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Home Teatro

A cena delas

porFrancisco Mallmann
10 de novembro de 2015
em Teatro
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As jornalistas Anna Virginia Balloussier e Angela Boldrini publicaram ontem, no jornal a Folha de S. Paulo, a matéria Mulheres dirigem 16,5% dos filmes nacionais, sobre o machismo que impera no cinema brasileiro. Em meio aos dados e relatos alarmantes sobre o modo com que o machismo e a misoginia operam no universo cinematográfico (entre as entrevistadas estão Anna Muylaert, diretora de Que Horas Ela Volta?, e Petra Costa, diretora de Olmo e a Gaivota), a reportagem apresenta um panorama dos recentes eventos que ocorreram envolvendo a mulher e as questões feministas. Elas dizem:

“Discussões sobre o feminismo vieram em onda nos últimos dias. Apareceram na prova do Enem. Em protestos contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), autor de projeto de lei que dificulta o aborto legal. Na campanha #meuprimeiroassédio –após homens fazerem comentários libidinosos sobre uma cozinheira do MasterChef Júnior, mulheres foram à internet relatar abusos.

E teve, na semana passada, a campanha #AgoraÉqueSãoElas, na qual colunistas homens ‘emprestaram’ seu espaço para textos femininos”

Foi com esse cenário que, na quarta-feira, dia 4, na edição de novembro do Cena HQ, aconteceu a leitura dramática da obra Beladona, de Ana Recalde e Denis Mello.

Desde 2012, o Cena HQ, projeto realizado em Curitiba, com a parceria entre a companhia Vigor Mortis e a Quadrinhofilia, promove o encontro entre o universo dos quadrinhos e o do teatro. O espaço do teatro da Caixa Cultural é o lugar em que acontecem as leituras dramáticas de Histórias em Quadrinhos de autores de diversas nacionalidades. A cada mês, a montagem de uma obra, com direção e elenco diferentes. Ao final da leitura dramática, o evento conta com um debate que, geralmente, é feito com a presença dos autores do quadrinho em questão. A curadoria é de José Aguiar (autores) e de Paulo Biscaia Filho (encenadores).

Ainda que não seja um evento especificamente de teatro, o Cena HQ apresenta interessantes pontos para se pensar sobre as artes cênicas – evidentemente a partir de uma encenação idealizada enquanto leitura dramática de uma dramaturgia que é, antes de tudo, uma história em quadrinhos.

No entanto, o que me interessa ao escrever sobre essa edição, especificamente, é a pertinência com que o evento cênico surge. Uma equipe inteiramente composta por mulheres se reúne tendo como tema, ainda que não diretamente, o empoderamento da mulher em um momento em que o assunto não poderia se fazer mais presente. A encenação, cuja direção é assinada por Angela Stadler, criou um espaço em que foram articuladas grande parte das temáticas que tomaram a internet e as ruas nas últimas semanas.

Marcela Goellner, Érica Silva, Kassandra Speltri, Camila Fávero, Angela Stadler, Vida Santos, Talita Neves, Isadora Terra, Michelle Rodrigues, Amanda Leal e Marcela Mancino são as mulheres envolvidas na leitura dramática de Beladona.
Marcela Goellner, Érica Silva, Kassandra Speltri, Camila Fávero, Angela Stadler, Vida Santos, Talita Neves, Isadora Terra, Michelle Rodrigues, Amanda Leal e Marcela Mancino são as mulheres envolvidas na leitura dramática de Beladona. Foto: Lucia Biscaia.

A obra “conta a história de Samantha, uma criança de 7 anos, assombrada por pesadelos macabros” e que entre a realidade e o universo onírico, a medida que cresce, encontra forças para se autoafirmar e promove um interessante trajeto que envolve a desconstrução da dominação masculina.

A encenação criou um espaço em que foram articuladas grande parte das temáticas que tomaram a internet e as ruas nas últimas semanas.

O próprio universo dos quadrinhos brasileiro viveu seu triste episódio de misoginia e machismo quando o principal evento do país fez um material de divulgação absurdo (leia aqui) – Ana Recalde, autora de Beladona, no HQ Mix, o evento em questão, fez um discurso que homenageava ” todas as mulheres que se dedicam aos quadrinhos: as que fizeram antes de mim, as que fazem junto comigo e as que ainda farão”.

As poucas informações que apresento aqui parecem já, minimamente, compor um quadro que indica a necessidade e a importância das lutas das mulheres que, obviamente, não precisa de aprovação e legitimação de ninguém a não ser elas mesmas. Nesse sentido, o espetáculo, apresentado uma única vez, dado o formato do evento, revelou interessantes questões para se articular: teatro e gênero, a representatividade da mulher, o protagonismo, os discursos dominantes e, de certo modo, a metalinguagem, que se apresenta como importante ferramenta: não é absurdo que um elenco inteiro de mulheres, cuja atividade se volta à assuntos que permeiam as discussões feministas seja, nesse contexto, inédito?

Para somar as discussões, dois textos:

Qual a revolução feminista das capas das revistas?, de Bia Cardoso, e Parabéns, atingimos a burrice máxima, de Eliane Brum.

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Tags: Angela StadlerBeladonaCaixa CulturalCena HqTeatroTeatro da CaixaVigor Mortis

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