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‘O Dia em que Sam Morreu’ acerta em discussão matizada sobre o poder

Análise da peça 'O Dia em que Sam Morreu', apresentada durante o Festival de Curitiba.

porPaulo Camargo
4 de abril de 2014
em Teatro
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Os hospitais são, com frequência, cenários bastante propícios para a ficção. Passam pelos seus corredores todos os tipos pessoas, com suas dores, físicas e emocionais, tragédias e esperanças. Nos bastidores, povoados por médicos, enfermeiros e funcionários que exercem as mais diversas funções, também rola de tudo. Casos de amor não são raros, brigas de egos muito menos.

Faz sentido, portanto, que Maurício Arruda Mendonça e Paulo de Moraes tenham optado por construir o texto de O Dia em que Sam Morreu, nova montagem da Cia Armazém de Teatro, a partir das relações de poder que se constroem no dia a dia de um estabelecimento como esses, que funciona como um microcosmo, onde muitas das tensões no mundo contemporâneo marcam presença, e por vezes eclodem com força potencializada.

O espetáculo, que fez sua estreia nacional na noite de quinta-feira no Guairinha, dentro da mostra contemporânea do Festival de Curitiba, foi muito aplaudido pelo público que se não chegou a lotar, encheu o teatro. A boa recepção foi merecida.

Seis personagens têm suas vidas cruzadas em um dia de fúria no hospital onde tudo se passa. No centro da trama está o médico Benjamin (Otto Jr.), um sujeito narcisista, sedento por poder, que não mede esforços para conseguir o cargo de cirurgião-chefe. Tem como amigo, mas não exatamente um aliado passivo, Arhur (Ricardo Martins), que também vive conforme padrões éticos duvidosos, flexíveis demais. Sua mulher, a juíza Samantha (Patrícia Selonk), é um contraponto a essa falta de escrúpulos. Mas seu coração pode parar a qualquer momento e ela precisa de um transplante.

Tão relevante quanto a história que O Dia em que Sam Morreu, conta, é a forma com que o texto é construído, a maneira como o tempo é manipulado.

Outra pedra no sapato de Benjamin é Samuel (Jopa Moraes), um jovem enfermeiro que, ao testemunhar as sucessivas demonstrações de falta de caráter e decoro do cirurgião, entra em surto. É tomado por tamanha indignação que resolve fazer justiça com as próprias mãos: invade o hospital e coloca o médico na mira, exigindo que ele faça tudo que o rapaz julga certo, a começar por tratar pacientes do SUS, pobres e desvalidos, com a mesma atenção dos ricos e poderosos.Completam o sexteto Sophia (Lisa E. Fávero), uma jovem prostituta que sustenta e vive com um pai que mal conheceu, o palhaço Samir (Marcos Martins), portador da doença de Alzheimer.

Tão relevante quanto a história que O Dia em que Sam Morreu, conta, é a forma com que o texto é construído, a maneira como o tempo é manipulado. A mesma situação, em cujo centro está o confronto entre Benjamin e Samuel, é narrada de diferentes perspectivas, com desenlaces distintos.

O que fica é uma discussão matizada, em que tanto o cinismo de Benjamin quanto o idealismo radical de Samuel, assim como a flexibilidade moral de Arthur, são expostos, questionados, sem que a peça assuma um tom maniqueísta.

Percebia-se na apresentação de ontem uma certa hesitação nas interpretações dos atores, sobretudo nos primeiros dez, quinze minutos da peça. Possivelmente em decorrência da tensão natural de se tratar de uma estreia. No conjunto, entretanto, a direção ágil de Paulo de Moraes e a inventividade do texto, sobretudo na forma, se impuseram.

Tags: Cia Armazém de TeatroCrítica TeatralFestival de CuritibaMaurício Arruda MendonçaO Dia em que Sam MorreuPaulo de MoraesTeatro

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