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‘Bem-vindos de novo’ emociona ao falar sobre a reaproximação de uma família

Documentário de Marcos Yoshi, 'Bem-vindos de novo' aborda a história de uma família cujos pais foram para o Japão para trabalhar, afastando-se fisicamente dos filhos.

porMaura Martins
14 de junho de 2023
em Cinema
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O diretor Marcos Yoshi com sua mãe

O diretor Marcos Yoshi com sua mãe em 'Bem-vindos de novo'. Imagem: Divulgação.

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Os registros feitos em câmeras VHS pelas famílias durante os anos 80 e 90 têm sido matéria-prima valiosa para os documentários brasileiros. Ao menos desde Elena (2012), de Petra Costa, sabemos que há ali um tipo de memória que já não é mais produzida, neste mundo em que a onipresença de celulares (e, por consequência, de performances) se tornou a regra.

Mas, por vezes, essas visões do passado podem também servir para recuperar um pouco de um passado melancólico, ao mesmo tempo em que se misturam com a produção de novas memórias sobre o presente. O tocante documentário Bem-vindos de novo, longa-metragem de estreia de Marcos Yoshi, explora a ideia desta fusão para abordar um tema duro para ele: a história de sua família.

Marcos é sansei, ou seja, é um filho de terceira geração de imigrantes japoneses no Brasil. Mas a história de sua família nuclear é, de certa forma, um retrato das crises brasileiras e das promessas ilusórias do capitalismo. Seus pais, Roberto e Yayoko Yoshisaki, criaram os 3 filhos tocando um pequeno negócio em Foz do Iguaçu.

Quando a empresa começa a ruir, eles tomam uma decisão radical: o de ir ao Japão para trabalhar e juntar dinheiro, enquanto deixam os filhos sob o cuidado dos avós. Inserem-se no fenômeno conhecido como dekassegui, em que descendentes de japoneses retornam temporariamente para o país de origem no intuito de trabalhar.

O que era para durar apenas 2 anos acaba durando 13. Quando eles retornam, há um processo de redescoberta entre os pais e os filhos que Marcos decide registrar em forma de filme (que se tornou resultado de sua dissertação de mestrado em Cinema na ECA-USP). O resultado é um documentário relativamente simples, enquanto formato, cujo foco está em trazer a subjetividade da experiência do filho – que cresceu, em suas próprias palavras, como um “órfão de pais vivos”- sempre em primeiro plano.

Um retrato duro da crise do capitalismo em um plano individual

Bem-vindos de novo encontra sua singularidade ao conseguir unificar dois aspectos: a vida política, social, e os impactos nas vivências particulares dos indivíduos.

Bem-vindos de novo encontra sua singularidade ao conseguir unificar dois aspectos que, por vezes, aparecem divorciados na nossa percepção individual: a vida política, social, e os impactos nas vivências particulares dos indivíduos. Ao começo do filme, Marcos Yoshi diz se espantar que seus pais nunca relacionaram os perrengues financeiros que passavam com as sucessivas crises econômicas do Brasil.

Ainda que esse não seja o foco desse filme delicado, há uma espécie de denúncia sobre a falência inerente ao sistema capitalista, em que a vida se torna um eterno processo de produção – tal como um rato que passa o tempo correndo em uma roda sem chegar a lugar nenhum. O que o filme vai mostrando é o preço caro que a escolha desses pais (o de deixar os filhos para trás, justamente para conseguir dinheiro para sustentá-los) está cobrando hoje de toda essa família.

Ao retornar ao Brasil, conforme o documentário tristemente nos mostra, Roberto e Yayoko Yoshisaki continuam tendo que girar essa roda infinita, o que vai elevando neles o grau de frustração e raiva – sentimentos que vão sendo revelados sobretudo em Roberto, dando luz a cenas fortes, como quando o pai chora por não ver muita saída para ele e a mulher.

O filme intercala imagens novas com registros em VHS feitos pela família nos anos 80 e 90. Imagem: Divulgação.

O grau de intimidade exibido nesses registros só é possível pelo fato de que foram capturados pelo olhar do filho, que também buscar trazer à tona o fato de que há artifícios usados neste processo. Isso se mostra, por exemplo, quando Marcos resolve incluir uma cena em que meio “dirige” os pais para entrem em um carro para poder capturar o ângulo desejado.

Mesmo quando há artificialidade, há também uma atmosfera tocante da proximidade. Yoshi declarou que, muitas vezes, os pais expressaram a sensação de que ninguém iria assistir a um filme sobre eles. Ainda assim, foram generosos e não deixaram nunca de colaborar – talvez por carregarem certa culpa pelos seus anos de ausência.

Como o diretor vai amarrando a história contada com suas próprias considerações, acaba dando espaço para que haja insights valiosos sobre a dinâmica da família. Como explica em certo momento: embora tenha sido feito para poder se aproximar de seus pais, Bem-vindos de novo também acaba funcionando como uma estratégia para que eles possam conhecer o filho.

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Tags: Bem-vindos de novocapitalismoCinemaCinema BrasileirodekasseguiDocumentárioDocumentário brasileiroMarcos Yoshi

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