhoney, em pleno auge do grunge, disse: isso é rock de verdade. O produtor anteriormente havia ouvido Õ blésq blom e não entendido por que a banda o queria como produtor; foi Tudo ao mesmo tempo agora que o convenceu a aceitar a missão.

Os Titãs, ainda raivosos, então gravaram com Endino o mais pesado disco da carreira, Titanomaquia, cujas “Nem sempre se pode ser deus” e “Será que é disso que eu necessito” renderam videoclipes que eram veiculados à exaustão na MTV.

A essência de Cabeça Dinossauro ainda ressoaria timidamente no álbum subsequente, Domingo, como na parceria com o Sepultura “Brasileiro”, mas a subversão e anarquia dos Titãs do início da década de 1990 tornariam-se nostalgia enquanto o grupo seguiria gravando bons, mas pouco memoráveis discos.

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Tags: Arnaldo Antunesbandas de rock brasileirasbandas paulistasCrítica MusicalHollywood RockJack EndinoMusic ReviewMúsicaNando ReisRockTitãsTudo ao mesmo tempo agora

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