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‘Too Much’ reinventa a comédia romântica com o talento de Lena Dunham

Protagonizada por Meg Stalter, 'Too Much' é a nova empreitada de Lena Dunham, a mente e a voz do sucesso 'Girls'.

porMaura Martins
26 de setembro de 2025
em Televisão
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Will Sharpe e Meg Stalter em 'Too Much'. Imagem: Working Title Television / Divulgação.

Will Sharpe e Meg Stalter em 'Too Much'. Imagem: Working Title Television / Divulgação.

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Quem foi jovem no início da década passada é testemunha do fenômeno que foi Girls, principalmente entre as mulheres. Lançada em 2012, a série criada pela escritora prodígio Lena Dunham se tornou um marco na cultura – comparável ao que havia ocorrido, catorze anos antes, com a série Sex and The City. Diferente da história protagonizada por Carrie Bradshaw, a Hannah Horvath (papel de Dunham em Girls) simbolizava não apenas uma vida guiada pelos desejos (pela profissão, pelos homens, pelas roupas e sapatos), mas uma geração inteira de pessoas que se viam em crise quanto à sua posição de mundo.

O olhar de Girls sobre a realidade de Hannah e suas amigas era paradoxalmente fatalista e inspirador – e deixava claro que Lena Dunham possuía um talento para o comentário geracional, sobretudo sobre as mulheres. Por isso, treze anos depois, há grande expectativa em relação à sua nova empreitada, a série Too Much, da Netflix.

Afastando-se do seu primeiro sucesso, aqui a autora se aventura em um gênero engessado: a comédia romântica. O curioso é que a história parte, supostamente, da desilusão amorosa enfrentada por Lena até se apaixonar por seu marido, o músico Luis Ferber, que assina Too Much com ela. E, embora esteja no elenco, ela aqui abre o palco para uma estrela em ascensão: a adorável comediante Meg Stalter, que roubou muitas cenas vivendo Kayla Schaeffer em Hacks.

Too Much acompanha as desventuras de Jessica (Stalter), uma produtora americana que trabalha em uma agência com o marido de sua irmã (Andrew Rannells, que também estava em Girls). Jessica acaba de sofrer uma grande desilusão amorosa quando seu noivo (Michael Zegen) a troca por uma influencer (Emily Ratajkowski). Obcecada pela “rival”, de quem se tornou stalker, Jessica acaba sendo aconselhada a ir para Londres para espairecer as ideias.

Em Londres, ela logo conhece o músico indie Felix (Will Sharpe, de The White Lotus). É a experiência quase universal da juventude: os dois se encontram no bar, se atraem fisicamente, se apaixonam e por fim, quando a espuma da paixão baixa, precisam enfrentar o gosto do amargo da realidade. Aqui, a desilusão tem a ver com a percepção de que o ser amado é “demais” (ou too much): muito dramático, muito traumatizado, muito neurótico. A questão, claro, é como lidar com isso.

‘Too Much’ e o sabor agridoce da vida adulta

Dito tudo isso, é importante ressaltar: Too Much não é Girls. Ou seja, esperar encontrar aqui outra narrativa definidora do espírito de uma geração é o primeiro passo para se decepcionar. Mas isso não quer dizer que a série não seja divertida, com momentos inspirados, ainda que não seja brilhante.

Falando para uma nova geração, Dunham parece capturar bem a fluidez das relações em um tempo que pede por menos definições estanques.

A jornada errante de Jessica tem seus altos e baixos em termos de entretenimento, deixando alguns episódios excessivamente tediosos. É quase como se Dunham (hoje com quase 40 anos) quisesse retratar o enfado permanente da geração Z. Se as personagens de Girls sonhavam com algo no futuro e tinham ambição (talvez o diálogo mais famoso da série seja quando Hannah fala para os pais que acreditava poder ser a voz de toda uma geração), os jovens de Too Much têm poucas perspectivas profissionais e suas vidas amorosas são uma bagunça.

Andrew Scott (de ‘Fleabag’) tem uma participação hilária em ‘Too Much’. Imagem: Working Title Television / Divulgação.

Jessica, por exemplo, é uma produtora talentosa, mas o seu tesão pelo trabalho acabou faz tempo. Felix, por outro lado, tem uma história pesada (envolvendo abusos sexuais na infância e uma família problemática e disfuncional) e pula de sofá em sofá enquanto faz seus bicos de artista. Desejado por todas as mulheres com quem cruza, ele não passa de um menino abandonado. Mesmo sendo bastante jovens, ambos estão já devastados pelos seus relacionamentos anteriores.

Esse tradicional boy meets girl é oxigenado, sobretudo, pela química entre Will Sharpe e Meg Stalter, que nos convencem que seus personagens, mesmo tão diferentes, estão intensamente atraídos um pelo outro. A dinâmica aqui é a pegada realista de Girls, com cenas de sexo poderosas e várias nuances na construção dos dois papéis, ambos tão falhos quanto amáveis.

Outro aspecto de destaque é o quanto a série se abre à diversidade, seja em relação aos corpos, seja quanto às diferentes nuances da sexualidade humana. Falando para uma nova geração, Dunham parece capturar bem a fluidez das relações em um tempo que pede por menos definições estanques. A comédia romântica não se volta mais exclusivamente ao amor heterossexual.

Em meio a tudo isso, Too Much ainda brilha nas participações muito especiais (incluindo nomes como Naomi Watts, Rhea Perlman,  Kit Harington e Adèle Exarchopoulos), em papéis cômicos que fazem jus à pena de Dunham. Mas delicie-se principalmente com o personagem dado a Andrew Scott (protagonista de Ripley e eternizado como o padre de Fleabag) como um diretor absolutamente insuportável.

Pode ser que Too Much não esteja entre as melhores séries de todos os tempos. Mas quem se abrir aos adoráveis dramas de Jessica e Felix certamente vai desfrutar de bons momentos.

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Tags: Andrew Scottlena dunhamMeg StalterNetflixToo MuchWill Sharpe

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