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Uma aula de teatro

porHelena Carnieri
21 de fevereiro de 2017
em Teatro
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Comédia ou policial? Absurdo ou metáfora? A Lição, em cartaz até o sábado de Carnaval no Teatro José Maria Santos, foge aos rótulos e à veneração dos clássicos ao propor uma releitura do texto de Ionesco escrito em 1951.

Naquele pós-guerra, fazia-se muito necessário o questionamento de todo tipo de autoritarismo, bem como do patriarcalismo representado pela figura do velho professor emérito, que realizou seu “supra-doutorado” muito tempo antes e poderia guiar a aluna que o procura em busca de saber.

Hoje, 2017, cabe muito bem, não é? O questionamento de todo tipo de autoritarismo, bem como do patriarcalismo que encontramos nas relações dentro e fora de casa.

A menina é enviada pelos pais, que, supermodernos, querem para ela não só uns conhecimentos gerais, mas de cara um doutorado total. Ao chegar à casa do professor, tem início uma aula pouco usual, que vai do ridículo ao incompreensível. O professor cede aos poucos à loucura enquanto esmaga a aluna com suas exigências nonsense. A coisa fica física, deixando o campo da mera dominância intelectual.

A montagem curitibana, com direção de Eliane Berger, aproveita o mistério que envolve a terceira personagem, a empregada Marie, para conferir clima de suspense à comédia da situação.

Desde o começo, a sonoplastia original (Gerson Saher) contribui para isso, bem como o cenário enviesado, com adereços enforcados.

Num texto baseado no diálogo, o trabalho dos atores, mais do que nunca, é fundamental.

Esses elementos trazem verdade para a violência final, espanando qualquer poeira de pastelão em que a coisa facilmente poderia descambar. Ao longo da apresentação, o riso que surge com os diálogos vai dando lugar ao desconforto, para que, como escreveu Ionesco, o “burlesco se torne trágico e o trágico, burlesco[1]”.

Num texto baseado no diálogo, o trabalho dos atores, mais do que nunca, é fundamental. Helena de Jorge Portela (aluna e Marie) e Altamar Cezar (professor) dançam no palco, quase literalmente, por meio de uma excelente construção e sintonia entre si.

O resultado mescla a direção de ator (Eliane) e de movimento (Kátia Drumond), na qual reside o suprassumo do trabalho. As partituras corporais caminham de tiques iniciais até uma metamorfose surpreendente, casada com o mistério inserido na concepção da montagem. Tudo começa com a posição dos pés, uma coçadinha no nariz, indo descambar num contorcionismo de cobras devoradoras.

Helena conduz ao longo da peça a transformação em uma e outra personagem, enquanto Altamar rege sua loucura, ou melhor, é regido por ela.

SERVIÇO | ‘A Lição’

Elenco: Helena de Jorge Portela e Altamar Cezar;
Direção: Eliane Berger;
Direção de Movimento: Kátia Drumond;
Iluminação: Érica Mityko;
Pesquisa e criação da sonoplastia: Gerson Saher;
Sonorização e Direção de Palco: Felipe Rorato;
Produção: Jewan Antunes;
Assistente de Produção e Assessoria de Imprensa: Mariane Antunes – (41) 99187-7570
Onde: Teatro José Maria Santos | Rua Treze de Maio, 655;
Quando: Até dia 26 de fevereiro, de quinta a sábado, às 20h;
Quanto: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

[1] Em “Notes  et contrenotes” do artigo “A propos de la cantatrice chauve”, a respeito da peça “A cantora careca”.

Tags: A LiçãoAltamar CezarEliane BergerEugène IonescoGerson SaherHelena de Jorge PortelaTeatroTeatro CuritibanoTeatro José Maria Santos

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