No início de junho, o Museu Oscar Niemeyer (MON) inaugurou a exposição individual Tela, que traz as obras da artista visual Leila Pugnaloni. A mostra, curada por Marco Antonio Teobaldo, conta com um total de 131 criações que exploram a singular perspectiva da artista em relação ao mundo.
A sala de exposições 7 é preenchida por uma profusão de cores e pinturas em grande escala, que dividem espaço com delicados desenhos em nanquim. Leila Pugnaloni compartilha com o público suas observações cotidianas, além de desenhos feitos in loco, conferindo uma abordagem personalizada ao ambiente expositivo.
De acordo com Juliana Vosnika, diretora-presidente do MON, a exposição recebe o nome de Tela, “que poderia muito bem ser considerado o apelido da própria artista”. Leila, que há décadas reside no Paraná, teve seu início na trajetória artística em Curitiba, cidade que desempenhou um papel fundamental em sua extensa e intensa carreira nas artes.
A marca registrada de Leila Pugnaloni
Por meio de suas telas, Leila Pugnaloni revela sua interpretação singular do mundo, expressando suas observações urbanas obtidas durante suas jornadas. Suas impressões femininas, simultaneamente delicadas e poderosas, refletem uma inquietude que a acompanha há muito tempo. “É nas telas que ela imprime e eterniza sua marca registrada”, comenta Juliana Vosnika.
A secretária de Estado da Cultura, Luciana Casagrande Pereira, destaca não apenas a extraordinária qualidade das obras de Leila, mas também sua trajetória de vida. “A exposição dessa artista que tanto nos orgulha será uma experiência ímpar e transformadora para qualquer pessoa”, afirma Luciana.
A conexão emocional da artista com o espaço expositivo é visível e transborda além da mostra. Leila Pugnaloni passou sua infância em Brasília, onde foi tocada pela sutil influência dos traços e curvas das obras de Oscar Niemeyer em seu próprio processo artístico.
“A minha memória visual e afetiva é composta de várias camadas: o Rio de Janeiro, onde nasci; Brasília, onde vivi parte da infância; e Curitiba, para onde vim adolescente e finquei raízes”, compartilha a artista.
Uma jornada artística diversificada
Por meio de suas telas, Leila Pugnaloni revela sua interpretação singular do mundo, expressando suas observações urbanas obtidas durante suas jornadas.
Leila recorda que sua primeira exposição individual foi realizada em 1981 na Galeria Jovem do Museu Guido Viaro, na capital paranaense. Naquela ocasião, ela apresentou trabalhos detalhados, feitos com bico de pena, nanquim e formas femininas, que, de certa forma, tinham um caráter autobiográfico.
Leila explica as influências do ambiente em sua obra recorrendo à poesia. “Do Rio, tão solar, me são indissociáveis as curvas; de Brasília, a magia do plano-piloto, e de Curitiba as imagens da cidade em transformação, repleta de novas cores e novas propostas”. Segundo a pintura, na época, ela não percebia que os grafismos que envolviam as figuras se tornariam a base de sua abstração.
A artista acrescenta às suas camadas de memórias artísticas as temporadas nos anos 80 no Parque Lage, no Rio de Janeiro, e na Art Students League of New York, onde teve a oportunidade de aprimorar suas habilidades em desenho e entrar em contato com obras de artistas de diferentes tendências.
Cores e formas em destaque
Leila Pugnaloni ressalta a importância da exposição Tela ocorrer no Museu Oscar Niemeyer, um símbolo da arte contemporânea e portador de tantos significados valiosos para ela. “É muito significativo”, resume a pintora.
Segundo Marco Antonio Teobaldo, o curador, a exposição revela as pesquisas recentes da artista e apresenta outras séries, intervenções pontuais nas paredes da galeria e uma seção biográfica. Nesta última, é exibido um conjunto de itens que contam a trajetória da artista, incluindo fotografias do acervo, matérias e notas jornalísticas.
A exposição Tela proporciona aos visitantes uma imersão em uma jornada artística repleta de cores, formas e memórias, oferecendo uma visão única do mundo através dos olhos de Leila Pugnaloni. A mostra estará aberta ao público o início de outubro.
SERVIÇO | Tela, de Leila Pugnaloni
Onde: Museu Oscar Niemeyer (R. Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico | Curitiba/PR);
Quando: até 1º de outubro, terça a domingo, das 10h às 18h;
Quanto: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada); entrada gratuita todas as quartas-feiras.
Mais informações podem ser obtidas no site oficial do MON.
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