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Home Teatro

Crítica: Mostra Dalton Trevisan / Dalton Cabaré – Festival de Curitiba

porAlejandro Mercado
26 de março de 2016
em Teatro
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“O que não me contam, eu escuto atrás das portas. O que não sei, adivinho e, com sorte, você adivinha sempre o que, cedo ou tarde, acaba acontecendo.”

Você já esteve em um inferninho? Já “ralou coxa”? Experimentou alguma vez sentir-se mais próximo do próximo? Você sabe quem é seu próximo? Dalton Trevisan e sua obra são incansáveis. E incorrigíveis. Dalton é transgressor, absurdamente realista, supra-realista. Não há meias palavras, dedos, não se pisa em ovos. Crianças, amantes, velhos, cachorros, vampiros. De sua clausura, Dalton conta o que não se conta. Dalton é um inferninho, é um “rala coxa” no cabaré.

Seus textos são “destituídos de idealizações ou de qualquer romantismo barato, que se expõem na frieza da realidade ordinária.”¹ A proposta do Espaço Cênico em transpor aos palcos os textos do contista reacende o avesso da Curitiba que, por vezes, não vê Curitiba. Curitiba se conhece? Sabe o que permeia sua pobre sociedade? Respira seus cheiros? É capaz de se reconhecer na taradice ou na malemolência? Sabe que a embriaguez está em seu DNA? Ou isso é deveras difícil de aceitar?

Há um riso fácil esboçado nas cartas de “Ismênia, moça donzela” (e em todos os personagens daltonianos), em que Dalton se apropria das cartas de amor e as ressignifica, e que Leonarda Glück apresenta ao público enquanto ele se deleita em copos de cerveja e papos sobre a curitibanice de se ver representado no palco. Leonarda entra e sai de cena, Curitiba se vê e não se vê.

Em O Riso e o Risível na História do Pensamento, Verena Alberti versa sobre a especificidade do riso e as nuances entre o riso cômico e o riso trágico. Verena diz, a partir de Clément Rosset e seu Lógica do Pior (1971):

A proposta do Espaço Cênico em transpor aos palcos os textos do contista reacende o avesso da Curitiba que, por vezes, não vê Curitiba.

“Rosset nos conduz novamente ao mesmo esquema: situa o riso em um espaço para além do pensamento e da ordem – espaço que nosso pensamento e nossa linguagem não podem atingir, não obstante o esforço de os colocar entre aspas. Como nos casos anteriores, o riso é carregado de uma espécie de verdade ‘mais verdadeira’ e de realidade ‘mais real’ do que aquelas que nosso pensamento pode apreender.”

Dalton e a trupe do Espaço Cênico conversam com o público sobre as idiossincrasias de Curitiba a partir da enigmática arte de teatralizar nosso reflexo no espelho, o lado escuro da Lua. O conto de Ismênia é uma síntese da importância da Mostra Dalton Trevisan / Dalton Cabaré, esse jogo de aproximações e recuos, que no conto se dá entre os amantes, evidenciados em seus pronomes de tratamento; no palco se dá nos recortes e cortes dos atores, nas vestes sensuais, nas coxas, peitos e corpos que se evidenciam, sem necessariamente mostrar-se; e em Curitiba se dá em dias de sol e céu azul, porém, frios e de muito vento.

Talvez Ismênia não seja tão donzela, talvez Antônio não seja tão circunspecto ou honesto. Talvez não haja maior ironia que a falsa moralidade burguesa que parece dominar o contexto sociocultural, não apenas dos personagens, mas da Curitiba que se desnuda (e ri), esta noite e em toda Curitiba Mostra.

SERVIÇO | Mostra Dalton Trevisan / Dalton Cabaré

Quem: Espaço Cênico;
Onde: Guairacá Cultural | Rua São Francisco, 179;
Quando: 26 e 27 de março, sábado e domingo, às 23h;
Quanto: R$20 e R$10 (meia) + taxas.

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Tags: Crítica TeatralCuritiba MostraDalton TrevisanEspaço CênicoFestival de CuritibaFestival de Teatro de CuritibaTeatro

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