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Mc Xamã, Shakespeare e o poder da palavra

O recital "O Mundo é um Palco - 400 anos de Shakespeare" e o MC Xamã, destaque do Spoken Word, fazem com que a literatura se mantenha próxima da oralidade.

porGuylherme Custódio
7 de novembro de 2016
em À Margem
A A
Mc Xamã, Shakespeare e o poder da palavra

Imagem: Reprodução.

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A literatura nasceu antes da escrita.

Em seu nascedouro, a Grécia antiga, a poesia era cantada e contada com um acompanhamento musical.

Entre essas histórias orais, uma vertente tinha como tema os deuses e os grandes feitos dos heróis. Era a poesia épica, entoada pelos aedos entre os quais um teria sido Homero. A ele é atribuída a autoria dos principais livros desse gênero que sobreviveram ao tempo, a Ilíada e a Odisseia, obras que seriam transcritas quando foi inventada a escrita.

Assim como Homero, outro grande pilar da literatura também tem a sua existência questionada, embora tenha nascido em 1564 e seja um dos dramaturgos mais conhecidos do mundo.

No entanto, Shakespeare não só existiu, mas foi também poeta, ator e dono de companhia de teatro, o que fez com que a sua obra fosse escrita sempre para ganhar vida nos palcos e se materializar diante da plateia.

E mantendo viva essa tradição oral que ocorreu no último sábado (05/11) o recital O Mundo é um Palco – 400 anos de Shakespeare, que por iniciativa do projeto Shakespeare Brasil possibilitou ao público curitibano conferir a leitura já apresentada no Rio de Janeiro e que mostrou no Teatro da Reitoria como a palavra é capaz de emocionar.

Eu não uso Colete / Uso Metáfora / Pra te deixar confuso / Isso eu uso / Mas pra puxar uns tapete / Às vezes eu abuso / Deus não me pôs aqui de enfeite / Se a pista tá sinistra eu acho um beco que me aceite / Sorriso é sem brilho, o diamante é bruto / A proteção do menor é o oitão, não o estatutoMc Xamã

Acompanhados pelo piano solo de Salete Chiamulera, o piano a 4 mãos de Valentina Chiamulera, o violoncelo de Claudiney Lima, o violino de Rodrigo Ferreira Portella e o trompete de Thiago Lira, além da direção musical de Luci Collin, os atores mostraram sem cenário, sem figurino e sem maquiagem que embora o teatro conte com diversos recursos, o corpo e a voz ainda são os principais responsáveis por fazer com que o drama e a comédia sobrevivam.

Assim, o roteiro das professoras Liana Leão e Anna Stegh Camati ganhou vida com a narração de Walter Lima Torres e a interpretação versátil dos atores convidados para fazer com que o palco fosse um pedaço do mundo.

Vestindo as diversas máscaras que o universo teatral permite e pede, o másculo Alexandre Barillari atuou como a recatada personagem de A Comédia dos Erros e também o apaixonado Romeu, da mesma forma que Diogo Vilela deu corpo a um irônico Ricardo III, um atormentado Macbeth e um arrependido Rei Lear.

Já Gustavo Bechara incorporou Iago e também um dos observadores do sonambulismo de Lady Macbeth, que recebeu seu devido estado de quase-morte por meio de uma atuação a altura de Rosana Stavis, curitibana que esteve acompanhada de Guenia Lemos desempenhando a doce Julieta e a fiel Corbélia.

E é da mesma maneira, valorizando a palavra em ação, que o coletivo Grito filmes vem fazendo com que a poesia marginal seja promovida e difundida no Brasil indo no caminho oposto dos grupos que procuram incorporar elementos do teatro em suas apresentações.

Apostando no formato spoken word, o grupo composto por ativistas, cineastas, fotógrafos e  cinegrafistas convida artistas para recitar os seus poemas invés de cantar, fazendo com que a fala ganhe o protagonismo que antes dividia com a música.

Em seus mais de 70 vídeos, um dos destaques é o MC Xamã, que demonstra a sua relevância em meio a muitos artistas e produtores que vem fazendo com que o movimento da poesia marginal aumente cada vez mais no Brasil.

Isso ocorre pelo fato de Xamã conseguir representar e fazer com que a canção esteja desvinculada do ritmo musical. Dessa forma, a poesia soa mais verdadeira e nos possibilita senti-la melhor sem ter um ritmo fixo e ganhando variações no tom, no tempo, nas pausas e nas expressões corporais e faciais.

Assim, Xamã faz com que a crítica à geração wi-fi se torne mais potente, bem como a realidade de violência do Rio de Janeiro se torne menos banalizada e mais dura, ao mesmo passo em que as conversas com seu pai e sua mãe ganham a emotividade necessária.

E é mantendo viva a oralidade que Xamã faz com que a poesia ganhe destaque em detrimento do ritmo da mesma maneira que os atores do espetáculo O Mundo é um Palco são capazes de manter Shakespeare vivo por mais de 400 anos.

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